Juninho Carpina busca novo clube aos 25 anos
Ser jogador de futebol é o grande sonho de muitas crianças e jovens no Brasil. Afinal, o futebol é o esporte mais praticado no país. Mas mais do que se tornar um atleta profissional, o desafio entre a grande maioria dos jogadores é conseguir oportunidades e grandes contratos. E nem todos conseguem chegar ao auge. Longe disso. A realidade é de um mercado onde pouquíssimos ganham muito e a grande maioria com vive salários baixíssimos e quase sempre sem calendário.
E é nesse cenário que se encontra atualmente o meia Juninho Carpina. Aos 25 anos, o jogador, que chegou a ser apontado como uma grande promessa das categorias de base do Náutico, chegou ao profissional, se destacou no Campeonato Pernambucano de 2022, mas acabou sendo dispensando e, desde então, as coisas não fluíram como gostaria.
Nem mesmo uma passagem pelo futebol europeu fez o mundo girar ao seu favor. E aliado uma grave lesão, acabou perdendo espaço mesmo depois de totalmente recuperado.

Carpina comemora gol pelo Náutico no Campeonato Pernambucano. Foto: Rafael Vieira/CNC
E essa atual fase sem contrato com nenhum clube e temendo o que pode vir daqui para frente fez o jogador publicar um desabafo nas redes sociais. Um desabafo que não é só dele, mas caberia facilmente para outras centenas de jogadores.
“Futebol é muito dinâmico e muitas vezes cruel. Quando fiz minha primeira partida como profissional nem nos meus maiores pesadelos imaginei que aos 25 anos hoje estivesse passando pela minha cabeça abandonar tudo. No Brasil 90 mil jogadores são registrados na CBF e apenas 8 mil estão empregados. Clubes sem calendário. Porém, hoje os critérios para contratações são outros”, iniciou o desabafo.
“Enquanto antes se buscava atletas com potencial, qualidade técnica e promissores. Hoje só interessa atletas com muitos minutos jogado e números. E não interessa se você se machucou, adoeceu ou não teve oportunidades. Você é esquecido e as portas são fechada”, relembrou o jogador.

Juninho Carpina em atuação no futebol do Chipre depois de passagem pelo Náutico – Foto: Reprodução/Instagram
“Aos 20 anos me profissionalizei, consegui conquistar títulos e chegar na Europa com 22. De lá pra cá, 3 anos e tudo mudou. Que Deus abençoe e que toda essa maioria esmagadora voltem a ter emprego de volta. Hoje é desanimador, amanhã é um novo dia. Vamos seguir”, concluiu.
Apesar do tom de “despedida do futebol”, Juninho Carpina não pensa em parar. Pelo contrário. Sonha em ter novas oportunidades.
“Não tenho nenhuma ideia de parar. Só expus a dificuldade hoje do futebol pra quem se lesiona ou não tenha minutos. Ainda que pensasse (em parar), foi algo muito passageiro”, disse em contato com o NE45.
A carreira de Juninho Carpina
Carpina foi considerado uma das grandes promessas das categorias de base do Náutico. Seu auge foi a conquista da Copa do Nordeste sub-20 em 2020 (ainda participou das conquistas estaduais do time principal nas temporadas 2021 e 2022). Na decisão, o Timbu goleou o Fortaleza por 5 x 1 com grande atuação do capitão Juninho Carpina, eleito também o craque da competição.
As boas atuações renderam espaço no time profissional – embora poucas ainda em 2020 e em 2021. Mas foi no começo de 2022 que as coisas pareciam que iriam engrenar. O meia ganhou sequência nos primeiros jogos da temporada do Náutico, com gols e assistência. Mas novamente perdeu espaço no decorrer do ano.
Acabou sendo dispensado na temporada seguinte do Náutico. Partiu então para o Akritas Chlorakas, do Chipre, mas acabou rebaixado junto com o time e retornou ao Brasil para atuar no CEOV Operário, onde atuou em apenas três jogos. Também chegou a ser sondado no Santa Cruz, mas a negociação acabou não avançando.
Sem atuar em 2024, Carpina começou a temporada 2025 no Capital-DF. Tinha tudo para ser um recomeço, mas foram apenas cinco jogos e fim de mais uma passagem. Questionado sobre teria algum arrependimento na carreira, o jogador disse que no geral as coisas aconteceram como deveriam acontecer.
“Decisões erradas acontecem em todo trabalho. Ainda que algumas decisões tenham me atrapalhado, eu não me arrependo. Por exemplo: eu sai do Náutico não porque eu quis, e sim porque naquela gestão eu não era bem-vindo. Da Europa eu sair porque o time foi rebaixado”, finalizou.
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