Atacante vive melhor momento da carreira na Coreia do Sul e tem um carinho especial pelos rivais de Salvador, onde jogou na base
Baiano, centroavante e artilheiro na Coreia do Sul. Zeca, de 26 anos, vive o melhor momento da carreira em terras orientais. Adaptado ao futebol, cultura e estilo de vida na Ásia, o atacante se sente muito à vontade. Ele passou pelas categorias de base de Bahia e Vitória, mas não atuou profissionalmente nos dois clubes. Entretanto, vem passando por uma ascensão rápida nos últimos anos.
Depois de rodar por Ypiranga-BA, Boa Vista-POR, Goiás, Criciúma e Oeste-SP, foi em 2021 que Zeca começou a chamar a atenção, quando defendeu o Londrina. Com um bom fim de temporada naquele ano, com 10 jogos e quatro gols na Série B, o atacante foi contratado pelo Mirassol-SP para 2022 e aí veio o grande salto.
Depois de ser destaque no Campeonato Paulista com seis gols em 11 jogos, ele foi negociado para o Daegu, da Coreia do Sul. Lá, Zeca chegou e rapidamente somou ao time, com sete gols e sete assistências em 28 jogos, ajudando a equipe a terminar na 9ª colocação do Campeonato Coreano naquela temporada.
Os bons números chamaram a atenção do Pohang Steelers, 3º colocado naquela edição do torneio e um dos maiores clubes do país. E Zeca seguiu seu bom momento. Terminou o ano campeão da Copa da Coreia do Sul, vice da Liga e ajudou a classificar o time às oitavas de final da Liga dos Campeões da Ásia.
Tudo isso tendo anotado 17 gols e 10 assistências em 44 jogos, figurando na seleção do Campeonato Coreano, sendo o 3º lugar na artilharia com 12 gols.
O centroavante concedeu uma entrevista exclusiva ao NE45, onde detalhou sua carreira desde o início. Zeca também falou sobre suas pretensões para os próximos anos no futebol e também comentou sobre o fato de ter Bahia e Vitória juntos na Série A do Brasileirão novamente. Confira!
Entrevista com o centroavante Zeca, ex-Bahia e Vitória
NE45 – Zeca, gostaria que você falasse sobre como foi seu início de carreira, experiências por vários clubes no Brasil, até chegar na Coreia do Sul.
Passei por muitos clubes e tive muito aprendizado. Tive que enfrentar várias dificuldades para realizar meu sonho. Tive momentos ruins e bons, mas todos me fizeram crescer como profissional. Tenho que agradecer às pessoas que estiveram em minha volta, que sempre me ajudaram, assim como a minha família.
Porque passei por um rebaixamento no Oeste, uma situação no Criciúma onde a gente estava na Série C e não conseguimos subir. Tive vários momentos da minha carreira em que tive dificuldades, mas que me fizeram crescer. Então quando passei por Londrina e Mirassol, tive um passo maior, profissionalmente falando, e vir para a Ásia foi algo que eu sempre queria.
NE45 – O que você acha que pesou mais para você não ter conseguido ter maior sequência tanto no Bahia, como no Vitória?
Eu fui um cara que sempre tive muito que aprender com a vida. Eu era um cara que me autossabotava. “Ah, não estou jogando por conta do treinador. Ou não estou jogando por conta de ‘N’ motivos. Eu nunca era o motivo.
Um dia botei na cabeça de dar o meu melhor, correr que nem um louco, que um dia a oportunidade ia aparecer. Não importava se iriam me botar para jogar ou não, eu tenho que estar preparado.
E se não der certo, vou ter na minha cabeça que dei o meu melhor e não deu certo porque não era para dar. Por isso acho que não tive mais sequência no Bahia e Vitória porque tinha esse pensamento de me autossabotar.
NE45 – Podemos dizer que, na Coreia, você vive o melhor momento da sua carreira. Como tem sido, pra você, esses dois anos com boas atuações e tantos gols?
Na Coréia me encaixei. Com o futebol, com a cultura. Vivo uma vida incrível onde eu e minha esposa amam o país, as pessoas a minha volta também. Tudo que o clube e as condições de trabalho e torcedores, para desenvolver um bom futebol, foram importantes para eu me adaptar muito bem ao futebol coreano, e meu estilo se adaptou bem aqui.
Então tive gols, meu primeiro título profissional, disputar o prêmio de melhor jogador do campeonato, estar na Seleção do Ano, então estou vivendo o meu melhor momento.
NE45- Com esse desempenho, você já vislumbra um salto maior na carreira? Se sim, pensa em seguir fora do Brasil por um tempo maior, ou uma volta num futuro próximo está nos teus planos?
Tenho plano de ficar na Ásia pelo maior tempo possível. Sou um cara discreto e gosto de voltar para cá sem ter essa fama, essa parte que o futebol traz. Gosto dessa minha vida lá, então pretendo fazer toda minha carreira pela Ásia para voltar ao Brasil já aposentado.
NE45 – Para você, que é baiano e passou pela base de Bahia e Vitória, como é ver os dois times voltando a estarem juntos numa Série A?
É muito legal ver o futebol baiano crescendo cada vez mais. O Vitória ganhando um título nacional, o Bahia sendo comprado por um dos maiores grupos de investidores do futebol do mundo, por conta da torcida, tamanho do clube.
É bem legal, tenho vários amigos no Bahia e no Vitória e é muito massa ver meus amigos nessas resenhas. Espero que seja uma festa (os jogos na Série A), onde jogadores e torcidas consigam fazer um grande espetáculo, sem violência, e que o povo baiano aproveite de ter dois times do estado na Primeira Divisão.
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