Rivais históricos nas quatro linhas, Campinense e Botafogo uniram-se em protesto fora delas contra a torcida única nas finais do Campeonato Paraibano, determinada pelo Ministério Público (MP).
Desde a semana passada, as diretorias dos dois clubes acionaram a Federação Paraibana e até o Governo da Paraíba em busca de diálogo e ter presença de público visitante. Mas sem sucesso.
No fim, acabou prevalecendo a recomendação do procurador Valberto Lira, que impôs a medida ‘educativa de proibição’ das respectivas torcidas visitantes.
O campeão estadual, aliás, será definido em ida e volta. O primeiro jogo ocorre no dia 14 de maio, no estádio Almeidão. Já a segunda partida está marcada para o dia 21, no Amigão.
O protesto conjunto de Campinense e Botafogo
No longo comunicado emitido em conjunto, os clubes adotaram um discurso forte e disseram que a imposição ‘atenta contra a própria razão de existir esporte’. Além disso, cobraram também maior diálogo dos poderes públicos sobre o assunto. Confira abaixo.
Nota de Campinense e Botafogo, na íntegra
Conjuntamente, o Botafogo Futebol Clube e o Campinense Clube vêm a público repudiar a realização das duas partidas das finais do Campeonato Paraibano Pixbet 2022 em caráter de torcida única do clube mandante em cada um dos jogos. O novo capítulo de prejuízo ao futebol paraibano se dá a partir de uma recomendação do Ministério Público da Paraíba, acatando relatório feito pela Polícia Militar do estado, cujo texto designa que seja permitida a entrada apenas torcedores dos clubes mandantes das partidas a serem realizadas nos dias 14 e 21 de maio de 2022.
O Botafogo Futebol Clube e o Campinense Clube são favoráveis à presença das torcidas das duas equipes nas finais do estadual. Qualquer medida em sentido contrário atenta contra a própria razão de existir do esporte, ferindo sobretudo o futebol local, feito com muito esforço por todos que vivem do nosso desporto.
Após dois anos desde a última decisão entre as duas equipes, o Clássico Emoção volta a definir quem fica com mais um título estadual, e um componente extremamente importante para a festa nas duas partidas decisivas é a presença do torcedor dos dois clubes envolvidos no certame.
Acreditamos que o Poder Público, ente fundamental para realização de dois espetáculos da magnitude das finais do Paraibano, deveria se valer de sua expertise e de sua força para prevenir quaisquer problemas causados por torcedores das duas agremiações, identificando os potenciais infratores e impedindo o acesso destes, ao invés de penalizar duas grandes torcidas em totalidade, vedando direitos constituídos.
Reforçamos, ainda, a necessidade de aumentar o diálogo com todos os entes envolvidos nas partidas de futebol profissional no nosso estado. Clubes, Federação Paraibana de Futebol e órgãos do Poder Público devem se unir e trabalhar por soluções razoáveis para o problema da violência entre torcidas, num caminho pautado pelo bom senso, diferentemente do que foi visto para estas finais.
A punição deve ser direcionada unicamente a quem se vale das cores de um clube para promover violência, jamais para penalizar famílias, jovens e crianças de vivenciarem juntos, no estádio, a rivalidade sadia.
Diretorias Botafogo e Campinense
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