Faltando menos de um mês para a eleição do Sport, os movimentos políticos começam a ficar mais claros na Ilha do Retiro. E o que vinha sendo especulado nas últimas semanas foi confirmado: o empresário Nelo Campos, que fez parte da atual gestão, vai concorrer ao pleito para presidente do Sport no biênio 2021-2022 como oposição. Em entrevista ao NE45, o dirigente falou sobre a candidatura.
“Foram vários pedidos, desde o mais simples torcedor até alguns ex-diretores. Meu nome sempre teve por rede social, Whatsapp, na rua, sempre pedidos para que eu me candidatasse”, iniciou.
“Não era meu objetivo principal, nem muito menos agora, mas eu participava de um grupo onde tínhamos mais de 30 pessoas capacitadas. Fizemos um projeto há oito meses, hoje temos esse projeto que vai ser o pilar da nossa campanha. Iremos discutir projetos e não nomes. O fato de eu ser o presidente, o escolhido do grupo para ser o candidato não quer dizer nada porque a grande maioria dos 30 teriam condições de estarem no meu lugar. Eu fui apenas o escolhido”, acrescentou.
Nelo Campos foi diretor de futebol do Sport de janeiro de 2019 até março de 2020, fazendo parte da montagem do elenco que conquistou o título Estadual e o retorno à Série A no ano passado. Neste ano, deixou o clube por ‘motivos estritamente particulares e profissionais’, conforme informou em nota à imprensa, na ocasião.
Estarão juntos a Nelo Campos na composição nomes como Augusto Campos, Gabriel Moreira, Leonardo Lopes, Júlio Neto, Gregório Moreira e Fred Borba, por exemplo. Reuniões nos próximos dias irão definir a denominação, cargos e a oficialização da chapa. Sobre quem seria o vice-presidente, Nelo afirmou que está em aberto porque o momento é de ‘agregar e unir o máximo de rubro-negros’ – confira trechos da entrevista ao fim da matéria.
A eleição do Sport está prevista para 18 de dezembro, na sede social da Ilha do Retiro, de forma presencial e outras três chapas de oposição já manifestaram que vão concorrer ao pleito: Eduardo Carvalho, Luiz Carlos Belém e Delmiro Gouvêia. A situação, por sua vez, após a desistência do atual presidente Milton Bivar, ainda não definiu se terá um nome.
Estão aptos a voto no Sport os sócios das categorias: proprietário, benemérito, subscritor, contribuinte, patrimonial e remido, com pelo menos um ano de vínculo ao quadro social do clube. Não participam do pleito os sócios-torcedores e dependentes.
Confira outros trechos da entrevista com Nelo Campos
“União” como mantra
“Estou à disposição para fazer a união do Sport, por isso que à princípio hoje a gente só tem o nosso nome. Temos ideias, alguns nomes, mas estou à disposição para unir o Sport, isso é o mais importante. Não adianta termos projeto, tudo e um Sport dividido. Então precisamos chegar e ter o Sport mais unido possível. E esse é o nosso objetivo, a união”.
Composição da chapa
“É um time forte, de pessoas capacitadas por meritocracia, cada um no seu lugar, buscando a renovação do Sport. O ponto principal é uma renovação, renovação responsável, com pessoas que conhecem o Sport. Temos vários ex-diretores no grupo com Gabriel Campos, Augusto Moreira, Gregório Santos, Júlio Neto, Leonardo Lopes, Fred Borba… uma equipe muito grande. Não é um nome, não é um projeto verticalizado, é um projeto horizontalizado, com pessoas competentes”.
Permanência na Série A
“O objetivo maior é atingir os 45 pontos, a torcida precisa se unir, discutir o projeto, discutir o que é melhor para o Sport, mas não perder o foco da união em torno do nosso time que é um time que eu acredito, conheço mais de 80% do elenco. Acredito no elenco, sei da força, da hombridade, do caráter. Então não tenho dúvidas que a gente vai atingir os 45 pontos. A começar de hoje (contra o Atlético-GO), temos que estar muito focados, buscando energias positivas, que isso traz coisas boas. E no momento certo discutir os projetos, discutir o que cada um achar de melhor”.
Diálogo
“E estamos abertos à união do Sport para que possamos ter o máximo possível de adesão na chapa. A unir o máximo possível. Eu gostaria muito e foi um dos meus objetivos de aceitar a proposta do grupo, era conseguir o máximo de união possível. No momento o meu maior objetivo é agregar, trazer, porque sei que ninguém faz nada sozinho. Fui um dos participantes ano passado, sei da minha importância, o que eu fiz, mas não fiz nada sozinho. Foi uma equipe, o nosso presidente, e assim conseguimos o nosso objetivo. É isso que acredito e isso que vou lutar até o dia 18. Caso eu seja eleito, minha gestão vai ser desse jeito, uma gestão compartilhada, com base no projeto, com objetivos e meritocracia. Pessoas certas e lugares certos”.
Ideias
“Eu tenho certeza que o Sport, com a torcida que tem, com a força que tem, com o peso da camisa, tenho certeza que nosso trabalho tem um projeto de curto, médio e longo prazo. Tem um trabalho de dois anos, cinco anos e dez anos. Porque não adianta prometer a torcida que a gente vai ser campeão mundial em 2021, isso não vai ocorrer. Mas eu vou prometer que o que tiver dentro do projeto faremos de tudo para executar. É um projeto bem executável, pensado, são vários ex-diretores, então cada um projetou sua área. Cada pilar foi discutido com o núcleo todo”.
Vice-presidente?
“Vamos deixar em aberto para tentar unir e agregar o máximo de rubro-negros possíveis. Agora, claro que temos as pessoas que mais se destacaram durante o projeto e têm capacidade. Dentro da meritocracia, temos alguns nomes que pensamos, imaginamos, mas temos tempo para isso. O mais importante de tudo é o projeto, a união”.
Grupo
“Não temos nome, não é Nelo Campos. É o projeto. Existe o compromisso de uma governança compartilhada, com mais cabeças pensantes, para termos o melhor para o Sport”.
Foto: Anderson Stevens/ Sport Recife
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