Marcelo Cabo assumiu o comando do Floresta na 4ª rodada, quando o Verdão estava na lanterna da Série C
Atualmente na 12ª posição da Série C do Brasileirão, o Floresta vive um dilema no torneio. O Verdão soma 18 pontos em 16 partidas realizadas, sendo quatro abaixo do G-8, e três acima da zona de rebaixamento. Desta forma, próximo das duas pontas da tabela, qual será o objetivo do clube na reta final da 1ª fase da competição: garantir a permanência ou buscar a classificação para o quadrangular do acesso?
Em entrevista ao NE45, o treinador do time cearense, Marcelo Cabo, destacou que a prioridade do clube é permanecer na Terceira Divisão, sobretudo após um início ruim no torneio – onde não somou nenhum ponto nas primeiras sete rodadas. Contudo, apesar de deixar em segundo plano, o técnico não descartou o sonho pelo acesso.
“Estamos vivos na competição graças a uma boa recuperação que tivemos a partir da 8ª rodada. Vivemos um momento espetacular dentro da competição, só que até a 7ª rodada a gente não havia somado ponto. Então, hoje temos aquele copo meio cheio. Nós estamos a quatro pontos do G-8, e a três pontos da zona de rebaixamento. Temos um número de vitórias plausível (seis vitórias). Isso já nos alavancou para meio de tabela”, iniciou o técnico.
“A gente ainda foca bastante na questão de, matematicamente, garantir a permanência. Temos mais três jogos pela frente. Creio que com mais uma vitória vamos conseguir esse objetivo, porque o nosso número de vitórias é muito grande. Depois disso, vamos ver o que a competição ainda nos oferta, uma possibilidade ainda de voltar ao sonho inicial da competição, que é buscar a classificação. Mas, hoje, eu posso dizer que o foco dentro do Floresta é a permanência. Pelo início do campeonato, só pensamos nesse objetivo, que é a permanência na competição”, destacou.
Marcelo Cabo assumiu o Floresta na 4ª rodada da Série C, em maio deste ano. O time, diga-se, estava na lanterna do torneio, sem somar nenhum ponto. De lá pra cá, o treinador somou 13 partidas no comando da equipe, onde conquistou cinco vitórias, três empates e sofreu cinco derrotas – elevando o clube para a 12ª posição, com 18 pontos.
Ainda em contato com a reportagem, além de projetar a sequência da Série C, o treinador também falou sobre a sua chegada ao clube e analisou a recuperação na competição. Veja a entrevista completa abaixo.
NE45 – Como você analisa a chegada e o início do seu trabalho no clube?
Marcelo Cabo – Eu cheguei na 4ª rodada do campeonato. Fizemos um estudo sobre o clube naquele momento e entendemos que existia uma expectativa muito grande para a Série C, onde o planejamento inicial seria buscar um possível acesso. Isso tornou uma frustração muito grande pelo início ruim na competição. Até a minha chegada, o clube ainda não havia somado pontos. Então, precisamos diagnosticar o que tinha acontecido para que a gente pudesse continuar o trabalho dentro do torneio, entendendo que no primeiro momento faríamos uma competição de recuperação.
Só que aí a ficamos até a 7ª rodada sem pontuar. Todos já davam o Floresta como virtualmente rebaixado. Tivemos que trabalhar bastante o aspecto psicológico dos atletas, a autoestima. Talvez mudar a chave daquela expectativa de acesso para uma realidade diferente, e o primeiro passo era tirar o time da lanterna do campeonato.
A partir disso, fizemos algumas reuniões, diagnosticamos algumas situações. Na minha chegada, o Departamento Médico contava com jogadores importantes que não podiam atuar. Precisamos trabalhar não só a parte psicológica e de autoestima dos atletas, mas também a questão de recuperação clínica e física. Isso demanda um pouco de tempo. Depois, entramos de vez na competição, formando um elenco competitivo para que a gente buscasse, em um primeiro momento, sair da lanterna, depois da zona de rebaixamento e buscar algo mais dentro da competição.
NE45 – Quais foram os principais fatores para a recuperação do Floresta na Série C?
Marcelo Cabo – A gente tem um dado muito importante na trajetória do clube dentro da competição. Desde a minha chegada, até o dia de hoje, só fizemos uma contratação, e não dispensamos nenhum jogador. Geralmente, em uma equipe que perde os sete primeiros jogos, se recalcula a rota, mandando metade do elenco embora e fazendo mais contratações. Porém, dentro do diagnóstico que fizemos com a diretoria, entendemos que seria mais fácil recuperar os jogadores que já estavam no clube, ao invés de ir ao mercado e tentar trazer outros jogadores. Então, tivemos a convicção nessa tomada de decisão, em busca de recuperar esses jogadores. Depois, tivemos um trabalho mais acentuado na recuperação dos atletas que estávamos no Departamento Médico.
A recuperação no campeonato se deu por um conjunto de fatores. O mais importante foi a convicção que nós tivemos na sequência do trabalho, sem precisar ter trocas de atletas. Eu acho que o grande marco foi recuperar os atletas dentro do elenco e fazer essa campanha dos últimos nove jogos. Estamos invictos há seis jogos. Esses números, a partir da 8ª rodada, são muito relevantes para que a gente pudesse chancelar essa decisão que tomamos.
NE45 – Você pensa em seguir no Floresta na próxima temporada?
Marcelo Cabo – O Floresta oferece uma excelente condição de trabalho. Nós temos um centro de treinamento com quatro campos, um hotel para o profissional e outro para a base, além de restaurante, vestiário e fisioterapia. Jogamos em um estádio de muita qualidade, que é o Presidente Vargas, com gramado excelente. Nós temos salários em dias, premiações em dias. É um projeto grande.
Para mim foi uma experiência nova. Eu aceitei a proposta do Floresta para que eu pudesse vivenciar como é que é trabalhar em um clube de um único dono, com esse tipo de gestão. Estou muito feliz com o que eu encontrei aqui. O presidente é uma pessoa ímpar, uma pessoa que cumpre aquilo que acorda com todos os profissionais. Temos uma gestão muito boa internamente. O Floresta é um clube de um futuro promissor. Sobre a minha continuidade, não pensamos ainda nisso, pois temos um único foco nesse momento, é confirmar essa permanência. Mas, depois que acabar o campeonato, vamos sentar e fazer uma avaliação do trabalho. Penso que uma continuidade seria muito prazeroso, por tudo que eu encontrei aqui no Floresta.
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