Direção do Náutico dá respaldo a Allan Aal, prevê contratações ao fim dos estaduais e prioriza reforços para o ataque

Executivo de futebol Léo Franco vê time no caminho certo sob o comando do treinador

Embora parte da torcida do Náutico questione o trabalho do técnico Allan Aal, sobretudo após a derrota por 1 x 0 para o River-PI, nessa terça-feira, pelo Nordestão, o treinador tem o respaldo da direção do clube. É o que garantiu o executivo de futebol alvirrubro, Léo Franco, em entrevista ao NE45. O dirigente vê a equipe com uma ideia de jogo definida e com margem para evoluir. Ele também projetou reforços após o fim dos estaduais.

Léo Franco, contudo, também reconheceu o problema ofensivo que o Náutico enfrenta, mas atrela isso ao número de lesões que o Timbu vem enfrentando. No momento, os atacantes Leandro Barcia e Kauan não estão disponíveis, Júlio César aguarda resultado de exames e Ray Vanegas voltou de contusão nessa terça-feira.

“A gente tem uma ideia de jogo muito bem montada, mas o que a gente não conseguiu nesse processo todo é que a nossa parte ofensiva estivesse à disposição em todos os jogos. Isso prejudicou um pouco o trabalho do Allan, de ter todos os atacantes à disposição para que ele pudesse achar a melhor formação. No dia a dia, o Allan tem um relacionamento muito bom com o grupo, muito aberto conosco também, de ponderar o que ele achar importante, de buscar melhorar em estrutura e time”, disse o executivo de futebol.

“A gente tem tido um relacionamento muito aberto com o Allan para essa troca de ideias. A gente tem margem de crescimento para quando estiver todo mundo à disposição e ter um crescimento maior. Está no caminho certo. A gente só pode fazer a avaliação quando estiver todo mundo disponível”, completou Léo Franco.

O dirigente alvirrubro também avaliou a reformulação no elenco do Náutico, onde 21 jogadores foram contratados para 2024. Léo Franco destacou que isso também entra na avaliação e vê como natural a oscilação em alguns momentos, embora reconheça o desempenho abaixo da equipe no Nordestão, onde ainda não venceu como mandante – duas derrotas e um empate nos Aflitos.

“A análise do Allan passa pelo processo de montagem de uma equipe, que foi uma montagem muito grande. Ao final da primeira fase do Estadual, tivemos 74% de aproveitamento. Não quero me ater aos números, porque é óbvio que o desempenho da equipe é importante. Não passamos em segundo pelo saldo de gols. Ao longo do Estadual tivemos bons jogos e momentos ruins, como contra o Retrô. Entendo que é um processo natural de montagem de equipe”, explicou Léo Franco.

“Na Copa do Nordeste, o nosso desempenho de aproveitamento deixa a desejar em razão de a gente deixar escapar a vitória em Salvador e não ter vencido o Ceará em casa, em jogos que a gente fez bem. O que a gente precisa avaliar é que uma sequência de jogos que acabou nos atrapalhando na questão ofensiva. Sei que a sequência não foi só para o Náutico. Isso não é desculpa. Mas se a gente for analisar, defensivamente a gente tem números importantes. É um consenso que as nossas derrotas acontecem mais por falha nossa do que mérito do adversário”, afirmou o executivo.

E as contratações no Náutico?

Questionado sobre a busca por contratações, o executivo disse que o clube quer reforços que cheguem para jogar, e não somente compor e inchar elenco. Ainda na avaliação de Léo Franco, o mercado não oferece, no momento, nomes que se encaixem dentro do perfil buscado pelo clube, o que deve mudar após o fim dos estaduais.

Vale lembrar que o Náutico não pode mais inscrever reforços para a reta final do Pernambucano. Um novo contratado, portanto, só estaria disponível para jogar no Nordestão, onde novos atletas podem ser registrados até 25 de março, e também a Série C do Campeonato Brasileiro, que deve iniciar em abril.

“Costumo dizer que o elenco só fica fechado depois que as inscrições estão encerradas, porque você sempre está sujeito a ter problemas. Agora uma coisa que a gente precisa tomar cuidado é porque não temos tempo de trazer um atleta para ele fazer uma mini pré-temporada, precisaríamos encontrar alguém que estivesse inserido no clube, bem fisicamente e chegasse aqui para ficar à disposição do treinador no dia seguinte. Só que muitas competições ainda estão em andamento, com os clubes buscando seus objetivos. Algumas competições terminaram, mas são clubes que, na nossa opinião, não apresentaram atletas na condição de reforçar efetivamente o que a gente tem”, contou Léo Franco.

“Sei que a preocupação por reforço existe, e a gente precisa pensar em reforço, e não simplesmente inchar o grupo para falar com o torcedor que contratou uma pessoa. A gente tem discutido com a análise de desempenho, com a comissão técnica. Todo dia chega indicação de jogador por aqui e a gente senta e conversa para ver se efetivamente se enquadra no que o treinador pensa e na ideia de jogo, se encaixa no perfil do Náutico, com um atleta comprometido e com números consistentes, para a gente não correr um risco de ter um grupo e sem condições de efetivamente ajudar em busca dos objetivos”, afirmou o executivo.

Léo Franco também admitiu o maior foco do Náutico no mercado: atacantes de lado. Ele não precisou a quantidade de peças que vão chegar para o setor, mas destacou que é a prioridade. Também citou que só quantidade disponível no mercado não importa, mas sim peças que de fato resolvam as lacunas do Timbu.

O executivo também prevê que o fechamento da janela de transferências para clubes da Série B e Série A também pode facilitar a busca para o Náutico. O encerramento acontece nesta quinta-feira (7), mas as equipes das duas primeiras divisões do país podem contratar entre 1º e 19 de abril jogadores inscritos em algum Estadual.

“Estando todo mundo recuperado das lesões, e teremos o Kayon recuperado daqui a pouco, mas com a sequência de jogos que teremos, com semifinais de Estadual, depois últimos jogos da Copa do Nordeste, talvez surja uma busca maior por atacantes de lado por causa dos atletas lesionados. Buscar reforçar esse setor. Com os Estaduais terminando, a tendência é de que você tenha um grande número de atletas no mercado, mas só número não resolve. A gente precisa de fato tentar qualificar. E aí passa por analisar os principais estaduais, os principais clubes, e a gente tem contato com todos os grandes clubes até pela camisa do Náutico. A gente tem procurado fazer isso”, disse o dirigente

“Com o fechamento da janela para clubes da Série A e Série B, elas ficam limitadas, e para a Série C. Isso, de alguma forma, tende a facilitar a transferência de atletas para a Série C, porque você vai ter um clube de Série B, com elenco inchado e que não vai transferir para Série B ou Série A, a Série C vira um caminho natural. Mas a gente precisa ficar atento ao mercado e torcer para encontrar o atleta que entenda os objetivos do clube no momento atual e futuro”, completou o executivo.

Sem tempo para lamentar a derrota no Nordestão, o Náutico volta a campo já no domingo, diante do Retrô, pela primeiro jogo da semifinal do Campeonato Pernambucano. A bola rola nos Aflitos às 16h.

Bilheteria aberta pra semifinal contra o Retrô! Momento de mostrar a nossa força em busca da final do Campeonato Pernambucano.

Os ingressos estão à venda pela internet e sócio pagante de mensalidade paga a partir de R$ 12.

Garanta o seu lugar na decisão! 💪🔥

📲 Sócios:… pic.twitter.com/bk7CX6AzhW

— Náutico (@nauticope) March 6, 2024