Jael, do Náutico, diz que foi ameaçado de morte por membro de organizada em invasão ao CT: “Vou te matar”

Facção invadiu o CT Wilson Campos na última sexta-feira, um dia antes de Náutico x São José

Autor de um dos gols na vitória do Náutico por 2 x 1 contra o São José-RS, o atacante Jael desabafou e revelou que foi ameaçado de morte por membro de organizada durante uma invasão no CT Wilson Campos na última sexta-feira. Em publicação no Instagram, o jogador deu detalhes das cenas de horror vividas enquanto estava junto com o elenco alvirrubro e a direção no auditório do local.

Ainda durante o desabafo, Jael deu mais detalhes sobre a invasão. Segundo informou o atacante, um grupo invadiu o auditório, quase que arrombando a sala onde os atletas, comissão e direção estavam reunidos.

Quando o grupo invadiu o auditório, não houve ameaça de início, com todos os presentes ouvindo, conforme relatou Jael. Contudo, o cenário mudou.

Segundo informou o atacante em sua conta oficial, dois membros da organizada fizeram ameaças de morte ao centroavante. “Uma dessas pessoas, bastante exaltada por sinal, proferiu a seguinte frase: ‘Olha bem na minha cara que eu vou te matar e sei onde você mora'”, diz trecho do desabafo do centroavante.

“Um outro torcedor, igualmente exaltado, também me ameaçou, além de dar um tapa na perna. Em seguida, mais uma vez, voltou a falar que iria me matar. Não reagi em momento algum, porque estava equilibrado e sabia o que uma atitude errada poderia ocasionar em um momento como aquele”, diz outro trecho do relato do atacante.

Atacante do Náutico diz que prestou queixa contra membros da organizada

Ainda durante o desabafo, o centroavante cita outros casos de ameaças contra jogadores no futebol brasileiro e questiona: “Até quando isso?”. Jael também revela que prestou queixa na delegacia contra os dois membros da organizada e destaca que segue focado em ajudar o Náutico.

“Quero deixar claro que prestei queixa hoje contra esses dois torcedores que estavam representando a torcida organizada Fanáutico. Mesmo recebendo essas ameaças continuo com o meu pensamento em querer ajudar o Náutico a conquistar o seu maior objetivo no ano. Vou dar o meu melhor todas as vezes que entrar em campo para representar essa camisa”, disse o jogador.

Entenda como aconteceu a invasão ao CT do Náutico

Cerca de 30 membros de uma organizada do Náutico estiveram na invasão ao CT Wilson Campos. Eles conseguiram entrar no auditório Rômulo Pontes, onde o elenco alvirrubro assistia vídeos em preparação para o duelo contra o São José-RS, neste sábado (6), nos Aflitos, às 19h, pela Série C.

Inicialmente, o grupo havia sido barrado na portaria principal do CT Wilson Campos. Nesse momento, a Polícia Militar foi acionada e até fez um “baculejo” nos membros.

Porém, minutos depois, o grupo invadiu pela outra portaria, de acordo com a diretoria alvirrubra. Os membros da organizada soltaram fogos perto do auditório de onde o elenco se preparava para o jogo deste sábado. Ao entrarem no auditório, eles cobraram a direção de futebol e alguns jogadores.

Na semana retrasada, a organizada já havia ido ao CT para conversar com a diretoria. Eles foram recebidos por Léo Portela, Nei Pandolfo e Rodolpho Moreira.

Após a partida contra o São José-RS, o técnico Dado Cavalcanti falou sobre o ocorrido e se mostrou bastante indignado com a invasão.

“Não vou me aprofundar. Só fico um pouco triste com a condição porque tem gente que ainda acha que ajudou, que o time ganhou porque aconteceu aquilo. A pior derrota nossa foi contra o Salgueiro aqui, onde fomos eliminados dentro de casa nos pênaltis, e não houve invasão de CT nenhum. Ninguém fez o que fizeram dessa vez. E o jogo da sequência foi contra o Cruzeiro, onde vencemos o jogo”, disse Dado.

“Então, só mandando a mensagem, porque tem uns filhos da p… que acham que só ganhamos o jogo porque os caras foram na porta do auditório. Só atrapalharam. Perdemos um dia de trabalho”, completou o treinador.

Leia, na íntegra, o desabafo de Jael

Venho aqui esclarecer algumas coisas que aconteceram na última sexta-feira (5 de maio). Optei por não falar nada após o jogo contra o São José-RS e nem durante os dias seguintes, mas decidi falar hoje.

Como muitos de vocês já sabem, na sexta-feira houve uma invasão ao nosso CT – meu ambiente de trabalho e todo o elenco, comissão técnica e funcionários do Náutico. Um grupo de pessoas invadiu o nosso auditório, praticamente arrombando a sala de reunião para poderem ter acesso.

Quando entraram, todos que estavam presentes no auditório os escutaram. Até então sem qualquer ameaça. Até que, em determinado momento da conversa, duas pessoas, que estavam representando a torcida organizada “Fanáutico” vieram me ameaçar de morte.

Uma dessas pessoas, bastante exaltada por sinal, proferiu a seguinte frase: “olha bem na minha cara que eu vou te matar e sei onde você mora”.

Um outro torcedor, igualmente exaltado, também me ameaçou, além de dar um tapa na perna. Em seguida, mais uma vez, voltou a falar que iria me matar. Não reagi em momento algum, porque estava equilibrado e sabia o que uma atitude errada poderia ocasionar em um momento como aquele.

Até quando isso?

Recentemente foi com o Willian e com o Cássio do Corinthians. Ambos ameaçados por conta do FUTEBOL. Isso sem falar nos tantos outros casos que acontecem diariamente, mas que não são expostos na mídia.

Quero deixar claro que prestei queixa hoje contra esses dois torcedores que estavam representando a torcida organizada Fanáutico.

Mesmo recebendo essas ameaças continuo com o meu pensamento em querer ajudar o Náutico a conquistar o seu maior objetivo no ano. Vou dar o meu melhor todas as vezes que entrar em campo para representar essa camisa.

Um abraço a todos e que Deus abençoe a todos vocês. Firme e constante! #DeusnoControle

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