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Um mês da queda: o que mudou no CSA após o rebaixamento para a Série D 2026

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Por Vittoria Fialho

Por Vittoria Fialho

Postado dia 30 de setembro de 2025

Azulão tenta equilibrar decisões dentro e fora das quatro linhas

No último dia 30 de agosto, o CSA perdeu por 2 x 0 para o Brusque e, assim, teve rebaixamento decretado para a Série D após uma década. Um mês depois, os azulinos ainda tentam encontrar caminhos para se reestruturar e planejar o próximo ano. Enquanto fora de campo os bastidores políticos estão em ebulição, o elenco, com poucas garantias para 2026, se desfaz dentro das quatro linhas.

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O tempo passado após a queda inesperada movimentou, logo de cara, na principal cadeira: após o Conselho Deliberativo afastar a diretoria para investigação de decisões durante a temporada, a então presidente, Mirian Monte, renunciou ao cargo. Na oportunidade, Clauwerney Ferreira, então líder do órgão do clube, assumiu como mandatário interino. Mas as mudanças não pararam por aí.


CSA tem um mês de mudanças após a queda.

Allan Max/CSA

Os bastidores políticos do CSA

Ao oficializar saída, Mirian Monte afirmou que existiu uma diferença entre o resultado esportivo e administrativo, frisando que a mobilização interna foi positiva, apesar do rebaixamento. Ela também respondeu às acusações do conselho sobre empréstimos realizados durante sua gestão. Questionando a suposta ilegalidade das operações, afirmou que as ações não colocaram o clube em risco.

“Eu quero saber qual o prejuízo que isso gera pra instituição? Nada foi colocado em risco. Muito pelo contrário. A gente pagou conta, evitou multa, evitou um ato de falência, inclusive a Lei Geral do Esporte permite que, em situações devidamente justificadas, atos como esse possam ser praticados, legítimos. Foram contratos de mútuos, sem juros, previstos na legislação civil”, disse, em parte do discurso.

Mirian Monte é vice-presidente do CSA. Foto: Morgana Oliveira/Ascom CSA

Mirian Monte é vice-presidente do CSA. Foto: Morgana Oliveira/Ascom CSA

As palavras de Mirian não foram rebatidas publicamente, mas reverberaram internamente. Em coletiva no CT Gustavo Paiva, liderada por Clauwerney e acompanhada por junta de conselheiros formada por Thales Azevedo, Antônio Carlos Lessa e Ricardo Omena, a situação do clube foi apresentada à imprensa. Um discurso, com direito à apresentação de vídeo, de acusações sérias contra o grupo afastado.

De acordo com Clauwerney, no dia do jogo contra o Brusque, à noite, pessoas da antiga gestão foram ao clube e retiraram diversos documentos. Ainda de acordo com o diretor, oito de 20 câmeras tiveram imagens apagadas. Ainda de acordo com a versão, os registros só existem a partir das 12h do dia seguinte ao afastamento. Ele justificou a decisão e detalhou valores descobertos.

“O afastamento se deu por gestão temerária. Direitos trabalhistas, como férias e 13º de 2024, não foram pagos. Até empréstimos com agiotas foram feitos. Pagamentos de bichos foram feitos a apenas um único dirigente. Será que foram repassados aos jogadores? O contrato com o patrocinador de material previa a entrega de 5 mil camisas ao longo do ano e em junho o clube já tinha mais de 6 mil peças”, afirmou.

Vale destacar que a junta diretiva que lidera as investigações sobre a antiga diretoria tem 90 dias – podendo chegar a 180 – para concluir o trabalho. O prazo começou a valer a partir da data do afastamento, no dia 1º de setembro. A previsão para um novo pleito, indicada pelo membro do grupo do conselho, Ricardo Omena, em entrevista ao Globoesporte, é até a primeira quinzena de novembro.

Entre as mudanças mais recentes, a diretoria anunciou, no último dia 17, duas mudanças internas. Além do retorno do executivo Carlos Bonatelli, que passa a cuidar do planejamento dentro das quatro linhas, a área financeira e administrativa passou a ter Luiz Ribeiro como responsável. Ele ficou responsável por coordenar levantamentos e implantar ajustes no setor.

Dentro de campo

Nas quatro linhas, as mudanças são grandes no CSA. Hoje, somente cinco atletas possuem com contratos para 2026: o zagueiro Jackson, o volante Camacho, o meia Luciano Naninho e os atacantes Ciel e Danilinho. De acordo com Carlos Bonatelli, de volta à pasta do futebol, novas conversas – com jogadores e clubes envolvidos nas negociações – irão acontecer nos próximos meses para a montagem do grupo.

“Muitos estão emprestados com contrato com os clubes de origem e muitos deles travam um possível retorno de imediato. Vamos tentar ver a melhor situação para o clube e chegar no meio termo com os atletas para que a gente consiga finalizar a temporada e planejar a próxima. Aqueles atletas que vão vestir essa camisa em 2026 precisam entender isso, da responsabilidade, da grandeza do clube e da necessidade do resultado”, disse.

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