Apesar do interesse na ampliação do estádio, isso não deve acontecer rapidamente
Na última partida do Santa Cruz, contra o Ferroviário, o Estádio do Arruda registrou casa cheia, com ingressos esgotados para o confronto. Diante do público máximo de 30.025 tricolores, o interesse do clube é retornar a receber grandes públicos e aumentar o número de torcedores no estádio.
Apesar disso, o aumento não deve ocorrer a “curto prazo”, ao menos é o que garante o Presidente da Comissão Patrimonial, Adriano Lucena em contato com a reportagem do NE45.
“Nós temos uma necessidade de ampliar a capacidade dos torcedores do Arruda. Já vimos que, historicamente, a gente ultrapassa a nossa capacidade, que é de 30.025 torcedores. Em todos os nossos jogos no Arruda, estamos colocando 27 mil, 28 mil, e ontem chegamos à capacidade máxima”, comentou.
Porém, uma possível ampliação da capacidade do estádio não deve acontecer rapidamente, pela necessidade de um investimento maior financeiro para o setor patrimonial do clube coral.
“Há uma necessidade de ampliar, porque o torcedor de Santa Cruz quer assistir, quer participar dos espetáculos. Não é uma partida de futebol, é um espetáculo. Então, dentro dessa perspectiva, queremos ampliar, mas precisamos de recursos. Hoje, o que a gente trabalha nesse horizonte é com 30.025 torcedores. A gente não trabalha com um horizonte de ampliação em curto prazo”, informou.

Foto: Gustavo Borges/FPF
Com isso, surge a necessidade de mudanças em determinados setores do estádio, especialmente na melhoria e estruturação dos acessos para os torcedores do Santa Cruz, sobretudo em maior número.
“Identificamos que, na arquibancada superior, temos capacidade para um número muito maior do que o que a vistoria liberou. Em termos de capacidade física, temos 3.500 liberados. Mas temos capacidade para mais torcedores no setor. O que limita isso é o acesso. Na superior, só temos a entrada pela rampa do antigo Colosso. Então, para entrar e sair 3.500 torcedores naquele espaço é possível, por medida de segurança. Mas para entrarem 7.000 ou 10.000 torcedores e saírem no mesmo espaço, não é possível”, disse.
“Então precisamos criar outras alternativas. Nós fizemos escadas que retiram o torcedor da arquibancada superior para a inferior. Assim temos essa saída, esse fluxo. No entanto, ainda não conseguimos direcionar o torcedor para o solo, para fora do estádio ou para a rua, por exemplo”, completou.
Adriano também citou que o foco do Santa Cruz é o futebol, e com isso, explica o limite de investimento para o setor patrimonial tricolor, que cria alternativas para viabilizar as obras.
“O torcedor faz uma correlação entre o que foi arrecadado e as obras que são necessárias. Quando ele soma as duas arrecadações, por exemplo, ele diz: ‘Olha, isso está beirando a R$ 1,3 milhão, R$ 1,5 milhão. Por que não faz as obras?’. Porque o futebol é a prioridade do clube e há um investimento nele. A folha aumentou, os departamentos técnicos, a comissão técnica, enfim, todos os departamentos de futebol”, comentou.

Foto: Evelyn Victoria/Santa Cruz
O presidente patrimonial também abordou, que com as rendas dos jogos, ainda não é possível fazer toda uma recuperação estrutural.
“Por exemplo, na renda de ontem, nós tivemos uma arrecadação de aproximadamente de 860 mil bruto. Então, quando se paga a operação,falando da patrimonial, a gente tem um valor bem menor, líquido. Então, é com isso que a gente tem que fazer as intervenções. Dá para se fazer uma recuperação estrutural? Não dá”, contou.
Adriano Lucena também demonstrou quais as obras estão sendo feitas pelo Santa Cruz, neste momento, para melhorias no estádio. Mas pontuou que há um “teto” do que pode ser feito pelo orçamento disponível.
“Estamos realizando intervenções no Portão 6 e em diversas áreas do estádio, focadas na manutenção e recuperação da estrutura. No entanto, essas ações estão limitadas pelas nossas condições financeiras e pela equipe disponível”, explicou.
SAF do Santa Cruz e ações
Em relação à implementação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no Santa Cruz, o presidente da Comissão Patrimonial afirmou que ainda não houve contato direto com o setor patrimonial acerca de possíveis investimentos.
“O setor patrimonial não mantém nenhuma conversa com a SAF em relação ao estádio. Zero. Nenhum tipo de conversa. Hoje, todas as ações nossas são baseadas no planejamento que nós temos, das nossas potencialidades e recursos financeiros nesse cenário”, disse Lucena.
Adriano Lucena também ressaltou que, caso surja o contato por parte dos investidores e outras alternativas sejam discutidas, o clube está disposto a continuar as reformas.
“Se amanhã surgir uma conversa com a SAF e for desenhada uma possibilidade de um modelo econômico, ok. Até porque a gente está buscando outras alternativas além dessas fontes que eu citei, dos camarotes, das cadeiras, dos estacionamentos. Estamos buscando outras para que a gente possa ter receita e fazer o melhoramento no estádio para aumentar a capacidade”, finalizou.

Foto: Rafael Vieira/FPF
0 comentários