Atleta comentou sobre ansiedade para ver o Arruda lotado diante do Horizonte
De olho no Horizonte-CE, o meia do Santa Cruz Gabriel Galhardo compartilhou sua felicidade após a estreia vitoriosa do clube na Série D do Campeonato Brasileiro diante do Treze-PB. O jogador falou em entrevista coletiva sobre a sequência do Tricolor na competição, a expectativa pelo Arruda lotado e rebateu as cobranças por gols do seu irmão e principal nome da equipe, Thiago Galhardo.
“Foram inúmeros fatores que deixaram a estreia bem especial. A vitória é o principal deles, é o principal fator. Eu fico muito feliz de estrear e com vitória. Voltar a jogar com meu irmão é extremamente gratificante, especial e incrível. Nós jogamos juntos 12 anos atrás pela última vez e estar realizando esse sonho agora a gente fala que isso é um sonho. Tantas pessoas querem ter pessoas que jogam futebol na família, e nós conseguimos ser irmãos e realizar esse sonho de ser jogador de futebol profissional. Poder atuar junto num clube com essa grandeza, então, dispensa comentários” disse Galhardo.
O reencontro com Thiago Galhardo em campo foi um dos grandes destaques da estreia, mas Gabriel também voltou no tempo para lembrar a experiência anterior ao lado do irmão, quando jogaram juntos no Bangu, entre 2012 e 2013.
“E aí, vou falar o que eu falei lá quando acabou o jogo. Eu espero que a gente continue nessa saga, porque em 2012 e 2013, quando nós jogamos juntos no Bangu, nós atingimos as semifinais. E se a gente atingir as semifinais aqui, esse ano, na Série D, a gente vai ter conquistado o objetivo maior, que é o acesso” comentou Gabriel.
O jogador valorizou também a força da torcida coral, que marcou presença mesmo fora de casa, e exaltou o impacto que isso teve na vitória por 1 a 0 sobre o Treze.
“E sobre outras situações que fizeram ser especial a estreia, né? A vitória, como eu te falei, é a maior delas. O fato de ver a torcida pela primeira vez, mesmo fora de casa. Parecia que a gente estava jogando em casa. Esse é um fator que todo mundo tem comentado bastante. Foi incrível. É um jogo extremamente difícil. Você começar com vitória contra uma equipe tão forte como o Treze, tão tradicional… Enfim, isso tudo deixou a estreia bem especial. E eu fiquei bastante feliz de poder começar com o pé direito. O fato de ser um domingo de Páscoa, um jogo fora de casa, e ter aquele tanto de gente lá… Foi realmente extremamente gratificante. Foi muito especial para todos os jogadores que estavam ali, principalmente os novatos. Porque assim, a gente escuta falar demais da torcida do Santa, mas uma coisa é você escutar falar, outra coisa é você vivenciar” afirmou.
Gabriel falou ainda sobre a expectativa de atuar pela primeira vez no Arruda e destacou a importância do torcedor coral na caminhada rumo ao acesso. Sem perder o foco, o meia também pediu tranquilidade e trabalho para que o time siga evoluindo na competição.
“Estou muito ansioso para ver como vai estar o Arruda lotado. Isso é uma situação que até arrepia. Sei da força da torcida. Deu para ver num jogo fora de casa, num domingo de Páscoa. Mas o Arruda lotado com certeza vai ser muito, muito, muito especial. Vai ser uma sensação única, pela primeira vez. Então assim, eu estou ansioso para isso” disse.
Gabriel revelou o impacto emocional da torcida mesmo atuando longe de casa e mostrou ansiedade pela chance de atuar no estádio do Santa Cruz, onde espera viver uma experiência única ao lado do torcedor coral. Para o jogador, sentir o calor da torcida no Arruda será um momento marcante da carreira.
