Presidente do Santa Cruz explica processo de recuperação judicial e futuro do clube

ALN também criticou gestores anteriores do Santa Cruz

O Santa Cruz vive um momento muito importante e delicado em sua história. Afundado em dívidas, o clube entrou com um pedido para recuperação judicial, que foi aceito ainda na quinta-feira. Assim, o presidente do clube, Antônio Luiz Neto concedeu entrevista para falar sobre esse processo.

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No encontro com a imprensa, o mandatário coral explicou a situação financeira do clube e os motivos para o pedido de recuperação judicial. Além disso, o advogado do clube, Eduardo Paurá Filho, também falou à imprensa

“Vagabundo vai sair”

Mas a recuperação judicial não foi o único – ou mesmo o 1º assunto – da entrevista. Em sua declaração, Antônio Luiz Neto falou sobre a situação futebolística do clube e não poupou críticas a antigos gestores do clube, mesmo sem citar nomes.

“Vagabundo vai ter que sair daqui, querendo ou não, já está saindo. Quem está no Santa Cruz tem coragem para enfrentar eles. Para enfrentar pessoas mal intencionadas, que mais uma vez deixaram o Santa Cruz em situação de dificuldade. Uns como massa de manobra, outros sendo usados, houve gente ingênua que se deixou envolver por mentira, demagogia”.

Ele ainda creditou a situação financeira do clube a essas pessoas: “A recuperação judicial é para permitir ao Santa Cruz ser respeitado na hora de uma negociação. Permitir ao interlocutor saber que não está entrando em um negócio temerário, porque foi nisso que tornaram o Santa Cruz. E fizeram de propósito. Levaram à bancarrota, para sair como banana podre, de graça”.

E agora?

Projetando o que espera o Tricolor depois do processo de recuperação judicial, Antônio Luiz Neto garantiu que existe um projeto para o futuro da gestão do Tricolor. Inclusive, há a possibilidade de transição para um modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

“Temos um projeto guardado a sete chaves. Nasceu da minha mão e de João Caixeiro, de Vasconcelos, de Rodolfo Aguiar, todos na mão de Paurá. O Santa Cruz pode se transformar em SAF? Pode, mas vai ter que se transformar na SAF que o Santa Cruz traçou o modelo”.

Ele ainda garantiu que essa recuperação judicial era necessária para garantir um futuro ao clube. “A torcida tricolor pode ficar certa que era a única medida que nos restava pra permitir ao Santa Cruz ter fôlego (…) É isso que nós já estamos tratando e foi por isso que foi necessário essa recuperação judicial”.

E por que agora?

Segundo o advogado Eduardo Parruá, o leilão do Arruda que aconteceria ontem foi um dos motivos para acelerar o processo, mas a decisão já vinha de antes e não foi causada só por isso.

“O leilão foi um dos fatores que precipitou a recuperação judicial, tamanho é o risco que trazia ao patrimônio do clube. Mas já vinha sendo estruturada e pensada há um bom tempo, não foi uma decisão da noite pro dia”. Mas ele também disse que poderia haver mais planejamento.

“A recuperação judicial poderia ser um pouco mais planejada, associada a soluções de mercado, captação de investimento, mas a gente teve que abreviar e vamos ter que enfrentar esse desafio nessas duas frentes”. Assim, ele explicou quais são os próximos passos do Santa Cruz.

“O primeiro é o tratamento de passivo e a busca de investidores, que queiram se associar a esse processo de reestruturação do clube (…) O desafio é encontrar a melhor equação para preservar a história e a tradição do clube e projetar o clube para uma nova fase no mercado de futebol, seja em uma SAF ou outras formas”.