Fabiano Barreira, presidente do Conselho de Administração da SAF do Fortaleza, comentou sobre os assuntos evidenciados nos últimos dias
Passando por um momento esportivo alarmante, o Fortaleza ganhou mais um motivo para se preocupar nos últimos dias: os bastidores. Recentemente, Eduardo Girão, ex-presidente do time e atual senador da República, e Marcelo Paz, CEO da SAF do Leão do Pici, trocaram farpas na imprensa, o que evidenciou a grande crise interna vivida pelo clube. O momento resultou em um posicionamento do presidente do Conselho de Administração da SAF, Fabiano Barreira, que concedeu entrevista ao Diário do Nordeste.
O gestor comentou algumas situações expostas por Eduardo Girão, como por exemplo o setor financeiro do Tricolor. Fabiano assumiu que existe, sim, dívida, mas ressaltou que isso é “comum” e não representa “descontrole”. Para ele, a situação está controlada, uma vez que a instituição possui “lastro e capacidade de pagamento”.
“Sim, o clube possui dívida, resultado de um período em que a estrutura de custos superou a capacidade de receita. Isso não representa descontrole: endividamento é comum em instituições esportivas e no mercado corporativo, desde que haja lastro e capacidade de pagamento, e o Fortaleza possui ambos. O clube tem ativos relevantes, como jogadores formados na base, atletas do elenco profissional, patrimônio e credibilidade no mercado, que possibilitam reorganizar receitas e amortizar o passivo”, disse Fabiano.
“Estamos trabalhando com responsabilidade financeira e planejamento para equalizar o cenário, independentemente do desfecho esportivo. Se houver rebaixamento, haverá redimensionamento orçamentário, revisão de elenco e ajustes administrativos; se houver permanência, haverá reavaliação estratégica do mesmo modo, porque o desempenho de 2025 exige respostas. Esse tipo de movimento, inclusive, é comum no futebol. Portanto, não existe terra arrasada. Há ativos, credibilidade e mecanismos concretos de reequilíbrio, e o Fortaleza vai reorganizar sua operação para seguir sustentável, competitivo e financeiramente saudável”, completou.

Foto: divulgação/Fortaleza
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Fabiano também falou sobre o futuro de Marcelo Paz. Comedido nos comentários, ele fez questão de ressaltar a história vitoriosa do CEO no clube, mas também afirmou que o clube seguirá cobrando resultados melhores, além de corrigir rumos e tomar decisões firmes, sem deixar a identidade institucional criada nos últimos anos. Revelou, também, que após a definição do futuro (permanência ou rebaixamento), será realizará uma reunião com Paz para tratar do projeto de 2026.
“O trabalho do Marcelo Paz é o mais vitorioso da história do Fortaleza e isso não pode ser reescrito por causa de um ano ruim. Em oito temporadas, o clube alcançou um patamar que jamais havia sequer sonhado: sete anos consecutivos na Série A, três participações em Libertadores, vice-campeonato da Sul-Americana e projeção nacional e internacional. Um ciclo dessa dimensão não se apaga por alguns meses de resultados abaixo do esperado. Criticar decisões e cobrar correções faz parte, ele próprio sempre assumiu responsabilidades, mas o que se faz hoje com sua imagem ultrapassa o limite da crítica e beira o linchamento. É injusto atacar a honra de quem construiu um dos maiores projetos do futebol brasileiro recente, ainda mais quando até pouco tempo era aplaudido por todos. Marcelo é, antes de tudo, torcedor, pai de família, e nenhum resultado justifica a violência moral e pessoal dirigida a ele”, disse.
“O clube seguirá cobrando, corrigindo rumos e tomando decisões firmes. Logo após a definição sobre permanência ou rebaixamento, haverá reunião com o CEO para tratar do projeto de 2026, pois mudanças serão necessárias em qualquer cenário. Vamos discutir no tempo certo, com responsabilidade. Mas é preciso deixar claro: o Fortaleza não rasga a sua história. Ciclos terminam, ajustes acontecem, mas gratidão, equilíbrio e justiça também fazem parte da nossa identidade institucional. As decisões serão tomadas pelo bem do Fortaleza, sem revanchismo, sem passionalidade e com respeito a quem ajudou a construir tudo o que vivemos”, concluiu.
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