Bruno Cals esclareceu situações acerca das finanças do Fortaleza no ano de 2024

O novo balanço financeiro do Fortaleza, referente ao ano de 2024, obtido pelo Blog do Cassio Zirpoli, levantou algumas dúvidas com relação ao caixa do clube, como por exemplo um suposto déficit de aproximadamente R$ 80 milhões. Em função dos comentários na internet, o membro do Conselho de Administração do Fortaleza EC SAF, Bruno Cals, resolveu esclarecer alguns pontos do documento e negou este valor milionário.  

“Quando a gente fala de déficit de caixa, a gente está falando de um valor de aproximadamente R$ 20 milhões e não de R$ 80 milhões como está aí noticiado”. Além disso, Bruno revelou que o clube tem adotado medidas para equilibrar o caixa. Essas ações podem ser: redução de despesas/investimento ou aumento de receitas. 

“Em 2025, já se sabe que terão algumas receitas bem superiores ao que foram em 2024. Os direitos de transmissão nesse ano de 2025 estão orçados em R$ 85 milhões. A gente agora, inclusive, no mês de abril, já espera que esse valor seja ainda superior aos R$ 85 milhões previstos. Fortaleza fez uma negociação, de algumas questões comerciais, que são de receitas superiores ao ano de 2024. Foi fechado agora o maior patrocínio master da história do clube, foi renegociado todos os valores em relação a mídia de placas, que é bem superior ao ano de 2024”, exemplificou. 

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Bruno assumiu que o orçamento aprovado para o ano de 2024 já previa um déficit de aproximadamente R$ 35 milhões. Entretanto, “o que foi realizado foi um déficit de aproximadamente R$ 20 milhões”, explicou. Portanto, os números foram melhores do que o planejado no documento. 

“Então já se previa, efetivamente, que haveria gastos superiores aos recebimentos durante o ano de 2024. E esses gastos superiores já se sabiam porque eram advindos de novos investimentos que foram feitos ao longo dos últimos anos no clube para, principalmente, aquisição de atletas e a formação desse elenco, que teve uma performance esportiva memorável”, ressaltou.

O valor negativo de R$ 80,3 milhões é referente ao lucro líquido contábil do Fortaleza consolidado, ou seja, SAF + associação. “No entanto, a maior parte deste valor está relacionado ao que a gente chama de despesas ‘não caixa’, ou seja, que não afetaram efetivamente o caixa do clube em 2024. Desses R$ 80,3 milhões, aproximadamente R$ 52,5 milhões estão relacionados ao que a gente chama de ‘amortização de intangível’, que por sua vez estão relacionados aos investimentos na aquisição de atletas nos últimos anos”, esclareceu.

“O que é o intangível? Quando você adquire um atleta, você adquire o dever do atleta estar aqui no clube e consequentemente isso é caracterizado como um bem intangível. E, ao longo do tempo, conforme o contrato do atleta, esse intangível vai sendo amortizado. Isso depende muito do prazo de vigência do atleta”, completou.  

Bruno ressaltou que este é apenas um exemplo sobre os fatos responsáveis pelo valor de R$ 80,3 milhões. Os demais vão ser detalhados na assembleia de aprovação dos números, que ocorrerá nesta quarta-feira (30). 

Empréstimos

Outro tema levantado nas redes sociais foram acerca dos valores relacionados aos empréstimos realizados pelo Fortaleza Associação, que foram levadas para o Fortaleza EC SAF. O CEO da SAF do leonina, Marcelo Paz, explicou com exclusividade à reportagem que estes movimentos são “normais” e que muitos deles “são pagos em curto prazo”, ou seja, servem para o “fluxo de caixa, dado que uma parte importante da receita só entra no fim do ano, com a premiação do Campeonato Brasileiro”.

Entretanto, Marcelo Paz ressaltou que não é o responsável por estas contas, uma vez que não foi o presidente do clube em 2024. Ele lembrou que, em seus últimos três anos como presidente (2021, 2022 e 2023), as contas foram positivas.

Foto: Mateus Lotif/FEC