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Perfil: Marta, a maior de todos os tempos, vai para sua última Copa do Mundo e segue fazendo história no futebol feminino

Futebol Feminino, AL, CSA, Futebol de Mulheres, Nordeste, Seleção Brasileira, Últimas

Por Klisman Gama

Por Klisman Gama

Postado dia 24 de julho de 2023

A alagoana é dona de vários recordes e feitos históricos, com títulos e muita habilidade que a tornam a Rainha do Futebol

A maior jogadora de futebol de todos os tempos. A Rainha Marta. Seis vezes eleita a melhor jogadora do mundo. Maior artilheira de todas as Copas do Mundo entre mulheres e homens. Dona de uma canhota mágica, a alagoana de Dois Riachos disputa a sua sexta Copa do Mundo, a última da carreira. Mas deixará um legado enorme com a Seleção Brasileira.

O NE45 traz o perfil da Rainha Marta, a maior personagem do futebol feminino mundial, e que está também no seleto grupo de maiores esportistas da história. Não só no Brasil, mas em todo o planeta. Saindo daqui do Nordeste, orgulhando e representando as suas origens.

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Rainha do Futebol ainda terá mais um capítulo a escrever na Copa do Mundo 2023, na Austrália e Nova Zelândia. Foto: Thais Magalhães/CBF

Qual a história de Marta?

Nascida em 19 de fevereiro de 1986, no município de Dois Riachos, Sertão alagoano, Marta Vieira da Silva é a caçula de um família humilde. Ela foi criada pela mãe, dona Tereza, e seus três irmãos mais velhos: Ângela, José e Valdir.


Desde cedo, bem antes de alcançar o posto de majestade, Marta já tinha um grande amor pelo futebol. Jogava bola com os meninos na sua cidade e, apesar da resistência encontrada por ser uma menina jogando no meio dos garotos, ela sempre se destacou. Assim seguiu e treinou numa escolinha de futsal, com o seu primeiro treinador, Tota.

Lá ela treinou e manteve seu destaque e chegou a tentar disputar um torneio na cidade de Santana do Ipanema, vizinha a Dois Riachos. Mas acabou sendo proibida de jogar por alterarem o regulamento da competição, impossibilitando de que uma menina jogasse em meio aos meninos.

Marta, Rainha do Futebol, em foto ainda na sua infância
Desde criança a alagoana tinha uma grande paixão pelo futebol e lutou bastante por isso. Foto: Arquivo Pessoal de Marta

Isso não fez a futura Rainha do Futebol desistir. Com a ajuda de amigos na cidade, conseguiu arrecadar dinheiro para viajar até o Rio de Janeiro, onde, aos 14 anos, conseguiu passar em uma peneira no Vasco da Gama. E por lá permaneceu.

Foram três anos no clube carioca até 2003, quando o projeto do futebol feminino foi encerrado por lá. Depois, conseguiu jogar pelo Santa Cruz-MG, antes de rumar para o futebol da Suécia. Lá ela alçou voos ainda mais altos.

No Umea IK, da Suécia, passou cinco anos e conquistou uma Champions League, dois troféus do Campeonato Sueco e uma Taça Feminina da Suécia. Mas foi também o período do auge na Seleção Brasileira, refletido em medalhas históricas.

Em 2004, aos 18 anos, ela liderou a Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de Atenas, onde o Brasil conquistou a medalha de prata, após ser batido pelos Estados Unidos. Na Olimpíada de Pequim, em 2008, a Canarinho também fez outra grande campanha e novamente ficou com a prata, também diante das norte-americanas.

Nesse mesmo período, conseguiu também o vice-campeonato da Copa do Mundo de 2007, disputada na China, ao perder da Alemanha. A melhor campanha da Seleção Brasileira, até o momento, na história dos Mundiais. Além disso, Marta foi a artilheira do torneio, com sete gols marcados.

Mas houve uma conquista em 2007, a do Pan-Americano do Rio de Janeiro. Diante do Maracanã lotado, o Brasil goleou os Estados Unidos por 5 x 0 e levou a torcida brasileira ao delírio, numa sinergia enorme. Antes, em 2003, Marta também fez parte do elenco que levou o ouro no Pan de Santo Domingo.

Marta cobra pênalti contra a Itália, na Copa do Mundo de 2019
Marta acumula 20 anos de história na Seleção Brasileira. Foto: Assessoria/CBF

Em 2009, Marta saiu do futebol sueco e rumou para os Estados Unidos, no Los Angeles Sol, artilheira e vice-campeã nacional. Depois de uma temporada por lá, defendeu o Santos por três meses em 2010. Tempo suficiente para conquistar a Libertadores feminina e a Copa do Brasil. No mesmo ano, jogou no FC Gold Price, com artilharia e título da liga estadunidense.

