Apesar da campanha histórica, Nordeste consegue apenas sete vagas olímpicas no Pan-Americano

Únicas vagas olímpicas nominais no Pan foram no boxe

Os nordestinos tiveram grandes resultados nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023. Mas os 49 pódios não se converteram em tantas vagas olímpicas para Paris 2024. Foram apenas seis vagas nominais no boxe e a classificação do handebol, cujo elenco vai depender de convocação.

O número baixo não reflete uma campanha ruim. Nas competições, os nordestinos brigavam por apenas 16 vagas olímpicas, algumas delas muito improváveis. Ao todo, foram 139* vagas diretas para Paris 2024 distribuídas pelo Pan, com 18* delas ficando para o Time Brasil.

* Recorte de vagas por esportes, não por atletas na delegação (ex: a classificação de uma seleção de futebol conta como uma vaga, não como 18 atletas).

🎟️ Plazas olímpicas antes y después de los #JuegosPanamericanos

🇺🇸235👉🏽258
🇨🇦67👉🏽81
🇧🇷53👉🏽71
🇯🇲40🟰40
🇲🇽24👉🏽37
🇨🇴14👉🏽22
🇨🇺17👉🏽21
🇪🇨8👉🏽19
🇦🇷5👉🏽19
🇨🇱4👉🏽16
🇵🇪7👉🏽11
🇬🇹3👉🏽8
🇻🇪4👉🏽7
🇩🇴4👉🏽5
🇧🇸🇱🇨🇹🇹4🟰4
🇵🇦3👉🏽4
🇺🇾🇵🇷2👉🏽4
🇨🇷3🟰3
🇬🇩🇰🇾🇸🇷2🟰2
🇦🇼0👉🏽2
🇧🇧🇧🇴🇩🇲🇻🇬 1🟰1
🇧🇲🇦🇬0👉🏽1
🇧🇿🇸🇻🇬🇾🇭🇹🇭🇳🇻🇮🇳🇮🇵🇾🇰🇳🇻🇨0 pic.twitter.com/mnVtgtMQQ7

— The Medal 1896 (@TheMedal1896) November 5, 2023

As vagas olímpicas que vieram

Todas as vagas nominais (aquelas que pertencem ao atleta, não ao país) confirmadas pelos atletas nordestinos foram para os seis pugilistas que chegaram às suas finais no boxe.

Assim, a pernambucana Carol “Naka” Almeida (foto – 50kg) e os baianos Tati Chagas (54kg), Bia Ferreira (60kg), Bárbara dos Santos (66kg), Wanderley Pereira (80kg) e Keno Marley (92kg) saíram de Santiago com uma medalha e o passaporte olímpico carimbado.

No handebol feminino, apenas o time campeão confirmaria a vaga e o ouro ficou com o Brasil. O time teve a maranhense Ana Paula, a cearense Adriana de Castro e a pernambucana Renata Arruda. A presença delas e de outras nordestinas, porém, depende de convocação.

As vagas olímpicas que não vieram

Na maioria dos esportes, não havia vaga olímpica em jogo. No boxe, eram sete possibilidades e a única que não veio foi a dos 84kg, com a baiana Viviane Pereira ficando com o bronze.

Para além dessa, outras vagas bateram na trave. O tenista cearense Thiago Monteiro, ficou a uma vitória da final e da vaga olímpica. Na vela, a piauiense Socorro Reis também não garantiu a vaga na fórmula kite por apenas uma posição. Ambos ficaram com o bronze.

Também havia chance no tiro esportivo, com Roberth Vieira (PE) no skeet e Daiana Camaz (AL) na fossa olímpica; nos saltos ornamentais com Luana Lira (PB) no trampolim 3m; na surfe, com Silvana Lima (CE); na vela, com Bruna Martinelli (PE) no IQFoil; e na seleção de hóquei sobre grama, que tinha Stéphane Vehrle-Smith (PE).

Mas isso não significa que o Nordeste só tenha sete vagas para Paris. O velejador maranhense Bruno Lobo, por exemplo, foi ouro na fórmula kite masculina e teria selado a vaga olímpica – se não já tivesse confirmado a classificação no Mundial, disputado em agosto. O conjunto da ginástica rítmica também já chegou com vaga garantida e teria selado a vaga, não fosse isso.