Equipes pernambucanas vivem fases distintas na competição
Com apenas uma rodada restante para o encerramento da fase de grupos da Série D, o Podcast45 realizou mais uma edição do seu tradicional Raio X da Série D, destacando o cenário de definição da última rodada e as projeções para a próxima fase. Em evidência, o grande momento do Central e a instabilidade do Santa Cruz.
Um dos principais destaques da edição foi o atual momento da Patativa. O Central, que garantiu sua classificação com antecedência, empatou em casa com o já eliminado Sousa por 1 a 1, mas mesmo assim comemorou bastante o resultado. Segundo o jornalista Cassio Zirpoli, o contexto do jogo e o impacto na campanha justifica a celebração.
“O Central arranca esse empate e, se você olhar friamente, empatou em casa com o lanterna, mas foi muito celebrado pelo contexto da liderança. Até porque manteve a invencibilidade, ampliada para oito partidas. A classificação antecipada já tinha sido celebrada naquele jogo contra o Santa Cruz-RN. E foi até Natal para jogar com o América-RN, segurou o empate, fez uma boa partida e voltou empatando com o Sousa no apagar das luzes”, avaliou Cassio.
Ainda de acordo com o jornalista, a liderança do Central num grupo considerado extremamente competitivo era algo impensável semanas atrás.
“É raro você celebrar, mesmo o time fazendo um gol aos 49, um empate em casa. Não é muito fácil, não. Isso acontece pelo contexto do resultado. Você empatou com o lanterna, em casa, já eliminado, mas valeu a liderança num grupo em que enxergar o Central líder na 13ª rodada beira o surreal”, disse.

Créditos: Renato Gomes
O feito ganha ainda mais relevância ao se considerar o histórico recente do clube. Rebaixado no Campeonato Pernambucano Betnacional há cerca de dois meses, o Central entrou na Série D sem muitas expectativas.
“Um time que foi rebaixado no Campeonato Pernambucano, dois meses depois estava jogando a Série D, num grupo que tem o Santa querendo virar SAF, o América-RN que é SAF, o Sousa que é bicampeão paraibano, o Ferroviário virando SAF, o Treze que tem muita tradição… Era um grupo muito difícil para enxergar o Central líder agora. Então acho que a comemoração foi justa, e agora o time vai lá para lutar pelo mando, porque ainda não tem o mando garantido”, concluiu Zirpoli.
Situação e futuro do Santa Cruz na Série D
Restando apenas uma rodada para o fim da fase de grupos da Série D, o Santa Cruz chega em situação delicada. Após mais uma atuação decepcionante, desta vez contra o Horizonte, o Tricolor do Arruda precisa vencer para diminuir a pressão no mata-mata. Nessa situação, o comentarista Arthur Silva foi direto ao analisar o momento da equipe coral.
“O momento do Santa é tenebroso. A partir do que o Santa Cruz fez contra o Horizonte, que Cabo classificou como a pior partida do clube, foi uma classificação bem justa da parte dele. No segundo tempo, o Santa inexistiu. Pra quem estivesse assistindo, parecia que o Santa tinha 2 a 0 no placar. Não conseguiu chutar a gol”

Foto: Evelyn Victória/Santa Cruz FC
“Esteve muito mais próximo do adversário ampliar do que o Santa diminuir o placar. Teve até um certo domínio do jogo até o primeiro gol, mas depois dali, principalmente no segundo tempo, o time não conseguiu armar nada. Foi um bando dentro de campo”, concluiu.
A derrota para o Horizonte ligou o sinal de alerta geral no clube. Segundo Arthur, o Santa necessita ligar o sinal de alerta pela campanha no segundo turno da fase de grupos, principalmente com as duas últimas partidas.
“O momento do time no campeonato é duríssimo. O time virou pó. A impressão é que o time virou pó e não consegue vencer mais ninguém. Enfrentaram o Santa Cruz-RN e o Horizonte, que por mais que estivessem disputando a última vaga, são duas equipes muito limitadas. O Santa, em duas partidas, só marcou um gol, e foi de pênalti. Não teve um gol de bola rolando, trabalhada e construída”, disse.
Além dos problemas dentro de campo, o ambiente extracampo também é apontado como um fator decisivo para a queda de desempenho. A indefinição administrativa, o futuro incerto da SAF e a pressão externa são vistos como elementos que minam a confiança do grupo.

Foto: Evelyn Victória/Santa Cruz
“A confiança é muito baixa, o momento é muito ruim. O extracampo influencia demais. O ambiente fora de campo afeta diretamente o desempenho dentro das quatro linhas. E até quando a partida acabou, o Santa ainda tinha sua última janela para fazer mudanças importantes na equipe, como a saída de Felipe Alves, principalmente após o erro no segundo gol”, finalizou.
O Santa Cruz enfrenta o Treze na última rodada, e mesmo com o adversário já eliminado e utilizando um elenco alternativo, Arthur acredita que o confronto é uma das últimas chances do clube se reorganizar antes do possível fim precoce na Série D.
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