Em 2011, defendeu o Santos novamente, em outra passagem meteórica, e foi ao Western New York, também conquistando a liga dos Estados Unidos. No ano seguinte, a camisa 10 voltou à Suécia, onde vestiu a camisa do Tyresö FF por dois anos e meio, e por mais três anos e meio, jogou no FC Rosengard. Período que rendeu mais três taças do Campeonato Sueco e duas Supertaça Feminina da Suécia.

Pela Seleção Brasileira, Marta tentou, mas a Canarinho acabou eliminada nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2011, na Alemanha, para os Estados Unidos. Nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, o Brasil caiu nas quartas para o Japão.

Marta ergue o troféu da Copa América Feminina de 2018
Marta tem três títulos da Copa América com a Seleção Brasileira: 2003, 2010 e 2018, ano desta imagem. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Em 2015, no Mundial do Canadá, a Amarelinha ficou novamente nas oitavas, desbancada pela Austrália. Na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, a Seleção Brasileira parou nas semifinais, quando caiu para a Suécia. Na decisão do bronze, perdeu para o Canadá.

Mas no ano seguinte, Marta resolveu voltar aos Estados Unidos, defendendo o Orlando Pride, onde joga até hoje. Em 2019, disputou sua 5ª Copa do Mundo, na França, onde quebrou o recorde de artilharia dos Mundiais, mas o Brasil acabou ficando nas oitavas de final, pela França.

No ano de 2021, a Rainha do Futebol também esteve presente na disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio, onde o Brasil lutou muito, mas ficou nas quartas de final, caindo para o Canadá, que viria a conquistar a medalha de ouro mais na frente.

Agora, na Austrália e Nova Zelândia, Marta disputa sua última Copa do Mundo. No próximo ano, em Paris, pode ser que se despeça da Seleção Brasileira na Olimpíada de Paris. Ainda não é certo, mas quanto mais pudermos ver a Rainha do Futebol em campo, melhor para todos.

Quantas vezes Marta foi eleita a melhor jogadora do mundo?

Ao todo, Marta foi eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo. Recorde entre todas as atletas no futebol feminino. Além disso, ela possui outras marcas impressionantes.

A sequência de prêmios entre 2006 e 2010 a tornou a jogadora com mais títulos de melhor do mundo consecutivos, cinco ao todo. Recorde em todo o futebol. O sexto troféu veio em 2018. A Rainha Marta foi a 2ª melhor do mundo em 2005, 2011, 2012, 2014 e 2016. Ela também ficou no 3º lugar em 2004 e 2013.

Outro grande feito de Marta é que ela esteve entre as três melhores jogadoras do mundo durante 11 temporadas consecutivas, de 2004 até 2014. Se somarmos a todas as vezes em que ela esteve entre as três melhores do mundo, são 13 temporadas. Até então algo inédito no futebol feminino e que mostra o alto nível que a Rainha impôs no esporte.

Marta posa ao lado dos seus seis troféus de melhor jogadora do mundo
Marta é recordista no futebol feminino de prêmios de melhor do mundo. São seis troféus conquistados. Foto: Reprodução/Instagram de Marta

Quantos gols Marta tem na carreira?

Ao todo, Marta tem 293 gols em 484 jogos oficiais disputados na sua carreira. De todos esses gols, foram 119 gols em 183 jogos pela Seleção Brasileira. Isso torna a alagoana a maior artilheira da Canarinho entre mulheres e homens.

Outro recorde de grande destaque para a Rainha do Futebol é que Marta se tornou, em 2019, a maior artilheira em Copas do Mundo, entre a feminina e a masculina. Ao todo, são 17 gols marcados em cinco edições de Mundiais, ultrapassando o recorde de Miroslav Klose, da Alemanha. Agora, a expectativa é que ela possa aumentar ainda mais no Mundial da Austrália e Nova Zelândia.

Foram três gols na Copa do Mundo de 2003, sete gols na Copa de 2007, quatro gols no Mundial de 2011, um gol na Copa do Mundo de 2015 e dois gols na Copa de 2019. Somando assim os 17 tentos marcados até agora. Caso Marta marque nesta edição, se torna a única pessoa a marcar gols em seis Copas do Mundo diferentes.

Estes são os últimos passos da Rainha Marta nos campos de futebol e todos temos o privilégio de poder acompanhar todos os feitos desta alagoana, dona de uma habilidade e feitos únicos. Que todos possamos saudar a majestade, que saiu da nossa terra. Do nosso Nordeste.

Marta é abraçada por Rafaele, zagueira do Brasil
Espelho, inspiração e uma grande líder e companheira. Esse é o sentimento que Marta desperta nas atletas que jogam com ela na Seleção Brasileira. Foto: Thais Magalhães/CBF
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