O Sport engatou quatro vitórias seguidas, ao superar o Novorizontino por 1 x 0 e reassumir a liderança da Série B. Depois do jogo, Enderson Moreira comemorou o resultado e analisou os defeitos do time, com decisões erradas no ataque e postura muito recuada no sim. Ele também falou sobre Edinho e Labandeira, sobre as lesões e evitou fazer projeções de pontuação.
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— Sport Club do Recife (@sportrecife) August 5, 2023
Estreia do nosso manto #SportFino como Ariano Suassuna merece: com vitória!
Felipinho marca e o Leão vence o Novorizontino por 1 a 0, na Ilha do Retiro, pelo Campeonato Brasileiro! pic.twitter.com/G2ZeIy1R0w
Sport x Novorizontino
Questionado sobre as dificuldades do Sport em campo, Enderson Moreira reforçou a qualidade do adversário, mas afirmou que o Leão não é um time pronto. “Falta muita coisa ainda no Sport. A competição é extremamente difícil. O Novorizontino é a equipe que mais pontuou fora de casa”.
O treinador continuou e disse que o Sport teve dificuldade na tomada de decisões no ataque. “A gente tinha na cabeça o que era o jogo: eles vão subir as linhas para tentar nos marcar mais em cima, pressionar nossas saídas. Mas se a gente furar essa pressão, também escancara. E a gente criou situações, mas é que tomamos decisões equivocadas”.
Para ele, parte disso acontece por causa do desgaste. “Se a gente tivesse tido mais tempo, poderia ter preparado estrategicamente alguma coisa diferente, só que mal conseguimos estar em condições de jogar. Não só nós, o Novorizontino também. Você vê que no finalzinho estava todo mundo caindo pelo esforço que foi feito”.
Sobre a reta final, o treinador do Sport também teceu crítica à postura defensiva do time. “Depois do gol, a gente poderia ter trabalhado melhor a bola. A gente teve possibilidade, mas entramos numa roda de querer segurar, administrar o resultado e acabamos desperdiçando várias situações que a gente poderia ter mantido a posse, jogado, feito os caras correrem”.
Ainda assim, ele tratou isso como algo natural. “Mas é aquele lado que o emocional às vezes fala mais alto que o racional. A racionalidade cai em virtude daquela coisa de ‘vamos segurar o resultado, já está aqui, 1 x 0’. A gente poderia ter sustentado um pouquinho melhor”.
![Felipinho comemora gol pelo Sport contra o Novorizontino](https://ne45.com.br/wp-content/uploads/2023/08/Felipinho-Sport-x-Novorizontino-1.jpg)
Lesões de Michel Lima, Eduardo e Felipinho
Para o jogo deste sábado, o Sport não contou com o atacante Michel Lima e ainda perdeu os laterais titulares, Eduardo e Felipinho, com lesões durante a partida. Falando da situação dos três desfalques, Enderson Moreira minimizou a situação e relacionou lesão e desempenho.
“A performance e a lesão andam muito próximas. É muito tênue entre o rendimento e ultrapassar o limite e ter uma lesão. Então, o tempo de recuperação do jogo passado para este foi mínimo. A gente sabia que o alerta estava ligado para algumas situações”.
Segundo ele, a situação do atacante foi apenas um trauma na partida contra o Vila Nova, sem relação com desgaste, mas com pouco tempo hábil para recuperação. Quanto aos laterais, o treinador do Sport afirmou que o time não pode ter medo de lesão.
“A gente não pode ter medo de ter as lesões, porque a performance depende desse nível de estresse da musculatura. O Felipinho conseguiu chegar hoje no lance do gol com força para poder finalizar. A gente sempre tenta, de alguma forma, que se acontecer a lesão, ela possa ser de um grau menor, que o atleta fique pouco tempo fora”.
Assim, Enderson lembrou que a situação dos jogadores precisará ser analisada pelo DM do Sport, quando da reapresentação do elenco. “Tem que esperar pelo menos 48h para poder fazer um exame mais preciso, ver o que é, qual vai ser a reação dos atletas”.
