Ítalo Rodrigues revelou bastidores do título da Série B 2023
Contratado pelo Vitória em março, para substituir Edgard Montemor, desligado após a eliminação do clube na Copa do Brasil, o executivo de futebol Ítalo Rodrigues foi um dos principais responsáveis pela campanha do título do Leão da Barra na Série B do Campeonato Brasileiro.
Aos 37 anos, o executivo Rubro-negro soma passagens por CSA, Paysandu e Náutico e Club Tacuary, do Paraguai, mas foi no time baiano que realizou o grande trabalho da sua curta carreira no futebol.
Em papo exclusivo com o Click Esportivo e também ao NE45, Ítalo Rodrigues falou sobre o planejamento do clube para 2024, e revelou quais os dois momentos da competição que ele pensou “Agora vai”, em relação ao título da Segundona pelo Leão da Barra.
NE45 – Qual foi o momento primordial da campanha? O jogo que mais te marcou, ou alguma situação especifica que foi uma virada de chave na sua opinião?
Acho que o jogo contra o CRB foi muito marcante, aquele que a gente perdeu de 6 x 0. Se a gente tivesse perdido por 1 x 0, 2 x 0, 3 x 1, aquilo teria sido digerido de uma forma normal, uma derrota para um clube que está brigando para subir. E muita gente se perguntou: “O que vocês fizeram depois da goleada?”
Nada. Não fizemos nada, a gente só seguiu com a mesma convicção e seriedade, mas é claro que o ambiente muda, passando a ser de mais dialogo, reforçando sempre que a gente precisava abrir o olho, e logo no jogo seguinte a gente vence em casa. E quando fazemos isso, mostramos para que viemos na competição.
E o outro momento foi o jogo do nosso acesso, contra o Sampaio Corrêa, em São Luís. Todo mundo sabe a dificuldade que é vencer eles lá no Maranhão, e como eu falei, eu tinha convicção de que quando a gente chegasse nos 64 pontos, dificilmente alguém alcançaria a gente.
NE45 – Como anda o planejamento do Vitória para o ano que vem? Saídas, chegadas, treinador renova ou não…
Eu sempre digo que o Vitória 2024 começou desde agosto. Se tem um clube que a gente respeita e tenta fazer as coisas de forma profissional, ele se chama Esporte Clube Vitória. Planejamento antecipado, reavaliando os processos e as estruturas, visando sempre melhorar. Mas era óbvio que em agosto a gente trabalhava com dois cenários. Pode ser na Série A, ou pode ser na Série B. Então hoje é só questão de colocar em prática tudo o que a gente já tinha planejado.
Sobre o Léo Condé, eu esperei passar o jogo do Sport para a gente conseguir conversar de uma forma mais efetiva. Mas ele quer ficar, a gente quer que ele fique e ele sabe disso, mas a decisão precisa vir de todas as partes. Tem que ser bom para o Vitória, e precisa ser bom para o Léo também.
Em relação aos atletas, eu nunca falo porque a gente é responsável pelo que a gente fala. Se eu falo uma coisa e ela não acontece, vão querer me cobrar. Obviamente existem sondagens pelos nossos atletas, existem as negociações para renovações, e também tem os novos atletas que queremos trazer. E tudo isso de uma forma natural e com muito profissionalismo. Conforme as situações forem se concretizando, vamos abrindo para vocês da imprensa.
NE45 – Com que margem financeira vocês trabalham para o ano que vem? A gente sabe que na Série A mais investimentos devem chegar, possibilitando negócios mais vantajosos
Eu acho que esse ano, inclusive, dentro da projeção que se tinha, principalmente dentro da janela do meio do ano para o final, a gente não chegou nem a usar o orçamento inteiro. Quando a gente tenta fazer tudo de uma forma mais profissional possível, não adianta gastar por gastar. E pensando no ano que vem, é claro que vamos gastar mais, porque teremos um orçamento mais robusto.
Mas eu bato muito na tecla: “Não é o quanto se gasta, é como se gasta, é com o que se gasta”. Você pega grande clubes aí na Série A, com grandes orçamentos, mas estão aí brigando para não cair. Inter, Cruzeiro, Corinthians, então é como eu falo, não é sobre fazer uma folha de R$ 10 milhões, ou uma de R$ 5 milhões, é como se gasta esse dinheiro, sempre fazendo de uma forma responsável.
NE45 – Ítalo Rodrigues segue no Vitória em 2024? Alguma sondagem aconteceu?
Eu costumo dizer que aqui todo mundo é importante no processo, todo mundo foi importante na conquista. Talvez eu seja apenas uma pessoa que é necessária nos momentos bons e ruins, e são nesses momentos que você começa a se expor, e isso revela o interesse de outros clubes, mas eu desejo, sim, ficar. Eu tenho muito respeito e principalmente gratidão. Eu sou muito grato ao clube, ao presidente Fábio Mota, que me abriram as portas.
E me abriram as portas sabendo que iam levar porrada, principalmente pelo momento que o clube estava vivendo, e se esperava que viesse um Rodrigo Caetano, que é referência para todos os executivos de futebol do Brasil. Mas eu consegui a confiança deles, e realizei meu papel muito bem. Então minha ideia com certeza é ficar. Ainda não chegamos a conversar sobre isso, mas acredito que esse movimento seja algo natural.
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