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Presidente do Sport admite erro de comunicação sobre venda de operação do jogo contra o Flamengo

Sport, PE, Série A, Últimas

Por Vinícius Medeiros

Por Vinícius Medeiros

Postado dia 17 de outubro de 2025

Yuri Romão afirmou que a torcida do Leão não terá menor carga de ingressos no duelo pela Série A e apontou limitações na Ilha do Retiro

O presidente do Sport, Yuri Romão, comentou sobre a partida diante do Flamengo, que vem gerando repercussão nos últimos dias após a venda da operação do jogo. Em entrevista ao programa Bola Rolando, da Rádio Jornal, o mandatário abordou a transferência para a Arena de Pernambuco e as negociações.

Além disso, exemplificou com outros jogos que o Sport poderia ter vendido a operação do jogo. Mas o mandatário admitiu que o seu erro e do clube, nesta situação, foi de não se comunicar corretamente com o torcedor sobre o acordo.

“Eu não tive contato praticamente nenhum com as pessoas. Inclusive, um deles até disse que iria bloquear. Eu disse que não queria vender jogo. Os primeiros contatos não foram poucos. Era de vender pacote. De vender pacote para jogar fora do Recife. Quatro milhões, cinco, seis, sete, até oito milhões para fazer três jogos fora”, disse Romão.


Ele reforçou que a decisão foi tomada considerando a necessidade de equilibrar receita e custos do clube em partidas de grande porte. Entre as partidas envolvidas, estavam duelos contra Vasco, Santos e Corinthians, todos que já aconteceram na Ilha do Retiro.

“Eram três jogos que eles sempre me pediram: Flamengo, Vasco e Santos. Esses três jogos. E teve outro, inclusive, foram quatro jogos que envolviam o Corinthians. Eu disse que não queria. Aí foi quando, através da gestão de pessoas do nosso grupo, chegou uma proposta firme de, se não me engano, dois milhões e meio, para um jogo na Arena”, afirmou.

Yuri Romão, Sport - Foto: Paulo Paiva/SCR

Yuri Romão, Sport – Foto: Paulo Paiva/SCR

“Foi quando a gente negociou e eu disse que, se oferecessem três milhões livres na Arena, valeria a pena. Dos seis últimos jogos que fizemos com o Flamengo, quatro foram na Arena e sem receber nada. Na hora de tomar a decisão, ainda não havia ocorrido o jogo do Corinthians. No melhor cenário, vendemos esse jogo por R$ 1,7 milhão (valor a mais do que o Sport teria se fosse na Ilha). Quando entram os custos do jogo, são altíssimos”, iniciou.

O presidente admitiu que a principal falha do episódio foi na comunicação da decisão, mas reafirmou que o clube agiu dentro das possibilidades financeiras e estratégicas do Sport.

“O Sport não está em condições de abrir mão de R$ 1,8 milhão (diferença entre a renda do jogo contra o Corinthians para o jogo contra o Flamengo). Aí, mais uma vez, é a cadeira. Estou aqui para apontar caminhos e para tomar decisões. A decisão foi tomada. Qual foi o erro? A comunicação” disse.

Ilha do Retiro sem receber jogos grandes?

O presidente rubro-negro também reconheceu a insatisfação do torcedor em jogos fora da Ilha do Retiro e abordou sobre como o estádio leonino não está preparado para jogos grandes.

“O torcedor gosta? Não. E eu dou razão a isso. Nós temos problemas de transporte coletivo para ir para a Arena. Está certo, não é a casa deles. Muito embora as acomodações sejam muito melhores do que a Ilha do Retiro. E se tratando da Ilha do Retiro, aí é importante (ter melhorias) para o futuro também”, disse.

Yuri também fez um alerta sobre os riscos estruturais da Ilha do Retiro em jogos de grande porte, como o do Flamengo. Neste cenário, a segurança oferecida pela estrutura da Arena de Pernambuco é fundamental na escolha.

“A Ilha do Retiro não comporta mais jogos do tamanho do Corinthians, do Santos e do Flamengo. Não comporta. Qualquer dirigente que sentar nesta cadeira e botar o seu CPF poderá, no dia seguinte ao jogo, sair daqui algemado. Porque pode haver uma desgraça aqui dentro. Ele é o responsável. Por uma questão estrutural da Ilha”, disse.

Romão destacou também a limitação de capacidade da Ilha, apontando problemas que aconteceram contra o Corinthians, e que são riscos para o Sport e o futebol pernambucano.

“A Ilha tem 88 anos. A gente já não consegue colocar a capacidade toda. Isso está claro. A gente teve um problema com o Corinthians. Quase que tem problema com o jogo do Santos. Tem isso também. Se acontece uma catástrofe aqui como a morte de uma pessoa ou de mais de uma pessoa ou de algo grave, é péssimo para o Sport. Mas é ruim para o futebol de Pernambuco”, finalizou.

Estádio Ilha do Retiro - Sport - 2025

Foto: Gustavo Borges/FPF

 

Sport com menos torcida na Arena de Pernambuco?

O mandatário comentou sobre a porcentagem de ingressos destinados à torcida do Flamengo no jogo e informou que a torcida do Sport não será impactada.

“Nenhum momento a gente conversou com o Flamengo. Não teve nada disso. Houve um aumento do público porque a gente resguardou os direitos dos sócios do check-in. Houve essa matemática: 10 mil ingressos são dos sócios. Tem um dado importante que o nosso torcedor precisa saber. Primeiro, o setor norte superior sempre foi reservado à torcida visitante. A gente não diminuiu o espaço do Sport”

Torcida do América-RN alega problemas para acessar a Arena de Pernambuco.

Foto: Anderson Malagutti/NE45

“O público do Flamengo é até 30%, não é que vai ser 30%, até 30% de torcedores no espaço que já não seria ocupado por nenhum torcedor do Sport. Ou seja, o torcedor, a nossa torcida, não vai ser menor ou maior do que já poderia ser”, finalizou.

Sport vende operação do jogo contra o Flamengo por R$ 3 milhões

No dia 9 de outubro, o Sport confirmou que vendeu a operação do jogo contra o Flamengo pela Série A para uma empresa interessada na renda da partida. A proposta foi de R$ 3 milhões e o acordo foi fechado em julho.

Para o clube, a venda da operação do jogo não se configura venda de mando de campo. O Leão reforçou que “em nenhum momento cogitou tirar o jogo de Pernambuco ou vender o mando de campo, apesar de ter recebido propostas nesse sentido. A escolha pela Arena de Pernambuco se deu exclusivamente pelo caráter inédito e vantajoso da proposta, que também garante a presença dos sócios e torcedores rubro-negros”.

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