![Atacante Vagner Love em lance de jogo Sport x Novorizontino na Série B 2023](https://ne45.com.br/wp-content/uploads/2023/08/Vagner-Love-Sport-x-Novorizontino.jpg)
Leia mais da fala de Enderson Moreira
Revezamento entre Edinho e Labandeira
“Qualquer jogador tem momentos muito bons, momentos que não são tão bons assim. O Facundo vem de um momento inativo muito maior. O Edinho, neste ano, já jogou muito mais que no ano passado. Então é sempre uma situação que a gente tem sempre que estar muito atento”.
“E é uma função que exige muito fisicamente. Quase nunca vamos ver um jogador fechar os 90 minutos ali. Normalmente quando dá 60 minutos, já está na hora de trocar, porque a função, dentro do nosso sistema, é muito desgastante. É o cara da profundidade, que recebe as bolas nos espaços e tem que retornar”.
“Por isso que é uma característica muito especial que a gente tem e a gente tem trabalhado essa alternância para que a gente possa sempre contar com um jogador bem descansado para fazer essa função”.
Decisões erradas do ataque do Sport
“Mas teve contra-ataque de quatro contra dois, teve várias situações que se a gente tivesse aproveitado um pouquinho, talvez tivesse criado um placar diferente. Acho que o Vagner (Love) teve boas oportunidades hoje de passe, receber a bola, construir”.
“Ali é um momento do atleta, a tomada de decisão é muito difícil. É muito difícil para o atleta que corre e ali ter que tomar a decisão. Para a gente que está fora, é fácil falar ‘tinha que ter cruzado’, mas o que o atleta enxerga naquele momento é totalmente diferente da gente. Por isso que eu tenho muito respeito pelos atletas na tomada de decisões”.
Queda de desempenho em relação ao início do ano
“Nós estamos indo para 53 jogos. Estamos passando por um processo em que tudo pesa. Uma temporada inteira, decisões importante. A Série B é muito difícil. As pessoas às vezes menosprezam a competição. Os jogos tem muita briga, tem disputa”.
“A gente sabia que não ia conseguir manter o mesmo nível de atuação de alguns momentos atrás. As competições são diferentes, o nível técnico é diferente. Estamos chegando em um momento que quase todas as equipes se reforçaram na janela, fizeram bons investimentos”.
“Tem clubes pagando R$ 6 milhões, R$ 3 milhões para contratar jogador. Na Série B, eu nunca tinha visto isso, eu não me lembro, pode ter acontecido quando tinha um Cruzeiro, Grêmio, Inter. O nível da competição está cada vez mais difícil, as equipes são bem montadas, bem treinadas”.
“O Eduardo (Baptista) é prova disso. O que ele fez com o Novorizontino é uma equipe bem montada, estruturada, com ideia bem clara de como jogar, de como fazer. E a gente tem vários. Mas a gente colocou uma venda no olho para não enxergar o que é feito aqui. Não é só a Série A que tem tudo de bom, nem a Série B que tem tudo de ruim”.
Pontuação para o acesso
“Eu não trabalho muito assim. Gostaria de ter uma resposta boa, falar vamos a 65 pontos, a 67. Mas eu não sei, não consigo prever. Nas três vezes que a minha equipe técnica conseguiu ganhar a Série B, a gente teve mais ou menos 20 vitórias como base”.
“Não sei quantas vitórias seriam necessárias para o acesso, mas eu nunca conquistei esse acesso sem ter 20 vitórias. Mas em 2012, nós tivemos equipe com 21 vitórias, com 71 pontos, que ficou fora. Eu tenho muito respeito pela competição, não faço muita projeção”.
![Enderson Moreira, Sport - Foto: Pedro Maranhão/NE45](https://ne45.com.br/wp-content/uploads/2023/07/WhatsApp-Image-2023-07-09-at-20.46.58.jpg)
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