Um pesadelo sem fim. Um filme que se repete, repete, e repete sob o mesmo desfecho. Não mais há três anos seguidos, mas, agora, a quatro: o Santa Cruz está eliminado, mais uma vez, na Série C. O Tricolor derrotou o Brusque por 3 a 1, no Arruda, mas o Vila Nova, contra quem os pernambucos dependiam de um tropeço no Novelli Júnior, venceu por 1 a 0 o Ituano e pôs fim ao sonho do acesso coral.
O trinfo deixou a equipe paulista na segunda colocação do quadrangular, com 10 pontos, enquanto o Santa Cruz ficou pelo caminho, em terceiro. Desta vez em um Arruda solitário, vazio como nunca antes, ninguém vaiou, reagiu, questionou. “De novo?” “Por que?”. Final sintomático para o início de uma nova década que poderia começar diferente, mas que teima em se parecer com o passado.
Calvário sem fim
Afinal, nos últimos 15 anos, o Tricolor vem acumulando insucessos em sequência. Com a eliminação neste domingo, o time vai para a sua sétima participação na Série C, além de ter disputado por três temporadas seguidas o porão do futebol nacional, a Quarta Divisão. Em apenas duas vezes esteve na Série A. Diz muito.
Solidez
Se o Santa Cruz precisava fazer o jogo mais sólido da temporada até aqui, o fez nos primeiros 45 minutos no Arruda. Com a bola, o Tricolor teve paciência para furar o bloqueio defensivo do Brusque – que se postava para partir em contragolpe, na velocidade. O time catarinense até levou um pouco de susto ao gol coral, aos 8, com Garcez chutando cruzado, perto de Maycon Cleiton.
“O artilheiro nunca morre”
Mas aí, minutos depois, brilhou a estrela do artilheiro. Questionado, mas ainda assim valioso. Pipico, que ainda não havia feito um gol no quadrangular, abriu o placar no Arruda. Após cruzamento de Didira, a bola ficou viva na pequena área e o atacante fez o giro e finalizou. O chute chegou a resvalar na defesa catarinense, mas bateu no camisa nove e morreu no fundo das redes de Juan Carneiro.
Com o Brusque acuado, sentindo o gol, e o Santa Cruz – agora – mais tranquilo, ainda viria outro. Mais uma vez, com a participação direta de Didira. Mais uma vez com o protagonismo de quem se sobrepôs às críticas. Aos 31, o meia arriscou de fora da área e Juan espalmou. Victor Rangel pegou a sobra, deixou Ianson no chão e chutou cruzado para ampliar.
Pesadelo
No segundo tempo, a bola parada seguiu ditando os contornos do jogo. Desta vez com Chiquinho no cruzamento, Wiliam Alves subiu mais que todo mundo e fez o 3 a 0. O placar tranquilo, absolutamente controlado, porém, deu vez ao desespero. Não por Tiago Alagono ter diminuído, de pênalti, mas porque o Vila Nova, que já tinha marcado antes no Novelli Júnior, mas com gol anulado, abriu o placar diante do Ituano. O fim de um sonho que estava tão perto.
0 comentários