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Pelo tri: Ceará se acostuma com finais e busca consolidação entre os maiores campeões do Nordeste

Felipe Santos/Ceará Sporting Club

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Alvinegro reedita decisão contra o Sport nove anos depois de disputar a sua primeira final

O quanto é possível crescer em quase uma década? Muito se projeta, é verdade. Mas o Ceará pode dizer que tem noção exata. Nove anos depois, o clube cearense está prestes a disputar a sua quinta final de Copa do Nordeste – todas a partir de 2014. Ano esse, diga-se, que decidiu contra o Sport, rival desta atual edição. E perdeu. O revés, no entanto, a longo prazo, foi recompensado.

Não só em títulos. O Mais Querido deixou para trás as fronteiras do estado, escalou prateleiras dentro do Nordeste e se apresentou – ainda mais – para o futebol brasileiro. Mas, qual caminho foi percorrido pelo Ceará no período? O que mudou? O que significou cada etapa passada?

O NE45, em parceria com Lel Fontenele, cearense e analista do Podcast45, destrinchou a caminhada do Alvinegro na última década. Em uma espécie de linha do tempo, a trajetória alvinegra foi detalhada em ‘sete capítulos’. Confira abaixo:

2013

Alvinegro perdeu para o ASA, no Castelão, pela semifinal. Crédito: Divulgação/CNE

Depois de deixar o Vitória para trás, o Ceará se viu próximo de fazer história. Ainda mais depois de empatar em 3 x 3 no jogo de ida, em Arapiraca. Mas o ASA foi valente. Nem mesmo a pressão de um Castelão ocupado por 52.207 torcedores parou a equipe alagoana. E nem mesmo consolou o time alvinegro.

Apesar de jogar pelo empate por até dois gols, o Mais Querido foi derrotado por 1 x 0, com gol de Léo Gamalho, e deu adeus à chance de faturar a Copa do Nordeste pela primeira vez. O golpe foi duro. Mas representou o resgate de uma grande história na competição.

Time-base
Fernando Henrique; Eric, Douglas Mendes, Rafael Vaz e Vicente; Diego Orlando, João Marcos, Ricardinho e Válber; Mota e Magno Alves. Técnico: Leandro Campos.

O que significou?

Para Lel Fontele, analista do Podcast 45 e testemunha ocular da eliminação de 2013, a eliminação para o ASA, apesar de dolorida, foi parte de um processo de retomada do clube enquanto instituição. Um revés que ensinou e fortaleceu o Ceará para vencer no futuro.

“Era um momento de reconstrução que vinha desde 2008, com a administração de Evandro Leitão. Teve a Série A em 2009, mas se sabia que era um acesso com uma probabilidade de descenso rápido muito grande. O clube não tinha estrutura para uma Primeira Divisão. Então, o sentimento era de querer se estabilizar regionalmente”, avaliou.

“No fundo, o torcedor do Ceará sentia que só era possível almejar algo a nível estadual. Aí, vem 2013, quando alcança uma semifinal contra o ASA. A derrota deixou um gosto de que aquele time poderia ir além. Ficou a sensação de que seria uma boa chance de título”, completou.

2014

Cearenses foram derrotados na Ilha do Retiro, no 1º jogo. Crédito: Divulgação/CNE

Quis o destino que a primeira final de Copa do Nordeste viesse justamente depois do golpe sofrido em 2013, contra o ASA. Um ano depois. E o roteiro parecia ter sido feito para um final feliz favorável ao Alvinegro. Mas não foi o que aconteceu. Pela frente, o Sport, acostumado com o protagonismo no Nordeste e já bicampeão regional.

Na ida, uma derrota contundente. Um 2 x 0 justo e que deixou a equipe pernambucana com ao menos uma mão na taça. Na volta, a vibração do Castelão por uma retomada não foi suficiente. Magno Alves até abriu o placar, mas o Rubro-Negro logo empatou e sustentou o resultado que garantiu o tricampeonato.

Time-base
Luis Carlos; Samuel Xavier, Anderson, Sandro e Vicente; Amaral, Ricardinho e Souza; Assisinho, Magno Alves e Bill. Técnico: Sergio Soares.

O que significou?

Para Lel Fontenele, o sentimento após o revés contra o Sport foi dividido. Ao mesmo tempo em que lamentou o título escapado, entende que o Ceará deu mais um passo rumo à consolidação à nível regional. Um processo, acima de tudo.