“Espero que a gente continue fazendo um bom trabalho. Foi só o primeiro jogo, a gente tem que lembrar disso. Tranquilidade, pezinho no chão. Mas a gente espera poder continuar retribuindo o carinho que a torcida tanto merece, que eles dão o show deles. Isso aí, independente de onde seja o jogo. Então a gente vai continuar trabalhando bastante para a gente poder continuar retribuindo e fazendo o nosso melhor dentro de campo, e os resultados continuarem vindo. A torcida do Santa Cruz vai comparecer. Ela comparece. Não tem jeito de não falar: a torcida do Santa Cruz é impressionante. O time vem sofrendo há alguns anos. No ano passado, não teve calendário. Já não joga um campeonato nacional há dois anos, mais ou menos. A última aparição havia sido em 2023. E a torcida continua crescendo, a torcida continua apoiando, a torcida continua comparecendo. E isso é impressionante” comentou.
Gabriel não poupou elogios à torcida tricolor. Ele lembrou das dificuldades recentes vividas pelo clube e reforçou o valor da lealdade da massa coral.
“Isso mostra exatamente o amor do torcedor pelo Santa. E a gente espera retribuir. Todos nós estamos muito ansiosos. A ansiedade é só até a bola rolar, porque depois a gente tem que esquecer isso. A gente conta muito com eles. A gente sabe que a gente precisa deles para a gente poder conquistar o objetivo. E a gente espera, como eu disse, retribuir esse carinho dando o nosso melhor” comentou Gabriel.
A conexão entre torcida e elenco foi novamente evidenciada. Gabriel reconheceu a ansiedade natural do grupo, mas garantiu que, após o apito inicial, o foco total é no jogo. Ele deixou claro que a torcida tem papel fundamental na busca pelo acesso.
“Vai ter dia que vai ser difícil. O jogo contra o Treze realmente não foi mil maravilhas, a gente sabe disso. Mas o importante era vencer, e nós vencemos. E a gente continua trabalhando bastante para evoluir. A gente tem margem, muita margem para evolução durante o campeonato. E a gente espera continuar evoluindo para retribuir o amor e o carinho do torcedor e colocar o Santa onde ele merece estar, que ele não merece estar passando por essa situação de maneira alguma” falou.
Gabriel fez uma análise da estreia, reconhecendo as dificuldades da competição e ressaltando a necessidade de manter o nível de concentração contra o Horizonte, adversário do próximo compromisso coral.
“A gente sabe que não foi o jogo dos sonhos na estreia. A equipe do Treze é uma equipe muito forte, muito qualificada, excelentes jogadores, muito bem treinada. Enfim, só que a gente entende também que é uma estreia. Foi um jogo fora de casa. A gente sabe que não vai ser fácil. A gente não tem que achar que todos os jogos que nós pegarmos, nós vamos ganhar, e ganhar bem e jogando bem. A gente está jogando uma competição extremamente difícil, que é a Série D. Muitas das vezes, não vai dar para jogar bem. Vai ter que ser na raça. E o importante é que, mesmo quando a gente não jogar bem, a gente pontue. Isso é uma coisa que tem sido falada entre nós, principalmente nos jogos fora de casa,” disse o atleta.

Foto: TV Coral/Reprodução
Gabriel ainda elogiou o goleiro Felipe pela atuação segura e pontuou que a maturidade da equipe foi essencial para garantir os três pontos fora de casa. Segundo ele, saber sofrer faz parte do caminho de quem quer brigar pelo acesso.
“Em casa, a gente tem o nosso gramado bom, a torcida apoiando ao máximo. Então é claro que a gente entende que nós precisamos jogar melhor, e isso é uma cobrança que a gente se faz. Só que a gente também entende que vai ter jogo que não vai ter jeito. Então assim, o ideal é saber jogar o jogo, saber sofrer na hora certa, que foi o que aconteceu lá contra o Treze. O Felipe foi extremamente importante no jogo para que a gente pudesse sair com os três pontos,” falou o jogador.
O meia reforçou que a vitória veio em um jogo muito complicado, e que o time soube se superar mesmo sem uma atuação brilhante. Para Gabriel, o ponto central da estreia foi a entrega e a capacidade de competir mesmo diante das adversidades.
