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Joaquim Bezerra, presidente do Santa Cruz Joaquim Bezerra, presidente do Santa Cruz

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Após rebaixamento à Série D, presidente do Santa se desculpa, pede assimilação e vê legado

Joaquim Bezerra publicou longa carta neste domingo; leia íntegra

Foto: Reprodução/ Santa Cruz

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No dia seguinte à confirmação do rebaixamento do Santa Cruz à Série D, o presidente Joaquim Bezerra fez um pronunciamento sobre o momento do clube através das redes sociais do clube. Em um longo texto, dentre outros, desculpou-se aos torcedores, pediu assimilação da queda e disse que vê legado em outros setores do clube.

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“É necessário que nós todos, como um conjunto, venhamos a assimilar a queda, compreender o cenário e ponderar onde erramos, onde acertamos e o que deveremos coibir ou repetir para o que virá pela frente”, falou.

“O ano de 2021 nos deixa um saldo prejudicial desportivamente, em termos de patamar no cenário nacional, porém há um legado de aprendizado e de bases fundamentadas para soerguer o clube novamente ao seu devido lugar”.

Além disso, o presidente, eleito em fevereiro deste ano cujo mandato vai até o término de 2023, reconheceu os erros no departamento de futebol e fez uma avaliação da temporada. Por fim, ressaltou a manutenção dos salários em dia durante todo o ano e melhorias realizadas no clube.

“E, sobretudo, não menos importante, é necessário apontar que um dos maiores avanços do clube foi o fato de não deixarmos faltar com as nossas obrigações salariais mediante a atletas e demais funcionários e funcionárias da instituição – o que nem sempre foi tratado como prioridade no Santa Cruz. Assim como premiações estipuladas pelo desempenho”, afirmou em trecho da nota.

Neste domingo, o Tricolor entra em campo para cumprir tabela pela penúltima rodada da Terceirona, onde enfrenta a Tombense, fora de casa, em Tombos. Por conta do empate do Floresta no último sábado, o Santa Cruz foi matematicamente rebaixado à Série D, em uma campanha pífia, onde somou apenas três vitórias em 16 jogos no grupo A.

Comunicado na íntegra

Caríssimos torcedores e torcedoras do Santa Cruz. Venho por meio desta me posicionar formalmente como líder executivo do clube, a respeito do mau desfecho da temporada do futebol em 2021. Antes de qualquer coisa, peço desculpas, e sei que esse é o sentimento de todos os funcionários e funcionárias do clube, que não medem esforços para trabalhar ao longo dos dias. Reviver o pesadelo de um rebaixamento para a Série D do Campeonato Brasileiro é algo que não pode jamais condizer com a gloriosa história do nosso clube centenário.

Dito isso, é necessário que nós todos, como um conjunto, venhamos a assimilar a queda, compreender o cenário e ponderar onde erramos, onde acertamos e o que deveremos coibir ou repetir para o que virá pela frente. O ano de 2021 nos deixa um saldo prejudicial desportivamente, em termos de patamar no cenário nacional, porém há um legado de aprendizado e de bases fundamentadas para soerguer o clube novamente ao seu devido lugar.

Assumimos o comando do clube exatamente no dia 19 de fevereiro de 2021. Uma temporada atípica e sem precedentes na história do futebol brasileiro, por conta da intersecção de jogos da temporada anterior, em decorrência da pandemia de covid-19. Restavam pouco menos de dez dias para o início da Copa do Nordeste e do Campeonato Pernambucano, e em seguida a Copa do Brasil.

Seria necessário um elenco robusto para fazer jus ao desempenho histórico do clube em tais competições, tendo a disputa da Série C como principal objetivo da temporada. Entretanto, quando assumimos o clube havia apenas oito atletas profissionais remanescentes do elenco anterior – que por muito pouco não conseguiu o acesso à Série B um ano antes e certamente nos daria robustez ao grupo caso houvesse manutenção de um número maior -, além de outros 14 jovens oriundos das categorias de base, que sequer haviam disputado competições ao longo do ano, em função da pandemia.

