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‘Check-in’, regras, investimento em equipamentos e mais: fisiologista detalha nova rotina para elenco do Náutico

Foto: Tiago Caldas/CNC

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O NE45 conversou com o fisiologista Bruno Simões sobre mudanças implantadas na rotina do Náutico

Um dos vários problemas enfrentados pelo Náutico em 2022 foi com relação ao preparo físico do elenco. Muitas vezes se viu um time que diminuía de produção drasticamente no decorrer das partidas, inclusive perdendo jogos após essa queda. Para 2023, porém, é possível observar uma equipe mais inteira dentro de campo. E há explicação para isso.

Após o rebaixamento, o Náutico mudou completamente o protocolo do dia a dia para o seu elenco. Hoje, todos os atletas cumprem regras desde a chegada ao Centro de Treinamento Wilson Campos até o pós-jogo, quando muitas vezes retornam para o CT alvirrubro, e também foi necessário o clube investir em equipamentos para melhorar a preparação.

O técnico Dado Cavalcanti, inclusive, falou algumas vezes sobre a importância do cumprimento deste protocolo para a sua equipe estar 100% dentro de campo. O comandante alvirrubro também elogiou a pré-temporada e destacou como um diferencial na preparação do seu elenco.

Para entender melhor todo este protocolo e o que, de fato, mudou desde a chegada desta nova rotina, a reportagem do NE45 conversou com o fisiologista Bruno Simões, que está no clube desde junho de 2019 e detalhou a nova rotina do elenco. Veja, abaixo, a entrevista com o profissional do clube.

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Foto: Tiago Caldas/CNC

Entrevista com o fisiologista do Náutico

NE45: Como funciona a rotina do elenco?

Bruno Simões: Fizemos algumas adaptações em relação à última temporada, sobretudo na questão da triagem inicial quando os atletas chegam para treino. Implementamos a metodologia do check-in, ou seja, quando os atletas chegam ao clube eles passam na rouparia e vão direto para a sala da fisiologia. Lá, faz uma anamnese inicial, com relação a quantidade de horas de sono dormidas, coloração da urina, eles se pesam.

A gente faz uma termografia, que é uma foto dos membros inferiores dos atletas, e aí de acordo com a temperatura corporal do corpo localizada a gente percebe se tem alguma coisa em recuperação. Alguns caso se faz logo o (exame) de sangue para ver o CK, para ver se está dentro dos parâmetros normais. Esse check-in é como se fosse uma triagem em cima de vários pilares: termografia, sangue, peso, cor da urina.

A partir daí, gera um diagnóstico e entrega para o treinador quais são os atletas que estão mais descansados para aquele treino, os que têm alguma ressalva em relação a recuperação. Esse controle ficou mais individualizado em relação a carga. A evolução nossa é minimizar essas arestas que têm de um treino para o outro.

NE45: E quais os benefícios dessa nova rotina para os jogadores?

Bruno Simões: Para minimizar essas arestas e fazer essa triagem mais rotineira, muito mais prática e próxima, a gente consegue saber se o atleta saiu da curva normal dele. Quando alimentamos a planilha e percebemos que esses atletas saíram de uma rotina lógica e coerente, ligamos o botão de alerta e conseguimos intervir mais diretamente. Essa mudança ficou mais individualizada a carga para ter um refinamento melhor em relação a recuperação.

NE45: Em quais equipamentos o clube investiu para melhorar essa rotina?

Bruno Simões: Temos uma máxima que é: o que é o real e o que é o ideal. No ideal, a gente se espelha em clubes da Série A, que têm uma metodologia mais padronizada. Ainda não chegou lá, mas nosso objetivo é chegar lá. Inicialmente foi feito um investimento. Gelo, por exemplo, a usamos quase 300 a 400 kgs de gelo por semana. Então a diretoria investiu numa máquina de gelo, que produz uma boa quantidade semanalmente. Compramos e colocamos uma jacuzzi de água quente no CT, que não tinha.

E aí gente faz o banho de contraste com gelo nas banheiras e jacuzzi de água quente. Outra questão é com relação aos insumos utilizados, como por exemplo CK, termografia… Isso tudo tem um custo. Alimentação nem se conta. Quando acabam os jogos e os atletas voltam para o CT, mais da metade da semana eles fazem cinco refeições no clube, onde essas refeições têm que ter uma grande carga de proteína, de suplementação.

Para operacionalizar essa rotina de recuperação, com alimentação, gelo, termografia, banho quente com a jacuzzi… Tudo isso tem um investimento. Mostramos alguns cases de sucesso para a diretoria, e estamos galgando esses passos, tendo muita oportunidade de evoluir esse protocolo. Mas, de fato, para dentro da nossa realidade está bem gerido.

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Foto: Tiago Caldas/CNC

NE45: Como o elenco recebeu essas mudanças?

Bruno Simões: Tivemos a sorte, ou não, foi a questão de acontecer naturalmente mudar 80% do elenco. Desde os primeiros treinos da temporada a gente deixou bem claro para os atletas a quantidade de jogos que a gente ia ter em cada mês e o que seria necessário para que esses atletas performassem e prevenirem lesões.

E deixamos claro que íamos investir em três pilares: sono, garantindo uma boa recuperação no sono, dormindo de oito a dez horas após o treino; uma boa alimentação e uma boa recuperação. Tivemos uma retroalimentação em relação aos números da pré-temporada, em relação aos números do jogos. A gente fica alimentando de forma quantitativa em relação a performance deles, minutagem em campo, ausência de cãibra e lesões.

Vendemos uma ideia, os atletas absorveram. Um grupo muito tranquilo para se trabalhar. E estamos vendo evolução em jogos e esperamos evoluir mais na reta final dos campeonatos. O grupo recebeu de forma positiva porque eles estão vendo a contrapartida, que é a performance evoluindo dentro de campo.

NE45: Como vocês estão avaliando essa nova rotina?

Bruno Simões: O professor Dado sempre faz as reuniões. Ele é muito inquieto com essas questões e a conversamos muito. Tivemos sorte de ter 80% da comissão técnica formada em educação física. A gente consegue dialogar. É um feedback e vamos retroalimentando e fazendo alguns ajustes. Esse protocolo sofreu alguns ajustes para adequar a nossa realidade. Somos alimentando de forma quantitativa e qualitativa de vários departamentos.

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