Em último ato à frente do Ceará, Robinson de Castro, em pouco mais de 50 minutos de pronunciamento, oficializou a renúncia ao cargo da presidência do clube, avaliou a trajetória e pediu desculpas. O dirigente havia sido eleito para o triênio 2022-2024, mas os rumos da mais recente temporada fizeram o mandatário decidir por encurtar o vínculo e sair de cena após mais de uma década.
“Tudo tem o seu limite. E passaram de todos os limites dessa vez. Não estou saindo por pressão. Fui para-choque desse clube desde 2008. Estou saindo do Ceará porque desencantei. Com o clube, não. Nem com a torcida. Mas desencantei com o contexto, com as coisas que me davam prazer e deixaram de dar prazer. Perdi o encanto. Quando você não tem mais amor pelo que faz, melhor ir embora”, disse.
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Robinson, inclusive, estava afastado do Alvinegro desde a consolidação do rebaixamento para a Série B, no final de 2022. O fato, diga-se, mais lamentado pelo dirigente durante a sua fala desta quinta-feira, no CT de Porangabuçu. O mandatário assumiu a responsabilidade dos erros, mas não deixou de se mostrar insatisfeito com o que viu em campo.
“Senti, claro, como torcedor, mas também como gestor. Eu sou o responsável por tudo (…) Fiquei decepcionado com nossos jogadores, com a falta de comprometimento e de respeito. Não assumiram a responsabilidade de manter o clube onde ele estava. Cobramos de todas as formas, mas o comportamento de parte do grupo não nos entregou”, comentou.
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Política, brigas e divisões
Robinson não deixou de comentar sobre a eleição do Conselho Deliberativo, marcada, depois de sucessivos imbróglios, para esta quinta-feira (9), que terá uma chapa única. De acordo com o dirigente, a instabilidade política vivida nos bastidores do Ceará influenciou, inclusive, negócios externos. O mandatário detalhou movimentações dos últimos dias.
“Muita gente (do mercado) recuou, se preocupou. Chegamos a um nível de credibilidade grande e isso foi atingido. É uma sequela que precisa ser superada. Na semana passada, tive com o Evandro (Leitão, ex-presidente executivo e do Conselho) para tentar unificar e tentar evitar as duas chapas. Não queríamos a continuidade da briga, da divisão”, exaltou.
Ainda segundo Robinson, muito além do desejo de acalmar os ânimos internamente, o desejo maior era tornar o ambiente tranquilo para a sua saída da presidência.
Legado
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Em meio aos lamentos e explicações, Robinson de Castro não deixou de citar as conquistas acumuladas enquanto esteve à frente do Ceará. Parte do futebol do Alvinegro desde 2008, o dirigente assumiu a presidência do clube em 2015.
Abaixo, veja os feitos das gestões de Robinson no Ceará:
- Acesso à Série A: 2017
- Copa do Nordeste: 2020
- Campeonato Cearense: 2017 e 2018
- Presente nas Sul-Americanas de 2021 e 2022
- Acesso à elite do Futebol de Mulheres: 2022
- Brasileiro A2 Feminino: 2022
- Brasileiro de Aspirantes: 2021
O dirigente chegou ao terceiro mandato na presidência para período de três anos, de 2022 a 2024, mas a passagem foi encurtada nesta quinta.
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