Era necessário ir ao mercado para incrementar o grupo e não sobrecarregar os jovens da base de uma responsabilidade acima do seu nível de maturação à época. Entretanto, o cenário não foi favorável para a vinda de peças que dariam a robustez necessária. As grandes equipes já tinham um time pronto, ao passo que a nossa estava em construção. A escassez de opções nos levou a escolhas que não se mostrariam acertadas e até precipitadas, e esses erros foram assimilados e corrigidos para não mais serem repetidos. 

Assim, com nosso desempenho pífio e inaceitável na Copa do Nordeste sacramentado, tentamos reverter a tempo para a Copa do Brasil e Campeonato Pernambucano, mas não conseguimos. Nos restava a Série C e nessa não nos permitiríamos cometer os mesmos erros.

E foi assim que não medimos esforços e nem recursos para alcançar o objetivo principal do ano. Com uma nova comissão técnica, investimos financeiramente para trazer peças de renome e qualidade técnica para o elenco. Investimos em um período de intertemporada para atingirmos o condicionamento físico ideal dos jogadores – prejudicado pelo curto período de férias dos atletas. Investimos em melhorias da estrutura oferecida aos jogadores nos vestiários, na cozinha, nos dormitórios, além das demais áreas de convivência interna do clube. Modificamos setores estratégicos, entre eles o Departamento de Futebol, trazendo para a rotina do clube pessoas capacitadas, extremamente dedicadas e experientes no ambiente do vestiário, que foram fundamentais para uma melhoria no relacionamento interno e na condução do grupo.

E, sobretudo, não menos importante, é necessário apontar que um dos maiores avanços do clube foi o fato de não deixarmos faltar com as nossas obrigações salariais mediante a atletas e demais funcionários e funcionárias da instituição – o que nem sempre foi tratado como prioridade no Santa Cruz. Assim como premiações estipuladas pelo desempenho.

Tudo isso foi feito e conduzido em meio a um cenário financeiro amplamente desfavorável  ao tamanho do Santa Cruz. Os nossos desafios, como clube, são muito mais enraizados do que os vistos em campo. O montante das nossas dívidas superam os R$ 240 milhões. São mais de 500 processos trabalhistas, na ordem de mais de R$ 100 milhões. Lidamos ainda com diversos processos tributários que somam mais de R$ 80 milhões, além de causas cíveis que giram em torno de R$ 50 milhões. Frutos da performance do clube ao longo dos seus últimos anos, bem como pela estrutura de endividamento e dinâmica patrimonial adotadas anteriormente.

Fora isso, o nosso patrimônio físico encontra-se degradado, precisando de reparos urgentes para a abertura do público aos jogos, como a requalificação dos sanitários e outros espaços comuns, para que possamos receber vocês, torcedores, com o devido conforto.

Erramos, sim. Volto a ressaltar. Mas os erros são diariamente combatidos e corrigidos para alcançar os nossos objetivos de resgatar a imagem do Santa Cruz. É uma dura missão, que vai muito além das quatro linhas, e vem se prolongando por décadas e décadas, com esporádicos momentos de sucesso em meio a um recorte histórico mais amplo. Não queremos um Santa Cruz de raras felicidades. Queremos um clube perene, constante em suas conquistas. No topo. Onde ele nasceu para estar.

Isso não se constrói da noite para o dia, ou de um ano para o outro. Precisamos da ajuda de toda a nossa torcida, independentemente do seu gênero, da sua cor ou do seu nível econômico. É o momento de união, onde cada um pode vir a ser protagonista dessa reviravolta que o clube precisa para se reerguer.

Não abandonamos o clube na sua primeira derrocada. Não abandonaremos agora. Vamos seguir de mangas arregaçadas, virando noites e noites de trabalho para superar mais esta fase ruim. Com profissionalismo e trabalho árduo, nós vamos dar a volta por cima.

Joaquim Bezerra

Presidente Executivo do Santa Cruz Futebol Clube

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