“Mas aí é o que a gente fala: a gente ganhar um jogo jogando como nós jogamos mostra por que nós somos candidatos ao acesso. Porque, mesmo num momento de dificuldade, num jogo completamente difícil, você vence uma equipe como o Treze, fora de casa, mostra por que nós somos candidatos. E aí, para a gente continuar sendo candidato, a gente tem que vir em casa, jogar bem, continuar fazendo o nosso trabalho para vencer, para a gente continuar evoluindo. A gente sabe que a gente tem muita margem para evolução, e a gente não vai parar por aí,” comentou Gabriel.
Mostrando respeito ao próximo adversário, Gabriel afirmou que o Santa Cruz está se preparando da forma correta, sem subestimar o Horizonte. Para ele, a tradição ou momento do rival não devem influenciar no comportamento da equipe em campo.
“A gente vai estudar a equipe do Horizonte. Não existe equipe fraca na Série D. Não existe equipe que está sei lá quantos jogos sem ganhar, enfim. A gente tem que estar preparado para qualquer coisa, para qualquer adversidade da partida. Lá são trabalhadores, são jogadores que vão buscar honrar a camisa do Horizonte,” afirmou o meia.
Gabriel alertou para o risco da acomodação e afirmou que, independentemente da fase do Horizonte, o Santa precisa encarar o duelo com seriedade total. O meia quer evitar qualquer tipo de euforia e reforça a importância de manter a intensidade.
“A gente sabe que eles vêm aqui para fazer o melhor deles. E é indiferente, independente do que eles venham aqui. A gente tem que saber o que nós temos que fazer. A gente tem que estar bem ciente que vai ser um jogo bem difícil, apesar de ser em casa, de ser uma equipe que não vence há muito tempo. Isso, para a gente, não pode mudar nada. A gente não pode relaxar, achar que está tudo bom, que ganhamos a estreia do Treze. Então, contra o Horizonte, que é uma equipe que está há muito tempo sem ganhar, vai ser fácil? Não vai. Não existe jogo fácil na Série D. Não existe moleza. Ninguém dá nada de graça para ninguém. Então a gente vai continuar trabalhando bastante. A gente vai ver o vídeo, vai entender como eles jogam, para a gente poder se preparar da melhor maneira possível para a gente fazer uma grande partida e buscar a vitória,” finalizou Gabriel.
Cobranças com Thiago Galhardo
Gabriel Galhardo fez questão de sair em defesa do irmão, Thiago Galhardo, principal nome do elenco do Santa Cruz e alvo de críticas por ainda não ter balançado as redes com a camisa coral. Com firmeza e clareza, Gabriel pediu equilíbrio nas análises e ressaltou a importância de entender o contexto físico e técnico em que o atleta se encontra.
“Uma coisa que eu gostaria de deixar, de dar uma ressaltada, é que a cobrança tem sido muito forte nele. E eu acho que ela vai ser natural, não só nele, em todo o elenco. Mas nele um pouco mais. Só que a gente precisa lembrar que o Galhardo só jogou 180 minutos. Ele jogou 45 minutos no primeiro jogo da semifinal, 45 minutos no segundo jogo da semifinal, e ele acabou de fazer 90 minutos. Eu não conto que não seja importante, mas o jogo do ABC é um jogo amistoso, é um jogo de preparação. Amistoso já quer dizer que é preparação. Então, assim, a cobrança nele tem que ser grande, óbvio. Assim como tem que ser em todos nós. Só que a gente precisa lembrar que foram apenas, se você botar em minutos… Opa, foram apenas dois jogos do Thiago. A gente está cobrando o Thiago como se ele estivesse há 20 jogos aqui sem fazer gol,” disse o atleta.
Gabriel destacou que as críticas não se sustentam quando se analisa o tempo efetivo de jogo de Thiago desde sua chegada ao clube, além da falta de oportunidades do jogador.
