A melhor fase do Bahia sob o comando técnico de Mano Menezes segue crescendo, e nesta segunda-feira teve mais um importante capítulo, com a quarta vitória consecutiva. Depois de sair perdendo logo com dois minutos de jogo, o Esquadrão soube mudar a estratégia de jogo, tomou o comando das ações da partida e bateu o Coritiba fora de casa, de virada por 2 a 1 pela Série A do Brasileirão.
Além de ampliar para oito pontos a distância para o Z4 e respirar mais aliviado, o Bahia não apenas já se permite a olhar para cima na tabela, estando a seis pontos para o G6. Mais que isso, o Tricolor também repetiu o placar do seu último triunfo no Couto Pereira, em jejum que perdurava exatos 35 anos, desde o Campeonato Brasileiro de 1985.
Gol muito cedo
A postura de jogo reativo do Bahia caiu por terra logo no segundo minuto de partida. Em falha coletiva, Nino Paraíba abriu a ‘avenida’ e não acompanhou a investida de William Matheus, enquanto Anderson Martins não deu o combate no cruzamento, escorado por Giovanni Augusto. E o Coxa até teve outras três oportunidades de finalização ainda nos 13 minutos iniciais, mas não aproveitou.
Mudança de postura – e pra melhor
Provocado a sair de sua zona de conforto do futebol reativo, o Bahia precisou reinventar sua postura e propor o jogo, enquanto tentava minimizar os espaços para contra-ataque, sobretudo nas costas de Nino, bastante agudo. E conseguiu, embora não gerasse boas oportunidades de finalização e não aproveitasse os bons cruzamentos de Nino com duas cabeçadas para fora.
Mas enquanto se lançava ao ataque, lá atrás as divididas eram mano a mano. E numa dessas Anderson Martins voltou a errar e perder a dividida, com Giovanni Augusto pegando a sobra e marcando o segundo, mas foi anulado pelo VAR por toque de mão de Neilton na origem do lance, aos 35 minutos.
E na retomada do jogo, com o Coritiba desconcentrado, Élber recebeu na área, limpou a marcação e finalizou bem no canto de Wilson. Mesmo com o placar igual, o Bahia seguiu tomando as ações, mas sem finalizar bem, incluindo a ótima jogada construída por Gregore pelo miolo de zaga, com duas tabelas rápidas.
Bahia tomou gosto pelo ataque
O jogo reiniciou parelho no segundo tempo, com o Bahia com mais posse e criando mais chances, principalmente as jogadas aéreas, porém sem aproveitar as finalizações. O Coritiba, sem conseguir repetir a intensidade do início da primeira etapa, se limitava a jogadas pontuais, porém mais perigosas, como o bom chute de Neilton que Douglas fez boa defesa aos 16′, e o gol perdido em escanteio, por Rodrigo Muniz aos 23′.
E quem não faz…
Percebendo os claros espaços deixados pelos agudos laterais do Coxa, Mano Menezes chamou para jogo Zeca e Rossi, além de Rodriguinho para aproveitar a posse no meio de campo. E foi aí que começou a construir a virada. Zeca, que não entrava em campo há mais de dois meses, teve liberdade de flutuar pelos lados e num cruzamento fechado pela esquerda, viu a bola passar por todos e encontrar a rede, aos 26 minutos.
Fechou a casinha
Com a vantagem no placar, enfim o Bahia retornou à sua ‘zona de conforto’ de estilo de jogo. Fechou a casinha na defesa e explorou os contra-ataques, mas não conseguiu ampliar para matar o resultado. Da mesma forma, o Coritiba já não teve mais forças para superar a dura defesa baiana. Vitória suada, porém merecida.
Estatísticas
– Posse de bola: Coritiba 53% x 47% Bahia
– Finalizações: Coritiba 16 x 15 Bahia
– Finalizações no gol: Coritiba 2 x 5 Bahia
– Passes certos: Coritiba 399 (88%) x 346 (86%) Bahia
Fonte: Sofascore
Élber soltou o verbo
Na comemoração do gol, Élber levou a mão à orelha e o dedo em sinal de silêncio, fazendo alusão às críticas, gesto que confirmou no intervalo, em entrevista à transmissão do Esporte Interativo. “Um pouco de desabafo. Vocês da imprensa sabem a minha situação no clube. Venho escutando muita coisa calado. A melhor resposta é o silêncio, e corresponder dentro de campo”, disse o jogador, que deve deixar o clube em janeiro.
Destaques do jogo
O meia-atacante foi um dos destaques positivos do jogo, assim como Zeca, que ajudou a dar mais mobilidade ao ataque no segundo tempo, e Gregore, importante para a transição defesa/ataque. Entre os negativos, Gilberto esteve bastante isolado embora bastante marcado no miolo de zaga, se limitou a jogadas de pivô, mas sem brilho. Além dele, Anderson Martins e Nino Paraíba, pelos erros cruciais na defesa.
Menção honrosa para o técnico Mano Menezes, que desta vez teve uma boa leitura nas modificações – apesar de Rodriguinho entrar num ritmo abaixo -, diferente da oportunidade que havia perdido de mexer bem nas peças e controlar com menos dificuldade o jogo contra o Fortaleza.
Volantes suspensos
Por 3º cartão amarelo acumulado, recebido no momento da substituição, Daniel fica fora do jogo contra o Red Bull Bragantino, na próxima sexta-feira. Ronaldo também recebeu o 3º amarelo e é mais um desfalque para Mano Menezes contornar.
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