Ala da direção já defendia saída do treinador independentemente do resultado da final, enquanto outra queria manter

Era 5 de março quando o Náutico foi derrotado por 1 x 0 para o River-PI, nos Aflitos, pela Copa do Nordeste. Ali, após o revés, começaram a surgir os primeiros questionamentos internos da direção de futebol sobre o trabalho de Allan Aal. Porém, embora tivesse sido debatida uma mudança, o comandante seguiu. Mas não terminou o mês.

Isso porque, no dia 30 de março, depois da derrota por 2 x 0 para o Sport na ida da final do Pernambucano, o treinador foi demitido após o apito final. Em uma saída que já era dada como certa por pessoas do clube, embora outras defendiam a manutenção do treinador para a sequência da temporada.

Parte da direção do Náutico defendia Allan Aal pelos resultados conquistados, como a classificação à final do Pernambucano e às quartas da Copa do Nordeste.

Embora compreendessem os questionamentos da torcida sobre as atuações ruins, os argumentos usados para a continuidade eram de que o treinador havia atingido todos os objetivos traçados no início do ano: avançar ao mata-mata do Nordestão, chegar na decisão do Pernambucano e garantir a Copa do Brasil para 2025.

Quando o Náutico perdeu por 1 x 0 para o Retrô e se classificou nos pênaltis à final do Pernambucano, Allan Aal viveu grande pressão no cargo. Porém, foi mantido. Inclusive a direção, por meio do executivo de futebol Léo Franco, deu entrevista coletiva para defender o treinador e falar que as sucessivas lesões, sobretudo no setor ofensivo, atrapalhavam o trabalho de Allan Aal.

Os dias foram passando e o Náutico entrou em reta decisiva do Nordestão, mas não ganhou de ninguém: empatou com Sport e CRB e perdeu contra o América-RN. E o revés diante do Mecão foi a gota d’água para pessoas da direção admitirem a possibilidade de Allan Aal não comandar o Timbu na Série C.

Porém, com a proximidade da final, o dilema interno veio: como demitir faltando poucos dias de uma decisão e quem comandaria o Náutico?

Por isso, embora parte da direção tivesse convicção de que o melhor era interromper o trabalho, Allan Aal foi mantido. O treinador ainda tinha o respaldo de alguns membros da diretoria, que acreditavam na manutenção.

Um ponto importante nesta linha cronológica é que o presidente Bruno Becker tentou dar um freio de arrumação no planejamento. Qualquer ação sobre saídas e chegadas, além da rescisão de Vanegas, seriam feitas apenas depois do Pernambucano.

E, após a derrota para o Sport, também entrou em ação e decidiu pela demissão de Allan Aal, já dada como certa por algumas pessoas do clube independentemente do que acontecesse na decisão do Pernambucano.

E o futuro do Náutico após a demissão de Allan Aal?

Sem técnico e precisando reverter uma vantagem de dois gols para ser campeão, o Náutico está no mercado em busca de um novo treinador e deseja ter o nome no segundo jogo da final do Campeonato Pernambucano.

Após o jogo, nenhum nome foi debatido. As opções vão começar a ser debatidas a partir deste domingo. Não estão descartadas também mudanças na diretoria de futebol.

Além disso, o Timbu precisará ser assertivo no mercado de olho na Série C, sobretudo no setor ofensivo, o que faltou na montagem de elenco. Foram oito atacantes contratados, mas apenas Paulo Sérgio se firmou.

No momento, inclusive, quem toca as negociações do Náutico com maior profundidade é o executivo de futebol Léo Franco.

Enquanto isso… O elenco do Timbu se reapresenta na segunda-feira, no CT Wilson Campos, para iniciar a preparação de olho no segundo jogo da final, que será no sábado (6), na Arena de Pernambuco, às 16h30, com apenas torcedores do Sport.