Dos 26 gols marcados pelo Náutico até aqui em 2023, 10 deles foram originados de bola parada. Ou seja, 38% dos tentos alvirrubros saíram a partir de cobranças de falta, escanteios ou pênalti. Uma arma que estava ‘adormecida’, mas que passou a ser fundamental para o Timbu – sobretudo no recorte dos últimos cinco jogos.
Contra o Salgueiro, no último domingo, o Náutico abriu o placar justamente em uma jogada de bola parada. Após escanteio cobrado pelo lateral-direito Diego Ferreira, o zagueiro Anilson apareceu no primeiro pau para subir mais alto, cabecear e fazer o gol. Em entrevista coletiva, Dado destacou a evolução da sua equipe neste quesito.
“Vou até falar abertamente. É até contraditório essa condição atual, porque se tinha uma coisa que eu falava para os meus jogadores que a gente precisava evoluir era nas bolas paradas – defensivas e ofensivas. E eu brincava com os caras dizendo: ‘a gente não está tocando nem na bola, precisamos mudar muito a nossa composição’. Investi um pouco mais de tempo em treinamento para termos uma bola padrão, ou seja, no direcionamento da bola, e uma entrada padrão, que é o direcionamento dos jogadores na entrada”, explicou Dado.
O treinador, inclusive, admitiu que a sua equipe passou a ter mais confiança com o recurso a partir do jogo ante o Vitória, onde o Timbu venceu com três gols originados de bola parada. Prova disso é que, desde a partida ante o Leão do Barradão, foram cinco partidas disputadas e quatro gols de bola parada no recorte.
“E a chave começou a mudar no jogo contra o Vitória. E a gente já consegue ter uma conexão muito clara do Souza com o Victor Ferraz. Embora não pareça, um dos caras mais importantes da nossa bola aérea é o Victor Ferraz. Não tem estatura, não tem força, não tem o gestual de cabeceio, mas tem o tempo preciso. Encontramos o tempo certo de bolas de primeiro pau do Souza no Victor, tanto em faltas laterais quanto em escanteios”, pontuou o treinador.
“Isso tem beneficiado a todos os jogadores. A confiança eleva mais a qualidade. Entendo que a gente realmente evoluiu, era algo que eu cobrei e trabalhamos um pouco. Abriu-se uma porta. Um gol fez com que a gente ganhasse um pouquinho mais de confiança e tivesse um entendimento melhor em relação a essas bolas lançadas na área, o que nos trouxe mais força e confiança para agredir essa bola”, finalizou Dado.
Um dos principais nomes do Náutico na bola parada, claro, é o do meio-campista Souza. Dos dez gols originados deste recurso na temporada, o atleta participou de sete – balançou as redes duas vezes, mas contribuiu com assistências ou com a cobrança que deu início ao tento.
Os gols do Náutico originados de bola parada
- Náutico 2×0 Belo Jardim – no primeiro gol, Souza cobra falta, o goleiro dá rebote, Jean Mangabeira escora e Matheus Carvalho completa
- Retrô 1×1 Náutico – Souza marca de pênalti
- Náutico 2×2 CRB – Souza marca em cobrança de falta
- Vitória 2×3 Náutico – No primeiro gol, Kayon cobra escanteio para Jean Mangabeira marcar de cabeça. No segundo gol, Souza cobra falta e o defensor do Vitória faz contra. Por fim, no terceiro Souza cobra falta na cabeça de Victor Ferraz, que não desperdiça
- Fortaleza 2×1 Náutico – Jael marca de pênalti
- São Bernardo 0x1 Náutico – Souza cobra falta para Denílson desviar e fazer o gol da classificação
- Náutico 2×1 Vila Nova – no segundo gol do Náutico, Souza cobra escanteio, há um bate rebate na área e a bola sobra para Nathan, que finaliza e faz o tento da classificação
- Náutico 2×0 Salgueiro – o Timbu abre o placar com Anilson, após escanteio cobrado por Diego Ferreira
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