Depois da realização de dois jogos atrasados, é necessário fazer uma reavaliação do cenário da disputa pela permanência na Série A – atualizando a leitura publicada ao fim da 21ª rodada. Naturalmente ficará no ar uma primeira impressão de distorção em alguns aspectos de comparação/evolução em relação às rodadas anteriores. Na prática, será como se a rodada 21 tivesse tido 12 partidas. Parto do princípio que não há como mudar o passado. Então melhor do que construir um cenário frio e ficcional ajustando a conta de rodadas anteriores, é tratar o campeonato como de fato ele é, respeitando a ordem real dos jogos. A sequência dos fatos é parte imprescindível para qualquer análise. Assim, o que parece distorção, no final das contas, é um ajuste fundamental que nos aproxima de um diagnóstico mais real.
A primeira “distorção” está no aumento da pontuação do 17º colocado. A cada rodada, esta faixa vinha subindo- em média – um ponto. Agora o salto é de 3 pontos a mais. Dois dentro da própria rodada (o que já quebraria a ordem em curso) e mais um gerado pelos jogos atrasados. Porém, quando se considera o aproveitamento, as duas partidas atrasadas basicamente não interferiram na projeção de pontuação do 17º no fim do campeonato. Houve, inclusive, uma redução de 36,7% para 36,5%. Transformando isso em pontos, significa que o “ponto de corte” passou de 38 para 42.

A matemática reflete a sensação geral de que a disputa pela permanência ficou mais achatada depois dos últimos 12 jogos. Consequências diretas das reações de Bahia, Athletico e Red Bull Bragantino e da vitória do Vasco sobre o Sport no último domingo. Neste momento apenas dois pontos separam o 10º colocado (Athletico/PR) do 17º (Red Bull). Em 9º, o Bahia descolou da zona mais tensa de disputa com cinco pontos de diferença. Em 20º, o Goiás já tem sua queda sentenciada.

Apesar do achatamento, a 21ª rodada manteve a pontuação mais repetida pelo chamado Z12: 13 pontos. O X da questão é que 12 desses 13 pontos vieram dos confrontos diretos. O único clube do bloco a pontuar contra um adversário da parte de cima da classificação foi o Atlético/GO, que parou o Flamengo no Maracanã e soma inimagináveis quatro pontos contra o maior favorito ao título. Quatro pontos que estão fazendo uma diferença gigantesca para todo o cenário de disputa contra o rebaixamento. No jogo atrasado, o Athletico/PR também somou três pontos fora do Z12.
Outro aspecto da 21ª rodada que merece registro: Nos quatro confrontos diretos, as vitórias foram dos visitantes. Um sinal claro do quanto a pressão pelo resultado em casa diante de um adversário “do mesmo porte” interfere na conduta dos clubes. Se colocarmos a partida atrasada entre Vasco e Fortaleza na conta, são cinco jogos sem vitória dos mandantes em confrontos diretos.

O gráfico acima, inevitavelmente, direciona nossa atenção para o desempenho do Fortaleza nos seus últimos cinco jogos – lembrando que, nesta análise, consideramos a ordem real (e não original) dos jogos. O Tricolor se tornou o time de menor pontuação neste último recorte. Dos cinco jogos sem vitória, dois foram sob o comando de Rogério Ceni e já são três desde a sua saída.
Jogos atrasados:
Ceará x São Paulo – dia 25/11
Grêmio x Goiás – dia 30/11
Goiás x São Paulo – dia 03/12
São Paulo x Botafogo – dia 09/12
Palmeiras x Vasco – Sem data
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