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Zagueiro Ítalo Melo, do Santa Cruz Zagueiro Ítalo Melo, do Santa Cruz

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“Somos um só povo”: Santa Cruz se posiciona sobre post xenófobo de zagueiro

Rafael Melo/SCFC

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Depois de um caso polêmico, o Santa Cruz tomou posicionamento sobre as falas xenofóbicas do zagueiro Ítalo Melo após o resultado das eleições presidenciais. Condenando a declaração, o clube reafirmou respeito à democracia e ao resultado das urnas, mas reconheceu o pedido de desculpas do jogador e pregou que “conciliação deve ser a palavra de ordem no Brasil”.

A nota do Santa Cruz não cita o nome de Ítalo Melo, mas deixa claro que o clube não pretende afastar o defensor por esse caso. O clube pretendia repreendê-lo após ver o post, mas que recuou dessa ideia após a retratação de Melo.

O Santa Cruz alegou que entende o pedido de desculpas do jogador com efeito pedagógico sobre um jovem que “não recebeu os melhores exemplos de comportamento democrático e de urbanidade da política partidária nacional”.

Zagueiro Ítalo Melo, do Santa Cruz
Reprodução/Instagram

O caso

O zagueiro está emprestado pelo clube ao Carlos Renaux, clube da cidade de Brusque-SC, onde Jair Bolsonaro (PL) foi o mais votado. Ao mesmo passo, Lula (PT), que foi eleito, foi o mais votado na região Nordeste, com mais de 69% dos votos nos nove estados nordestinos.

Criticando o resultado, Ítalo postou em seu Instagram que o povo nordestino precisaria “se f**** mesmo para aprender”. Claro que isso repercutiu mal, inclusive entre torcedores do Santa Cruz. Assim, Ítalo Melo fez outra postagem na mesma rede, pedindo desculpas.

No novo texto, ele afirmou: “A todos que fazem parte dessa grande e histórica torcida tricolor, venho aqui deixar os meus mais sinceros pedido de desculpas. Ciente que todos nós, independente de sua ideologia, queremos única e exclusivamente o melhor para o nosso país”.

Ele ainda concluiu: “Agi sem pensar. Minha postagem não reflete a realidade. Que o próximo presidente, escolhido pelo povo, faça um bom governo”. As duas postagens aconteceram entre o domingo e a segunda-feira.

A posição do Santa Cruz sobre o caso

Assim, o Santa Cruz afirmou que acatar o pedido de desculpas tem função pedagógica e cívica. Com isso, o clube afirmou que “Não devemos dar vez ao radicalismo e fundamentalismo na política brasileira. Somos um só povo”.

Além disso, o clube também se posicionou em defesa clara da democracia e do resultado das urnas. “A cada eleição o bastão do comando é entregue ao vencedor pela decisão da maioria. Feliz do povo que escolhe o seu próprio destino e tem o poder de mudar em razão do regime do voto livre e independente”.

O clube concluiu valorizando a pluralidade política, protegida pela Constituição Federal de 1988. “Viva as diferenças de opiniões e comportamentos. Nelas e com elas haveremos de continuar construindo um Estado Democrático de direito, sob a égide da Constituição Federal, permitindo a cada filho desta nação a permissão da existência com dignidade”.

Jogador do Santa Cruz faz post com xenofobia contra o Nordeste
Reprodução/Instagram

Leia a íntegra da nota do Santa Cruz

A diretoria do Santa Cruz não admite qualquer tipo de preconceito, de qualquer tipo, em seus quadros funcionais.

O Clube tem por tradição a inclusão, foi criado pelos fundadores com esta finalidade. Por isto é o Clube das multidões. É uma potência sócio-desportiva e patrimonial exatamente por representar a admissão pioneira em Pernambuco da pluralidade étnica.

Informamos que, tão logo tomamos conhecimento do fato ocorrido com um de nossos atletas, a diretoria executiva do Santa Cruz dirigiu-se departamento de futebol e determinou aos seus gestores para, de imediato, repreender ao atleta, atualmente emprestado a uma outra agremiação, pela sua absurda e infeliz expressão de opinião e, também, para adotar as medidas cabíveis.

No entanto, mesmo antes de ocorrer o contato, o jogador, em espontânea reação, postou outra publicação, onde manifestou um pedido de desculpas à torcida do Santa Cruz, bem como declarou o seu reconhecimento democrático ao resultado das eleições, informando o seu desejo de que o próximo presidente faça o melhor pelo nosso país.

Por esta razão, compreendemos ser uma obrigação pedagógica e cívica dos mais experientes e/ou preparados para o exercício do contraditório em sociedade, acatar e entender o arrependimento com o reconhecimento de um erro de exaltação indevida, externado por um jovem, que certamente não recebeu os melhores exemplos de comportamento democrático e de urbanidade da política partidária nacional nos últimos anos.

Entendemos que a conciliação deve ser a palavra de ordem do Brasil, devendo este episódio, igualmente, ser exemplo para todos, de todas as idades, de todos os pensamentos e correntes ideológicas.

Não devemos dar vez ao radicalismo e fundamentalismo na política brasileira.

Somos um só povo.

Devemos nos respeitar e amar à pátria, na busca permanente da igualdade e da justiça social. Todos podemos e devemos contribuir.

Este é o país das oportunidade. A alternativa de poder é um fato natural na democracia. A cada eleição o bastão do comando é entregue ao vencedor pela decisão da maioria. Feliz do povo que escolhe o seu próprio destino e tem o poder de mudar em razão do regime do voto livre e independente.

Somos uma nação plural. Constituída pela miscigenação de muitos povos, de todas as origens.

Nosso jovem atleta certamente foi influenciado pelo calor do embate eleitoral. Percebeu, em tempo, que contraditório faz parte do cotidiano de uma sociedade organizada. A opção soberana de cada cidadão traduz a vontade da maioria. De forma rápida e sábia, com a humildade de quem demonstra a capacidade de enxergar seus equívocos, retratou-se de forma madura e nos permitiu a possibilidade de termos a reflexão como um bom legado deste acontecimento. Todos devemos estar atentos à ação e reação deste jovem jogador.

Seu pedido de perdão é ato de cidadania eficaz e exemplar.

A muitos servirá como espelho.

Sejamos conciliadores.

Sejamos unidos pela brasilidade.

Viva cada região do Brasil!

Viva cada etnia componente da nacionalidade!

Viva as diferenças de opiniões e comportamentos. Nelas e com elas haveremos de continuar construindo um Estado Democrático de direito, sob a égide da Constituição Federal, permitindo a cada filho desta nação a permissão da existência com dignidade.

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