Auditor do STJD pediu a abertura de processo disciplinar após encontrar “fortes indícios” em jogos que envolvem Vila Nova, Sport, Sampaio e Londrina

Dois jogos da Série B do Campeonato Brasileiro 2022 parecem que estão longe de terminar. Pelo menos no campo jurídico. Nesta quinta-feira (27), Maurício Neves Fonseca, auditor processante do inquérito que investiga suposta manipulação de resultados na partida entre Vila Nova x Sport e Sampaio Corrêa x Londrina, enviou para a Procuradoria a conclusão determinando a abertura de processo disciplinar no Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD). Ambas as partidas estão sendo investigadas na Operação Penalidade Máxima.

Segundo o auditor, foram identificados, nos dois jogos válidos pela última rodada do Segundona do ano passado, fortes indícios na participação de atletas no esquema de manipulação.

As provas foram enviadas ao Ministério Público de Goiás, responsável pela Operação Penalidade Máxima, que investiga a participação de atletas na manipulação de resultados e os processos correm em segredo de justiça.

Segundo nota divulgada pelo STJD, a conclusão será analisada pela Procuradoria da Justiça Desportiva e os envolvidos serão denunciados e julgados com base no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).

Entre os nomes envolvidos na segunda parte da Operação Penalidade Máxima, desencateada no dia 18 de abril, está o do lateral-esquerdo Igor Cariús, do Sport, e do zagueiro Paulo Miranda, que pediu a rescisão de contrato do Náutico após seu nome vir a público. Vale lembrar que ambos não estavam nos clubes pernambucanos no ano passado. E o suposto envolvimento teria acontecido quando ambos defendiam Cuiabá  e Juventude, respectivamente.

O início da investigação

No dia 14 de fevereiro deste ano, a operação Penalidade Máxima iniciou uma série de ações visando esclarecer uma suposta manipulação de resultados na Série B do Campeonato Brasileiro de 2022. Entre os alvos estava o meia Romário, de 20 anos, que estava no Vila Nova na temporada passada.

Ele teria sido procurado para colaborar com a alteração do jogo envolvendo o Vila Nova contra o Sport. Romário, entretanto, não foi relacionado para a partida. Após tomar conhecimento, o próprio clube goiano rescindiu o contrato alegando “ato de indisciplina” grave e denunciou o caso ao Ministério Público de Goiás.

Como Romário acabou não participando do jogo, acabou sendo cobrado pelos manipuladores pelo prejuízo. Outro jogador envolvido no Vila Nova foi o volante Domingos. Sua participação teria sido o empréstimo da sua conta para receber os valores dos manipuladores.

Segundo a investigação, um grupo tentava convencer jogadores a manipular os resultados tomando cartões, cedendo escanteios e até mesmo no placar na partida. Cada jogador poderia receber até R$ 150 mil por aposta, sendo ela uma parte do prêmio total ganho.

Expulsões

A partida entre Vila Nova x Sport também chamou a atenção por outro motivo. Seis jogadores rubro-negros foram expulsos do jogo: Fabinho, Ronaldo Henrique, Denner, Gustavo Coutinho, Vagner Love e Luciano Juba. Vale deixar claro que, até o momento, não há qualquer tipo de relação de que as expulsões estejam envolvidas na denúncia.