Retrô entrará com ação contra arbitragem e diretor acredita em “algo orquestrado contra o Nordeste”; árbitro é suspenso

O Retrô ficou na bronca com a arbitragem após o jogo contra o Tombense, pela Copa do Brasil. Um pênalti mal marcado, aos 35 minutos do segundo tempo, definiu a classificação do time mineiro, fato que gerou uma grande repercussão nas redes sociais.

O lance

Em uma bola espirrada dentro da área do Retrô, três jogadores do Tombense vão juntos para a disputa e o atacante Jaderson caiu na área. Mesmo sem a participação de atletas da Fênix na jogada, o árbitro Paulo Roberto Alves Júnior marcou o pênalti.

Na cobrança, o goleiro Jean conseguiu defender o chute de Alex Sandro, mas o próprio atacante do Tombense aproveitou o rebote para fazer o gol da classificação da equipe mineira.

Lembrando que a Copa do Brasil não conta com o recurso do árbitro de vídeo na segunda fase.

Diretor de futebol do Retrô fala em ações contra o árbitro

Em contato exclusivo com a reportagem do NE45, Gustavo Jordão, diretor do Retrô, transpareceu um sentimento de revolta após as ações da arbitragem na partida da Copa do Brasil. O dirigente fala em “algo orquestrado contra a região do nordeste”, e reforça que entrará com ações na justiça contra o árbitro.

“O sentimento (da eliminação) é horrível. Você ser tirado da Copa do Brasil dessa forma… A gente não acredita em coincidência. Se você parar para analisar, no jogo contra o Avaí a gente teve essa mesma dificuldade com a arbitragem. O árbitro também tomou as decisões de forma a quase prejudicar a gente. E eu vou mais além, é algo orquestrado contra a região Nordeste”, disse.

“Se você pegar o jogo contra o Santa Cruz, teve um pênalti absurdo marcado contra. No jogo entre Sergipe e Botafogo, você vê que o árbitro só acabou depois que o Botafogo empata. Ontem, mais uma vez. Não tem outra palavra a não ser uma atitude de mau caráter.”

“Isso precisa ser investigado a fundo porque foi muito grosseiro o erro. Não precisa de VAR para definir aquele lance. Foi muito claro. A gente vai sim buscar essas informações, vamos solicitar que seja investigado. Vamos entrar com todas as ações que tiver de entrar. Vamos buscar e cobrar tudo isso.”

O diretor também cobrou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e os órgãos envolvidos sejam mais rígidos com os árbitros envolvidos em situações polêmicas.

“Vamos entrar com uma ação de danos morais contra o árbitro. Ele causou um prejuízo gigante ao clube, por um erro grosseiro dele. Não é um erro de interpretação. É um erro grave. É preciso que se reflita, que a CBF e os órgãos reflitam. O que acontece com esse árbitro? O jogador é expulso, punido, não pode falar nada, tem de ficar calado. Porque se fala alguma coisa pega quatro, cinco jogos. Você vê a rigidez e o rigor no julgamento dos jogadores e dirigentes. E do árbitro, o que acontece?”, completou.

Técnico do Retrô acredita em má fé da arbitragem

A reportagem também conversou com o técnico do Retrô, Dico Woolley, que acredita que o árbitro Paulo Roberto Alves Júnior agiu de má fé durante a partida contra o Tombense. E relembrou outros jogos em que o juiz esteve envolvido em polêmicas.

“Acredito (em má fé). Esse árbitro tem duas situações que houve até pedido de impugnação, assim como a gente vai pedir também. Quando uma equipe vem pedir impugnação de uma partida desse jeito, como foi Bahia e Juventude, acho que também Botafogo e Grêmio, é porque é grave. Teve outra partida também por conta desse árbitro”, disse.

De acordo com o treinador, não apenas o lance do pênalti, mas em toda a partida houve erros contra a equipe pernambucana. Ele citou, inclusive, um lance em que não foi marcada a falta no goleiro Jean.

“Ele (árbitro) admitiu o erro após o jogo, mas isso daí não muda em nada para a gente. Viu o lance, provavelmente, e viu o absurdo que foi. Mas, fora o pênalti, ele já fez uma arbitragem muito tendenciosa. Por isso não acredito nessa confissão dele. Se você pegar o lance que teve uma voadora em Jean, aquilo ali não é aquele lance que a perna bateu e você tem uma interpretação. Ele deu uma voadora em Jean, que quase é substituído.”

Árbitro relata cartões na súmula, mas não cita pênalti

O árbitro Paulo Roberto Alves Júnior não citou o pênalti marcado para o Tombense na súmula. Os registros são apenas dos cartões amarelos dados para Jean e Pedro Henrique por “Reclamar/protestar (verbalmente ou por gestos) ostensiva e ofensivamente contra a decisão da arbitragem – Reclamar de forma acintosa contra as decisões da arbitragem” após o lance.

Além disso, foi relatado na súmula também as expulsões dos jogadores Willian, Júnior Fialho e Yuri, além do técnico Dico Woolley, após o jogo e citou os xingamentos.

Árbitro é suspenso pela Comissão de Arbitragem

Por conta do erro contra o Retrô, Paulo Roberto Alves Júnior foi suspenso pela Comissão de Arbitragem da CBF. Assim, ele foi incluído no Programa de Assistência ao Desempenho da Arbitragem (PADA).

“A Comissão de Arbitragem da CBF resolveu suspender por tempo indeterminado o Árbitro Paulo Roberto Alves Júnior, por entender que o desempenho dele, na partida entre as equipes Tombense x Retrô, válida pela 2ª fase da Copa do Brasil 2023, foi abaixo dos padrões exigidos.”

“O referido oficial será incluído no Programa de Assistência ao Desempenho da Arbitragem”, afirma a nota divulgada pelo presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Luiz Seneme.

Sergipe se solidaria com o Retrô

No início da tarde desta quinta-feira, o Club Sportivo Sergipe emitiu um comunicado me que se solidariza com o Retrô. Recorde que o clube de Aracaju foi sumariamente prejudicado diante do Botafogo, com um erro de arbitragem que valeu a perda da classificação também na Copa do Brasil.

O Club Sportivo Sergipe se solidariza com a equipe do Retrô-PE pelo ocorrido no jogo dessa quarta-feira, 08/03, em mais um episódio onde um time nordestino é claramente prejudicado.

Estamos unidos na luta por um futebol nordestino mais forte.

Atenciosamente,
A Diretoria
Club Sportivo Sergipe

SUPERQUARTA – OS JOGOS DE SPORT, BAHIA, SANTA CRUZ E VITÓRIA/CEARÁ – RETRÔ