“Pessoalmente falando, a minha sensação era de que tínhamos perdido uma chance que nunca mais teríamos. Um sentimento semelhante ao da Copa do Brasil de 94, contra o Grêmio. A maior tristeza nem foi pela perda do título em si, mas por imaginar que não conseguiríamos chegar novamente tão cedo. Mas o crescimento estava ali”, lembrou.

2015

Alvinegros comemoram conquista. Crédito: Edson Pio/FCF

A campanha que colocou o Ceará na prateleira dos clubes campeões do Nordestão teve todos os elementos para ser inesquecível. Um título conquistado de forma invicta e desbancando adversários tradicionais da Região – o até então maior campeão, Vitória, nas semifinais, e o Bahia na grande decisão. De fato, de direito e merecido.

Na finalíssima, dois triunfos indiscutíveis. Venceu lá e cá. Em Salvador, diante de uma Fonte Nova lotada, não só segurou o Esquadrão como saiu vitorioso, com gol do experiente Ricardinho. A grande vantagem conquistada abriu possibilidade de ser campeão com um empate simples, no Castelão – que foi tomado por 63.903 pessoas.

O Vovô, no entanto, fez mais. Com gols de cabeça dos zagueiros Charles e Gilvan, voltou a vencer o Bahia, desta vez por 2 x 1. Ali, se consagrava uma campanha irretocável: em 12 jogos, venceu sete e empatou cinco. Marcou 16 gols e sofreu oito. E contou com o vice-artilheiro do certame, o atacante e ídolo Magno Alves, que balançou a rede cinco vezes.

Time-base
Luís Carlos; Samuel Xavier, Gilvan, Charles, Sandro Manoel e Fernandinho; Uillian Correia e Ricardinho Assisinho, Wesley e Magno Alves. Técnico: Silas Pereira.

O que significou?

Para Lel Fontele, o momento decisivo, comparado às temporadas de 2014/15, foi de menor pressão. Apesar do grande desejo de entrar na história – e ver o Ceará crescer regionalmente. Ali, a sensação foi de estar subindo mais um degrau.

“Precisávamos ganhar para existir no Nordeste enquanto um time campeão. Colocar o nosso nome naquela prateleira de times que já havia levantado a taça. Foi muito importante. Lembro de ter sido um sentimento diferente do que vivemos em 2014”, disse.

“Foi uma final que estávamos mais tranquilos, sim. Também por não ser uma novidade. Vivemos as semifinais e a disputa de uma decisão antes. Era realmente uma sensação de estar vivendo um processo de crescimento do clube. Dando mais um passo. Não era mais uma chegada ao acaso”, explicou.

2020

Ceará voltou a despachar o Bahia em repeteco de 2015. Crédito: Felipe Santos/CSC

A retomada do Nordeste em 2020 teve um sabor especial. Além do reencontro com os baianos cinco anos depois, o Ceará ainda despachou o rival Fortaleza na semifinal. Um roteiro preparado com carinho para o bicampeonato regional. O Vozão ainda repetiu o feito de 2015, quando foi campeão de forma invicta.

Na partida de ida, o time comandado pelo técnico Guto Ferreira tratou de conquistar boa vantagem. Um triunfo por 3 x 1, de virada. Na oportunidade, Fernandão anotou para os baianos, enquanto Fernando Sobral, Cléber e Mateus Gonçalves marcaram para o Alvinegro.

No jogo de volta, novamente em Pituaçu, o Ceará dispensou jogar com o ‘regulamento debaixo do braço’ e voltou a vencer o Esquadrão, desta vez por 1 x 0, com novo gol de Cléber, o artilheiro da decisão.

Time-base
Fernando Prass; Samuel Xavier, Klaus, Luiz Otávio e Bruno Pacheco; William Oliveira, Fabinho, Vina e Fernando Sobral; Leandro Carvalho e Cléber. Técnico: Guto Ferreira.

O que significou?

Para Lel Fontenele, o bicampeonato foi importante, principalmente, por impulsionar o Ceará na prateleira dos campeões do Nordeste. O clube deixou para trás clubes como América-RN, Campinense, Santa Cruz e Sampaio Corrêa, que faturaram a competição apenas uma vez.

“Além de eliminar o rival na semifinal e se tornar o primeiro clube cearense a ser bi, foi de extrema relevância por termos deixado um escalão de times para trás. Uma taçaque veio depois de um tempo, mas que elevou ainda mais o clube a nível regional. Ainda atrás do trio mais poderoso em termos de título, mas por ali”, destacou.

