Tricolor tem acerto para venda de 90% das ações da sua SAF ao grupo britânico
O Bahia não precisou entrar em campo nesta sexta-feira para atrair toda a atenção da sua torcida. Em uma reunião com os conselheiros, o Tricolor detalhou a proposta de constituição da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), com venda bilionária de 90% das ações ao Grupo City.
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A reunião havia sido convocada na última segunda-feira, depois que a direção do clube fechou as negociações para a venda da gestão do seu futebol. Agora, mais detalhes da negociação foram revelados, com valores e porcentagens.
Por quanto o Bahia será vendido?
O maior mistério da negociação era o valor do acordo, que ficou orçado em R$ 1 bilhão, conforme antecipado pelo jornalista Rodrigo Capelo. Mas esse aporte não acontece de uma vez, com distribuição paulatina entre cinco e 15 anos.
Desse valor, R$ 500 milhões serão destinados à compra de jogadores, R$ 300 milhões para a quitação de dívidas e os restantes R$ 200 milhões para questões como infraestrutura e categorias de base. Isso tudo, claro, se a venda for concluída.
Com isso, o Grupo City também vai arcar com a quitação integral das dívidas do Bahia – o que era uma prioridade do grupo na negociação com os brasileiros. Hoje, o passivo do clube ultrapassa os R$ 220 milhões, mas parte desse valor ainda poderá ser amenizado.
Concluindo a compra, o Grupo City passará a ser dono de 90% das ações do Bahia SAF, enquanto a associação Bahia Esporte Clube segue com a posse dos restantes 10%. Mas nem tudo está à escolha dos novos donos.
O Bahia vai mudar de nome?
Com o acordo, o Bahia (associação) segue com os direitos relacionados a nome, marca e escudo, e qualquer mudanças nesse tipo de elemento precisará ser aprovada pela associação, não pela SAF.
Além disso, o direito sobre a marca faz com que a SAF tenha que pagar R$ 2,5 milhões ao ano para a associação em royalties pela utilização dos símbolos do Bahia.
As obrigações do Grupo City
Dentro da negociação, o Bahia aparecerá como 2º principal ponto de investimento do grupo, atrás, apenas, do Manchester. Isso, porém, desconsidera o investimento que o grupo fará para a construção de o novo estádio do New York City. Com esse total, o aporte nos EUA é maior.
Assim, o projeto também prevê a transformação do Bahia em um clube de participação frequente na Libertadores – torneio no qual o Tricolor não aparece desde 1989. Essas promessas foram antecipadas pelo jornalista Rodrigo Mattos, do UOL.
Mas o Bahia não será um clube de investimentos quase ilimitados, como acontece com o Manchester City. O Tricolor ainda vai precisar de uma gestão “autossuficiente”, com as benesses do investimento anual e dos patrocinadores robustos que o Grupo City deve levar.
Além disso tudo, o Bahia também vai ganhar know-how. Com pontos de gestão interligados entre os clubes do grupo, o Tricolor terá acesso a novas informações, técnicas e práticas. De quebra, o time também terá acesso facilitado a jogadores de outras equipes do grupo.
E agora?
Com o projeto apresentado aos conselheiros, a proposta passa a uma análise e apreciação da Comissão Provisória da SAF e dos Conselhos Deliberativo e Fiscal. Caso aprovado, o negócio vai a uma votação em Assembleia Geral de sócios.
Apenas em caso de aprovação nessa última, o Bahia terá a formulação concluída da sua Sociedade Anônima do Futebol e a venda de 90% das ações da nova empresa à holding britânica de capital árabe.
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