No jogo atrasado da 16ª rodada da Série A, cumprido na noite desta quarta-feira, Ceará e São Paulo fizeram uma partida equilibrada, com empate em 1 a 1 no placar final. Resultado justo pelo que as equipes apresentaram, sobretudo o Ceará, que alternou momentos de ‘apagão’ e reação na partida, porém que dificilmente não será contestado nos tribunais. Isso porque, em lance de indecisão entre o árbitro Wagner do Nascimento Magalhaes, e o VAR Carlos Eduardo Nunes Braga, um gol marcado irregular pelo São Paulo foi validado e novamente anulado depois do jogo ser reiniciado.
Em homenagem à morte do argentino Diego Maradona, ídolo do futebol mundial, o Vozão atuou com seu uniforme preto, em luto pela perda do eterno ‘diez’.
Mudanças na escalação
Antes do jogo, o anúncio da escalação despertou a curiosidade da torcida alvinegra. Além da confirmação do veto de Felipe Vizeu, lesionado, Guto Ferreira optou por “dar um descanso” a Frenando Prass, além de Charles no banco, acionando Richard e um esquema com três meais e dois atacantes.
Domínio do São Paulo
Mal soou o apito inicial, e o São Paulo já imprimiu o seu domínio técnico e tático no Castelão, sem muita dificuldade para penetrar na defesa alvinegra. Gabriel Sara em chute colocado aos 3 minutos, e Juanfran em bola cruzada rasteira aos 7′, já deram o cartão de visitas, que Diego Costa confirmou aos 10′. O zagueiro tricolor de 1,84 metro subiu sozinho em cobrança de escanteio alta na segunda trave, tendo como marcador, Samuel Xavier de 1,66 m. Quase uma covardia de marcação.
Mesmo em vantagem no placar, o São Paulo seguiu com maior posse de bola. E nisso, imprimindo a principal característica do técnico Fernando Diniz, que é a saída de jogo trabalhado, na tentativa de chamar o adversário para uma marcação mais alta e criação de espaços nas demais linhas defensivas. E desse movimento surgiram mais duas oportunidades com Luan e Luciano exigindo boas defesas de Richard. Enquanto isso, o Ceará mal conseguia cruzar a linha de meio de campo com a bola em posse.
Ceará, enfim, acorda
Somente depois de 30 minutos que o inerte Ceará deu ‘sinais vitais’ em campo, quando o São Paulo acabou encurralado pela marcação alta e passou a cometer erros na saída de bola. Vina teve a primeira boa chance em escanteio aos 33′, e Samuel Xavier também finalizou de dentro da área, mas foi de Lima a melhor chance, frente a frente com Volpi, que defendeu todas. Mas foi só isso. E ainda deu tempo do Ceará correr risco de sofrer o segundo gol, sobretudo com as rápidas investidas de Reinaldo e Luciano.
Estatísticas
Posse de bola: Ceará 31% x 69% São Paulo
Finalizações: Ceará 11 x 18 São Paulo
Finalizações no gol: Ceará 6 x 4 São Paulo
Passes certos: Ceará 233 (76%) x 587 (89%) São Paulo
Desarmes: Ceará 16 x 9 São Paulo
Defesas do goleiro: Ceará 3 x 5 São Paulo
Fonte: Sofascore
Empate cedo
Na volta do segundo tempo, os papéis se inverteram. E logo de cara, aos 2 minutos, numa tabela rápida, Lima escorou de cabeça e Léo Chú só escorou para empatar o placar. Cléber, de cabeça, também teve uma oportunidade de virar o jogo, mas Volpi defendeu a cabeçada no meio do gol.
Gol anulado, validado e anulado de novo
O placar marcava 1 a 1, quando Pablo escorou a bola na rede depois de rebote de Richard. Silbert Faria Sisquim assinalou o impedimento. A bola seria recolocada em jogo, mas na revisão do VAR, Carlos Eduardo Nunes Braga chamou para revisão e orientou a validação do gol, pois de fato Pablo estava em condição legal no momento do rebote. Porém no lance original, quando participa ativamente, o atacante estava em condição irregular e toca na bola. O jogo até foi reiniciado por Wagner do Nascimento Magalhaes, Vina tomou cartão por reclamação, mas o VAR voltou a trás e reverteu a própria decisão.
Antes tarde do que nunca, porém o ato pode provocar confusão nos tribunais. Isso porque no que diz o capítulo 2 da Regra 5 do livro que rege o futebol brasileiro, por ter sido reiniciado o jogo, o árbitro não poderia voltar atrás da decisão.
“As decisões do árbitro sobre os fatos relacionados com o jogo, incluindo se um gol deve ser ou não confirmado e sobre o resultado do jogo, são finais. As decisões do árbitro e dos demais oficiais de arbitragem devem ser respeitadas. O árbitro não pode alterar uma decisão de reinício de jogo, ainda que se convença do erro, quer por entendimento próprio ou em razão da opinião de outro árbitro da partida, se já houver reiniciado o jogo”, diz o código.
Jogo só “esquentou” no fim
O lance de indecisão da arbitragem interferiu diretamente no rendimento das equipes, que não conseguiram retomar o ritmo demonstrado em seus melhores momentos em campo, nem mesmo o Ceará realizando três mudanças de uma vez aos 38′.
Gabriel Sara e Vitor Bueno tiveram as melhores oportunidades pelo São Paulo, enquanto Vina chegou perto pelo Ceará, mas foi só isso. Empate justo pelo que as equipes apresentaram, porém que dificilmente não será levado ao STJD. Nos resta aguardar os desdobramentos jurídicos.

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