No último domingo, contra o Sport, o Bahia jogou diante de um adversário direto na luta contra o Z4 e tinha a chance de se distanciar da zona de rebaixamento. Mas não foi o que aconteceu. Depois de um bom primeiro tempo na Ilha do Retiro, o Esquadrão voltou desorganizado para a segunda etapa, sem ímpeto, e acabou derrotado por 2 a 0 pelo Leão. Com o revés, caiu para a 17ª posição, com 32 pontos somados.
Inconformado, Guilherme Bellintani, presidente do time baiano, concedeu uma dura entrevista. Em tom de desabafo, falou sobre a estrutura conquistada pelo clube nos últimos anos, o que precisa ser feito para livrar o Bahia do rebaixamento… Mas, antes de tudo, cobrou maior comprometimento do elenco e disparou sobre a postura do time, ao afirmar que ‘o que aconteceu em Recife foi uma vergonha’.
Veja, na íntegra, o posicionamento
Postura do Bahia no 2T
“O que aconteceu em Recife foi uma vergonha, um sentimento nosso que é de pura decepção, a gente sabe da dificuldades, dos erros que a gente cometeu na montagem do elenco, mas está muito longe de achar que o que a gente viu é deficiência técnica do time. O que a gente viu foi um adversário lutando muito mais, um adversário que jogou na quinta feira em São Paulo, viajou na sexta-feira e que mostrou realmente no segundo tempo o que é um time que precisa fazer pra sair da zona de rebaixamento.
“A gente não foi capaz de mostrar isso. Mais uma vez o nosso time se olha e se vê absolutamente apático e o torcedor também vê isso. E eu não estou falando de deficiência técnica na montagem do elenco, isso aqui eu já falei demais. Eu estou falando aqui como torcedor. Um time que está numa situação difícil e faz um segundo tempo sem brio, sem alma, jogando uma partida como outra qualquer, mas era uma das mais importantes do ano. O que a gente precisa fazer é entender o que falta para cada um nos sete jogos que faltam”.
“O fracasso do Bahia é um fracasso na carreira de cada um”
“Porque quando o clube sofre o que está sofrendo, quem sente impacto não é somente o Bahia. Cada atleta que está aqui sofre na carreira. Cada atleta que participa de um projeto mal sucedido no Brasileiro leva isso para a vida inteira e é isso que eu tenho que mostrar para cada um deles. É isso que a gente precisa de forma muito escancarada mostrar para cada atleta que está vestindo a camisa do Bahia hoje. O fracasso de cada um não é um fracasso só do Bahia, é um fracasso na carreira de cada um”.
Lacunas técnicas não são a única explicação
“E não vejo que as lacunas técnicas que nós temos seja a única explicação. Para mim está claro. Pelo que eu a gente vinha evoluindo nos últimos jogos. Contra o Athletico-PR, um jogo razoável contra o Atlético-GO, um bom jogo diante do Grêmio e um bom primeiro tempo. O que a gente viu no segundo tempo foi um desligamento e uma apatia absoluta que não combinam com o momento que nós estamos vivendo”.
Autocrítica do elenco
“Então, o trabalho até a quinta-feira é nesse sentimento, fazer com que eles gerem autocrítica, tenham, naturalmente a visão de que estão muito aquém que precisam estar para superar esse momento. E isso já começou nos vestiários entre eles, uma cobrança muito forte, que eu antes não via, mas hoje eu vi. E oque a gente espera é que essa cobrança seja um ponto de virada e a partir do próximo jogo a gente saia novamente do Z4. O que só vai acontecer com o envolvimento”.
Esforço financeiro
“E o que a gente vai tentar fazer imediatamente, além de todo resto que nós temos feito, é tentar esforço financeiro para manter salário em dia, fazer as premiações melhores possíveis, cumprir com nossos compromissos, para a gente mexer com os brios, com ânimo e alma de cada atleta para que ele leve isso dentro de campo”.
Estrutura do Bahia como ponto para escapar da queda
“A estrutura que o clube tem, o que nós conquistamos nos últimos anos, o corpo técnico que nós temos dentro da casa, a presença de vice presidente e presidente no dia a dia de clube, a proximidade com que a gente vai superar os problemas… Isso também vai ser determinante para superar as dificuldades. A única coisa a ser feita não é no dia a dia do atleta, que é pouco”.
Além disso é reforçar a estrutura do clube e tudo que nós conquistamos nos últimos anos, a capacidade que nós temos de sermos superiores nesse momento, seja em organização e qualidade técnica, que eu acredito nisso, porque junto com toda essa organização nossa a gente possa fazer com que o grande Bahia dos últimos anos se sobressaia num momento determinante de luta como esse”.
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