NE45 ouviu o jornalista Cassio Zirpoli para elencar os motivos
A temporada 2025 do futebol brasileiro será marcada pelo retorno do Sport à Série A do Campeonato Brasileiro. E com o país da bola vivendo um momento ainda mais forte financeiramente, com as chegadas de grandes estrelas à principal competição do Brasil e com vários clubes virando Sociedade Anônima do Futebol (SAF), os desafios rubro-negros neste anos serão ainda maiores.
Com a reeleição do presidente Yuri Romão para mais um biênio, o Leão pôde dar sequência no planejamento para este ano. Embora na prática o que se viu foi até agora um movimento ainda muito tímido em relação à contratação de jogadores – apenas Gustavo Maia foi confirmado até o momento, o que já gera um desconforto e aflição muito grande entre os torcedores, a expectativa é que nos próximos dias esse cenário comece a mudar um pouco.
Além disso, o Sport vive um momento muito importante fora das quatro linhas. Com a Recuperação Judicial (RJ) em andamento e a intenção de virar SAF, o clube deverá ter um ano com notícias que podem e dever ajudar não só o presente do clube, mas principalmente o seu futuro.
E para avaliar ainda mais todos esses fatores citados até agora, o NE45 ouviu o jornalista Cassio Zirpoli, que também é analista do Podcast45. Ele elencou os quatro principais desafios do Leão para 2025. Confira sua análise:

Presidente Yuri Romão e seu vice, Raphael Campos, terão uma temporada ainda mais desafiadora – Foto: Paulo Paiva/SCR
1- Elenco
A remontagem do elenco do Sport é uma necessidade, principalmente na cabeça de área após a saída de vários volantes, e a necessidade de um time mais pegador e mais forte para a primeira divisão. Mas o fim de ano teve só uma contratação, que foi o Gustavo Maia. Dá para dizer que o Sport está bem atrás dos demais adversários, com a grande maioria com a base da primeira divisão e melhorando.
Enquanto aquelas equipes que devem brigar contra o rebaixamento, que deve ser o caso do Sport, muita gente anunciado jogadores e o Sport ainda parado e com muitas propostas esperando respostas. E isso de certa forma, no meu entendimento, compromete o início da temporada.
O time vai jogar o estadual com o sub-20 nas primeiras rodadas justamente para o time principal e as principais peças façam a pré-temporada. Mas sem essas peças a pré-temporada acaba não fazendo muito sentido.

Foto: Divulgação/Sport
2- Calendário e preparação física
Considerei correta a ideia do Sport de colocar o time sub-20 nas primeiras rodadas do Pernambucano. E como falei no tópico anterior, em relação à montagem do time principal, isso talvez comprometa um pouco a ideia, mas essa ideia deve ser aplicada. Até porque o Sport deve priorizar a Série A com um nível de dificuldade muito acima da Série B e até muito acima da última vez que o Sport jogou a Série A.
É um campeonato com peças muito mais caras, com jogadores qualificados vindos da Europa sem ser o último ano da carreira e vindo com idade para ser aproveitado ainda. Então deve ser um nível de competividade muito grande e o Sport precisa estar preparado fisicamente.
Acho que a rotatividade que o Fortaleza fez durante as competições nos últimos anos mostra que é um caminho a ser seguido. Não ter só aqueles 11 iniciais, mas jogadores que consigam girar a escalação. Ter jogadores para que aguentem as 38 rodadas com regularidade. E para não ser um time de um turno só, como o Bahia já foi recentemente e o Sport já foi em outras oportunidades.
Os 45 pontos que o Sport precisa tende ser muito mais difícil do que cinco anos atrás.

César Lucena comandará o Leão nas primeiras rodadas do Pernambucano – Foto: Gabriel Neukranz/ SCR
3- Recuperação Judicial
Paralelamente ao campo, o Sport segue com um desafio administrativo muito grande, que é homologar a Recuperação Judicial. Já teve a assembleia de credores e que já foi aprovado e agora vai para o último passo, que é homologar. E depois começar a pagar.
Em entrevista recente, o presidente Yuri Romão disse que o Sport deve pagar cerca de R$ 30 milhões com os acordos da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e com a RJ ao longo de 2025. É uma soma considerável.
A título de comparação, é mais que toda a receita do Náutico para a temporada. E o Sport pagando só com acordos de dívidas antigas. Espero que o Sport esteja preparado para pagar isso, porque desta vez não estará pagando juros da dívida ou empurrando com a barriga, ele vai estar amortizando, quitando a dívida. E isso, não só para 2025, mas para os anos subsequentes, poderá ser um fato dos mais importantes da história recente do Sport.

Foto: Paulo Paiva/SCR
SAF
Com o novo estatuto em vigor desde 1º de janeiro de 2025 e a RJ para ser homologada e o acordo das dívidas tributárias já feito, o Sport está com o caminho aberto, depois de todo esse processo, intensificar a articulação com investidores para constituir sua SAF, que nesse momento é um caminho que o clube deve adotar – ainda vai ver o modelo, se é 90% ou menos de 50% das ações.
Mas independentemente disso é algo que precisa andar. A SAF já está a três anos no futebol brasileiro e vem transformando muitos clubes com uma atração de investimento sem igual. E o Sport se preparou para isso.
Paralelamente ao que o Sport fará em campo – ficar na primeira divisão é um objetivo primordial – essa SAF precisa caminhar a passos largos depois de todo esse processo em 2025 e não ser algo empurrado pela barriga, independente do resultado em campo, para 2026.
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