“Qual foi a oportunidade de gol perdida pelo Thiago? Qual foi o lance que ele teve ali, que o Thiago finalizou errado? Ou ele escolheu a jogada errada? É uma coisa que tem que ser lembrada. A gente não, né, porque ele aqui, ele sabe que ele está muito respaldado por todos os atletas, pela comissão justamente pelo que eu estou falando. Uma coisa é você entrar num jogo que ele está há 20, 30 jogos sem fazer gol, ou 15 jogos, dez jogos, a gente acabou de estrear. Um jogo contra o Treze, difícil pra caramba, e a gente ganhou o jogo. Aí todo mundo falando: ‘Ah, mas o Thiago não fez gol’. Beleza, concordo. Qual foi a oportunidade de gol que o Thiago teve? Qual foi a finalização que o Thiago teve no jogo, ou sequer perto disso? Não teve. Então a gente precisa entender isso. A gente precisa de calma. A gente precisa que o torcedor entenda isso pra gente não minar o nosso melhor jogador. O nosso maior nome hoje é o Thiago. A gente não pode minar o nosso jogador dessa maneira. A gente precisa contar com ele. Ele vai ser extremamente importante,” comentou Gabriel.
A defesa da equipe com o jogador também foi reforçada por Gabriel, que garantiu o respaldo interno ao atacante. Segundo ele, o grupo sabe da importância de Thiago e reconhece que o momento exige compreensão, não críticas.
“A gente sabe que a marcação nele vai ser muito maior do que o normal, porque é um jogador desse peso, dessa grandeza. Então, assim, a gente tem que ter tranquilidade. Mais uma vez, eu vou dizer: são apenas dois jogos, em minutos, que o Thiago não faz gol. Então, assim, vamos ter um pouco de calma. Ele tá extremamente respaldado pelo elenco, pela comissão, pela diretoria. Todo mundo confia muito nele. E uma coisa que o Marcelo disse: o Thiago tá entrando em forma ainda. O Thiago não fazia 90 minutos de uma partida desde outubro do ano passado. São seis, sete meses sem fazer 90 minutos. É muito tempo. Apesar de estar treinando, a gente sabe que a rotação de jogo é completamente diferente,” disse o atleta.
Gabriel usou o próprio exemplo para ilustrar como a falta de ritmo afeta o rendimento. O meia, que estava no Brasiliense, também sentiu a dificuldade física na estreia e reconheceu que o processo de adaptação leva tempo.
“Eu falo por mim: eu tava no Brasiliense. Eu joguei o último jogo dia 27 de fevereiro. Pra mim, no domingo, foi difícil. O jogo contra o Horizonte, caso eu inicie, a gente ainda não sabe quem vai iniciar, vai ser difícil também, porque você precisa de ritmo. Não é tão simples assim. O jogo é completamente diferente do treino. Então, assim, a gente precisa de um pouco mais de paciência, justamente pra gente não minar o que a gente tem de melhor no grupo. E quando eu falo do Thiago, isso pode ser um reflexo pra todos os outros,” finalizou Gabriel.

Foto: Rafael Vieira/FPF
Preparação para os próximos desafios
Com a possibilidade de começar entre os titulares na próxima partida do Santa Cruz, Gabriel Galhardo afirmou estar preparado física e mentalmente para atuar os 90 minutos, mesmo vindo de um período sem atuar em jogos oficiais. Em entrevista coletiva, o meia destacou sua dedicação nos treinamentos e reforçou a confiança no trabalho do elenco.
“Eu tô pronto, tô preparado. Se precisar jogar os 90, eu tô apto fisicamente, apesar de ter jogado a última partida em fevereiro. Mas eu venho treinando normal. Tô 100%. A gente sempre fica esperançoso. A gente trabalha pra isso. Independente de quem comece jogando, a gente tem um elenco extremamente qualificado. A gente sabe disso. Então, eu vou deixar isso com o professor Marcelo. Esperançoso eu tô sempre. Independente de treinar, de entrar no jogo ou não entrar… É a mesma coisa que se você fizer essa pergunta pra um jogador que nem entrou no jogo. Claro que ele tá esperançoso de ser titular também. Eu tô tranquilo. Tô muito feliz, tô muito empolgado com tudo que a gente pode vir a apresentar e conquistar na Série D. Então, assim, se for da vontade do professor, eu tô preparado pra jogar. E esperançoso eu sempre tô. Porque, senão, o jogador que tá na reserva, teoricamente, e ele não tá esperançoso pra jogar, alguma coisa dentro dele já morreu,” disse o atleta.
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