2021

Ceará foi superado pelo Bahia. Crédito: Felipe Oliveira/ECB

Um ano depois, o Ceará conquistou a oportunidade de brigar diretamente pelo tricampeonato. E, mais uma vez, teve o Bahia pelo caminho. O bom retrospecto diante dos baianos em decisões, no entanto, não sorriu para os cearenses desta vez. E o taça ficou em Salvador.

Depois de abrir boa vantagem no jogo de ida, com um 1 x 0, garantido por Jael, o Alvinegro foi derrotado por 2 x 1 na partida de volta, com os gols tricolores anotados por Rodriguinho e Gilberto. Nos pênaltis, o Esquadrão contou com o brilho do jovem goleiro Matheus Teixeira, determinante para o tetracampeonato.

Time-base
Richard; Gabriel Dias, Messias, Luiz Otávio e Bruno Pacheco; Pedro Naressi, Willian Oliveira, Vina e Lima; Mendoza e Felipe Vizeu. Técnico: Guto Ferreira.

O que significou?

Para Lel Fontenele, vale destacar a importância de ter alcançado mais uma final. Apesar do revés, o Mais Querido se colocou como figura frequente em decisões, o que também fomenta o crescimento do clube na Região. A derrota não foi capaz de impedir que a equipe alvinegra colocasse ‘mais um tijolo’ no processo.

2023

Ceará se prepara para disputar 5ª final. Crédito: Felipe Santos/CSC

Fazendo grande início de temporada, o Ceará terá justamente o Sport, adversário na primeira final, na decisão da Copa do Nordeste. E chega com moral. Com apenas duas derrotas na atual edição da competição, o Alvinegro encerrou a primeira fase com a melhor campanha isolada do Grupo B.

No mata-mata, despachou, assim como em 2020 – na campanha do bicampeonato – o rival Fortaleza, em jogos de ida e volta. No recorte do restante da disputa, entrou em campo 10 vezes, com sete vitórias somadas e um empate.

No elenco comandado pelo técnico paraguaio Gustavo Morínigo, vale destacar a temporada brilhante do atacante Erick. O ponta de 25 anos tem 17 participações em gols em 19 jogos, sendo um dos grandes nomes da boa temporada do Ceará.

Time-base
Richard; Warley, David Ricardo, Tiago Pagnussat e Willian Formiga; Richardson, Arthur Rezende e Guilherme Castilho; Erick, Janderson e Vitor Gabriel. Técnico: Gustavo Morínigo.

O que significa?

Para Lel Fontenele, o que impulsiona o Ceará na busca do tricampeonato é a possibilidade de se consolidar. Acostumado, hoje, com finais, o Alvinegro já não carrega o mesmo peso de nove anos atrás, no primeiro encontro com os pernambucanos.

“É um processo. E relembra muito o primeiro titulo. Assim como aquele tinha uma representatividade grande, o terceiro nos colocaria em um patamar de aproximação com clubes como Sport, Bahia e Vitória e nos afasta do escalão ocupado por América-RN, Campinense e outro”, analisou.

“Antes, era preciso ganhar o primeiro para existir a nível regional como um vencedor. Agora, não. Caso vença, vem com uma consolidação de se colocar entre os maiores campeões. É uma busca diferente. Não é mais uma chegada esporádica. Já são cinco finais. A sensação é de ser algo estabelecido, que podemos viver outras vezes”, finalizou.

Campanhas nacionais e internacionais

Nesta quase uma década, o Ceará também cresceu para além das fronteiras do Nordeste. No recorte dos últimos nove anos, por exemplo, o clube cearense passou cinco deles na elite do futebol brasileiro. Cenário bem diferente do que vivia quando disputou a sua primeira final de Nordestão, em 2014.

Ali, se preparava para a competir em sua terceira temporada consecutiva na Série B – desde a queda em 2011. O calvário alvinegro, diga-se, se estendeu até 2017, quando conseguiu o terceiro acesso da sua história e voltou a figurar entre os 20 principais times do país. E ali ficou.

Alvinegro se destacou na disputa da Sul-Americana. Crédito: Felipe Santos/CSC

De forma inédita, o Alvinegro emplacou cinco temporadas consecutivas na Primeira Divisão, com direito a escrever páginas importantes da sua história na Copa Sul-Americana. Na edição de 2022, por exemplo, alcançou a melhor campanha da competição no novo formato. Deixou a disputa quartas, quando foi eliminado nos pênaltis pelo São Paulo.

Sport x Ceará, o repeteco na final da Copa do Nordeste. Em 2023, tetra ou tri

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