O clube promete ações juntos ao Ministério Público para identificar e punir os invasores
O presidente do Conselho Deliberativo do Sport, o advogado Ademar Rigueira Neto, falou nesta quinta-feira (17), no CT, em Paratibe, um dia após a invasão de membros de torcidas organizadas. Durante a coletiva, Ademar relatou bastidores do episódio, criticou a ausência de ação policial e garantiu que os responsáveis serão punidos.
“Primeiro, vocês devem estar se questionando por que eu estou aqui. Mas desde o início, o presidente Yuri Romão pediu que eu acompanhasse de perto tudo que aconteceu, justamente para manter o Conselho próximo ao clube nesse momento difícil”, iniciou Ademar, deixando claro que havia conhecimento prévio sobre a mobilização das torcidas.
Segundo ele, o Sport foi informado de que integrantes das organizadas planejavam se manifestar após a derrota para o Juventude: “Eles avisaram que não iriam para o aeroporto, mas que viriam para o CT. E isso foi amplamente divulgado. A intenção era protestar em frente ao centro, como em outras ocasiões. O clube tentou amenizar e evitar confrontos, porém, infelizmente, a situação fugiu do controle”.
A invasão aconteceu no momento em que membros da torcida forçaram o portão e pularam os muros, surpreendendo jogadores nas proximidades do refeitório: “Quando chegaram, nós conversamos com o técnico e os diretores, e todos se colocaram à disposição para dialogar, mas isso aconteceria fora do CT. Só que antes disso acontecer, houve a invasão”, completou.
Críticas à atuação da polícia
Ademar também fez duras críticas à Polícia Militar. Segundo ele, embora o clube tenha solicitado reforço assim que soube da ameaça, a corporação não atuou de maneira eficaz.
“Acionamos a polícia assim que soubemos da movimentação. Mas no momento da invasão, a polícia não estava no local. E depois, mesmo presente, não agiu. É inaceitável afirmar que não houve agressão. Tivemos danos, o clube foi depredado, e a polícia ficou dentro dos carros”.
Investigação e punições
O dirigente revelou que o clube já iniciou o processo de identificação dos responsáveis, inclusive com uso de biometria facial. “As lideranças de sempre já foram identificadas e informadas ao Ministério Público. E todas as pessoas envolvidas na invasão serão punidas. Isso é um compromisso do Sport. Não haverá mais qualquer relação institucional com a Torcida Jovem.”
Ele reforçou que os agressores não se preocuparam em se esconder: “Vieram travestidos, mas não fizeram questão de ocultar a identidade. Eles não vieram para conversar. Vieram para agredir. Queriam provocar uma reação.”
Vídeo que circula no WhatsApp mostra o atacante Pablo sendo segurado pela camisa por um dos líderes da organizada do Sport. pic.twitter.com/gqbocTbEDG
— Pedro Maranhão (@PedroMaranhao13) July 16, 2025
Apoio aos jogadores e reforço na segurança
A ida de Ademar ao CT também teve como objetivo prestar apoio ao elenco: “Queremos que os jogadores saibam que o Sport está do lado deles. Eles têm esposas, filhos, e precisam de respeito. Ninguém consegue trabalhar sob ameaça constante. São criminosos que se dizem torcedores”.
Ainda segundo o presidente do Conselho, a segurança falhou: “Se conseguiram entrar, é porque a segurança não era adequada. Tivemos relatos sérios, como um segurança armado sendo ameaçado: ‘Se atirar, invadimos de qualquer forma’. Fizemos de tudo para evitar um confronto maior”.
Ele afirmou que o clube já tinha em andamento um projeto de reforma da portaria, mas que agora medidas serão aceleradas. “Vamos redobrar a segurança para garantir a integridade física de todos os nossos profissionais. Esse tipo de situação não pode se repetir.”
Exato momento que a câmera de segurança é quebrada por membros da organizada. @NE45Minutos pic.twitter.com/XM3fETDdQS
— Pedro Maranhão (@PedroMaranhao13) July 17, 2025
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