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Santa Cruz: Reunião do Conselho Deliberativo que escolheu comissão eleitoral é invalidada por decisão judicial

Santa Cruz, PE, Últimas

Por Yago Mendes

Por Yago Mendes

Postado dia 26 de outubro de 2023

Presidente da comissão eleita pelos conselheiros do Santa Cruz, Diogo Melo acredita que caso não ocorra recurso para derrubar liminar, eleição deverá ser adiada

O pacto para a antecipação das eleições do Santa Cruz não se manterá de pé. Em decisão judicial proferida, nesta quinta-feira, pelo juiz Ailton Soares Pereira de Lima, da 8ª Vara Cível da Capital, o clube teve a comissão eleitoral escolhida para arbitrar o pleito marcado para o próximo dia 12 de novembro invalidada.

Segundo a liminar, protocolada por Ivaldo Marciano de França Lima e pelo pré-candidato Esequias Pierre, a convocação da reunião do Conselho Deliberativo para reunião realizada no dia 3 de outubro não seria válida devido à ausência dos conselheiros que teriam sido empossados após a Assembleia Geral Extraordinária, que propôs a adição de 300 novos componentes ao órgão em maio de 2022.

Procurado pela reportagem do NE45, o presidente eleito da comissão eleitoral, Diogo Melo afirmou que ainda não foi comunicado oficialmente sobre a decisão. Contudo, apontou que a manobra jurídica deve atrasar o pleito que escolherá o a diretoria executiva para o biênio 2024-2026, além dos nomes para Conselho Deliberativo e Comissão Patrimonial.


“Recebi de maneira informal. Chegou para mim via Whatsapp. Agora, a gente teria ou que recorrer para obter alguma liminar no Tribunal e derrubar a decisão do juiz. Imaginando um cenário em que seja mantido, o Conselho teria que convocar uma nova reunião respeitando os prazos estatutários e eleger uma nova comissão, algo que acredito que não seja viável a tempo”, explicou.

Segundo ele, o recurso para tentar derrubar a decisão judicial deveria vir do Conselho Deliberativo, que é presidido por Marino Abreu, atual candidato à presidência do Santa Cruz, e que foi citado como réu na ação.

“Marino (Abreu) foi indicado sujeito passivo da ação, pois foi ele quem convocou a reunião, e não sei como seria a questão da legitimidade para que ele possa recorrer”, apontou Diogo.

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Marino Abreu foi único a oficializar candidatura à presidência do Santa Cruz – Foto: Klisman Gama/NE45

Questionado sobre a possibilidade de recomeçar o processo eleitoral do zero no Santa Cruz, Diogo informou que não há necessidade, uma vez que o trabalho da comissão eleitoral só começaria efetivamente após o registro das chapas, que tem prazo sendo encerrado na próxima segunda-feira (30).

“Eu acho que não é preciso elaborar um novo edital para as chapas se inscreverem, porque o trabalho da comissão eleitoral começa efetivamente a partir da inscrição das chapas. Então, se ela estiver formada daqui a oito dias, ela poderia julgar as chapas”, ponderou.

Irregularidades no processo eleitoral do Santa Cruz

Outro ponto abordado por Diogo Melo em contato com a reportagem é que o processo eleitoral em curso no Santa Cruz vinha sendo marcado por irregularidades em relação ao que rege o estatuto. Assim, o ex-presidente da comissão eleitoral, disse que, na última quarta-feira, um ofício com seis recomendações ao executivo coral para garantir a legitimidade da eleição.

“A gente protocolou ontem lá porque a gente vinha apontando diversas falhas no processo já agora, para nos precaver das coisas que teria de julgar no futuro. Dissemos ‘Se continuar a eleição com esse edital, vai ter um monte de falhas’. Eu apontei isso diretamente ao presidente do executivo do Santa Cruz (Jairo Rocha) há muitos dias e tudo isso foi ignorado no edital. Eu vinha apontando isso informalmente ao presidente e ele começou a ignorar”, disse Diogo.

“No primeiro momento, ele me passou para falar com o advogado, mas quando eu fui falar com ele, me informou que era só um conselheiro normal igual a mim. Ficou naquele jogo de empurrar com a barriga e quando saiu o segundo edital sem corrigir aquilo que a gente tinha pedido para ele corrigir, resolvemos protocolar formalmente no clube com a lista e dizendo ‘Está saindo errado e isso vai dar problema com as chapas'”, complementou.

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Jairo Rocha, presidente do Santa Cruz – Foto: Rafael Vieira/FPF

Por fim, para além das incompatibilidades com que consta no Estatuto do Santa Cruz, Diogo Melo ainda citou que o prazo de 13 dias estipulado para o julgamento de recursos seria insuficiente. Por isso, alertou para a necessidade de acordos para que houvesse a flexibilização dos mesmos. Entretanto, o agora ex-presidente, informou que os apontamentos não obtiveram respostas e que o órgão foi surpreendido com a decisão judicial.

“Se você contar os prazos, não daria para cumprir, pois entre o dia 30 de outubro até o dia 12 de novembro não há dias úteis suficientes para a gente (julgar os recursos de impugnação). Há prazos que são de três a cinco dias úteis, o que não daria até o dia da votação. Apontamos a necessidade de fazer um acordo para reduzir esses prazos previstos no edital e de fazer uma série de acordos que foram ignorados e hoje saiu essa liminar”, argumentou.

“Acredito que não estão querendo fazer o pleito da forma correta. Querem fazer de todo jeito e quando viram que a comissão ia exigir que o Estatuto do Santa Cruz fosse cumprido, deram um jeito de anular”, finalizou Diogo.

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