Santa Cruz formaliza documentos para criar SAF e levará votação à Assembleia Geral

Apostando numa tentativa de se reerguer no cenário nacional, o Santa Cruz seguirá a tendência das recentes operações do Botafogo, com John Textor, e o Cruzeiro de Ronaldo Fenômeno. A reportagem do NE45 apurou que os escritórios de advocacia que assessoram o Tricolor, em conjunto com a diretoria jurídica, estão em estágio final de elaboração dos documentos societários para criar a SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Um comunicado do clube informando sobre o desejo pela migração deve ser feito aos sócios e torcedores em breve.

O tema é debatido internamente no Arruda desde agosto do ano passado, antes da publicação da Lei 14.193/21, que criou a SAF, ser sancionada no Brasil. Na época, ainda na Série C, o Santa Cruz experimentou, em números, o pior momento de sua história, caindo para a Quarta Divisão. A queda abrupta de receitas, somada à imagem institucional cada vez mais arranhada, sobretudo com a própria torcida, fez a direção olhar com carinho a possibilidade de oferecer o futebol clube a um investidor.

Entre as restrições estatutárias que a direção do Santa Cruz pretende resguardar com a possível aprovação do Conselho pela chegada da SAF é que o ativo imobilizado do clube, casos do Arruda e Centro de Treinamento Ninho das Cobras, não sejam incluídos na operação, seguindo sob propriedade do Santa Cruz. 

Fontes ouvidas pelo blog ligadas ao Santa Cruz entendem que a viabilidade do projeto da SAF pode garantir, de fato, profissionalização do futebol do clube, além do próprio fôlego financeiro, o que definitivamente não houve na temporada 2021, com contratos onerosos e acordos firmados não pagos a ex-atletas. 

Isso porque, a Lei que criou a SAF permitiria ao clube instituir um Regime Centralizado de Execuções (RCE), em que seus débitos trabalhistas e cíveis seriam quitados de acordo com um plano de pagamento que pode durar até 10 anos, e que se mostra como indispensável para um clube com o passivo como o do Santa Cruz.