Ídolo do Náutico, Bizu relembra bastidores de ida para o clube em 1988 e revela: “Estava acertado com o Bahia”

Ex-atacante diz que tinha passagem comprada para Salvador, mas ex-presidente alvirrubro venceu ‘queda de braço’

Um dos maiores ídolos da história do Náutico, o ex-atacante Bizu por pouco não escreveu sua carreira longe dos Aflitos. Isso porque, antes de fechar com o Timbu, o atleta tinha em mãos uma proposta do Bahia, que oferecia condições esportivas e financeiras melhores. Contudo, um encontro em um aeroporto mudou um desfecho que parecia certo. É o que conta o ex-jogador, que concedeu entrevista exclusiva ao NE45.

Bizu não nega: tinha tudo certo com o Bahia. À época, o então atacante pertencia ao Palmeiras, mas não vivia um bom momento. Assim, buscava um novo clube. E foi aí que surgiu o Bahia, de início, e na sequência o Náutico.

“Eu estava com tudo certo para ir para o Bahia na época. E o Bahia tinha um timaço: Charles, Bobô, Zé Carlos… Era um baita de um time, tanto que foi campeão. E o presidente era o Paulo Maracajá, que entrou em contato com o Palmeiras para me levar. Eu estava acertado e ia jogar no Bahia. Era um baita de um time”, disse Bizu.

🏆 Os gols e a camisa que marcaram uma geração. Um ídolo que transcende as páginas da história e se imortaliza. Foram mais de 100 gols com esse manto. Bizu é eterno! #GrandesÍdolos #CampeãoDeTerraEMar pic.twitter.com/e1jf0yPxhR

— Náutico (@nauticope) April 24, 2023

Encontro no aeroporto mudou o destino de Bizu… E do Náutico

No entanto… Um encontro no aeroporto mudou tudo. Presidente do Náutico na época, Antônio Amante conversou com Bizu e, mesmo sabendo que o jogador tinha passagem para Salvador, afirmou: “Tu vai para Recife”. E não parou por aí na tentativa de convencimento.

Ainda na conversa com Bizu, Antônio Amante disse para o próprio atacante ligar para o presidente do Bahia, Paulo Maracajá, e tirar as conclusões da negociação. O jogador atendeu, fez a ligação, não se sentiu muito prestigiado e, na sequência, fechou com o Náutico. E o resto é história.

“E aí o seu Antônio Amante (presidente do Náutico na época) me chamou e disse: ‘tu vai para o Náutico’. E aí falou um monte de coisa, mas disse a ele que estava acertado com o Bahia e era só chegar lá e assinar. O gerente do Palmeiras me deu passagem para Salvador, mas encontro seu Antônio Amante no aeroporto e ele diz: ‘Tu vai para Recife’. E depois ele mandou eu ligar para o presidente do Bahia e perguntar como seria a situação”, disse Bizu.

“E aí eu liguei e me senti desprestigiado. Passou a impressão que não estava nem muito interessado. E aí me resolvi com o Palmeiras e vim para Recife. É por isso que digo: o presidente Antônio Amante foi uma pessoa crucial”, completou.

Assim, Bizu chegou no Recife no dia 31 de agosto, sendo apresentado no Timbu no dia 1º de setembro, conforme registrou uma reportagem do Diario de Pernambuco. A matéria, publicada no dia 2 de setembro, tem o seguinte título: “Reforços para conquistar o módulo amarelo”.

Se fosse para o Bahia, Bizu, provavelmente, teria feito parte do time Campeão Brasileiro de 1988 e, consequentemente, jogaria a Libertadores de 1989. Contudo, o ídolo alvirrubro não revela arrependimento na escolha pelo Náutico. Pelo contrário. Sem titubear, confirma: o Timbu foi o clube da carreira e da vida.

“Joguei 18 anos no futebol profissional, mas nunca tive uma relação com a torcida como tive com o Náutico. Era diferente. Ganhando ou perdendo. Mesmo perdendo eu nunca fiquei escondido de torcedor. A gente sabia que dava o máximo naquela época, o torcedor entendia. Essa identificação com o Náutico marcou minha vida”, afirmou.

Uma grande (e linda) camisa para um grande ídolo. #GrandesÍdolos #CampeãoDeTerraEMar pic.twitter.com/sMqy8YVIAb

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Em três passagens com a camisa alvirrubra, Bizu marcou 114 gols em 179 jogos. Números que o colocam como o sexto maior artilheiro da história do clube e um dos grandes ídolos.

O ápice da passagem no Timbu, diga-se, foi em 1989, quando venceu o Campeonato Pernambucano, ante o Santa Cruz, e com Bizu balançando as redes no fim da partida, dando o título ao Alvirrubro já no terceiro embate da finalíssima. Além disso, conquistou o acesso à Série A em 1988.

Em 2023, aos 63 anos, Bizu foi homenageado pelo Náutico no lançamento do uniforme 1 da temporada.