Antônio Luiz Neto se queixou de veto à posse dos 300 conselheiros aprovados em AGE realizada em 2022 e citou “atitudes ditatoriais” de Marino Abreu
Quase 24 horas após o fim da reunião do Conselho Deliberativo convocada para apreciar o balanço do Santa Cruz, o presidente coral Antônio Luiz Neto decidiu quebrar o silêncio. Após o encontro dos conselheiros ter rejeitado as contas de 2022 do clube, alegando a existência de um déficit de R$ 8 milhões e sinalizando para a inegibilidade de ALN, o mandatário tricolor criticou Marino Abreu e disse que ele estaria descumprindo decisões judiciais tomadas pelo interventor Ricardo de Paula.
“O senhor Marino Abreu, mais uma vez, desacata a legislação pátrea. Ele não implementou a decisão do maior poder do clube, que é a Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que elegeu e e deu posse a 300 conselheiros, além de reinserir a Comissão Patrimonial no Estatuto do clube. Por isso, ele sofreu a intervenção judicial. E agora, convocou uma reunião anual para apreciar as contas do Executivo, que mesmo com pareceres favoráveis, eles (a mesa do Conselho Deliberativo) trataram de barrar, além de impedirem os 300 conselheiros, não permitindo que eles ingressassem no auditório para votar, mais uma vez desacatando a Justiça e a decisão adotada pelo juiz da Recuperação Judicial, quanto pelo juizado de 2º grau do TJPE”, afirmou o cardeal coral.
Ainda de acordo com o pronunciamento realizado por ALN, o presidente do Conselho estaria fomentando conflitos dentro do clube, através de atitudes que classificou como ditatoriais.
“Esta é mais uma atitude ditatorial do senhor Marino Abreu. Tratando mal as pessoas e gerando conflitos no Santa Cruz, fatos estes que prejudicam o clube em um momento que estamos tentando implementar a SAF e que estamos em plena recuperação judicial buscando evitar a falência e a perda do patrimônio do Santa Cruz”, salientou.
Antônio Luiz Neto ainda aproveitou seu comunicado com a imprensa para elogiar o trabalho feito pela empresa que auditou as contas de 2022 do Santa Cruz – rejeitadas pelo Conselho Fiscal – e sinalizou que pode acionar a Justiça para notificar o que ele chamou de “mais um erro de procedimento”.
“A BDO, empresa que auditou as contas do Santa Cruz, é a quinta maior do país, sendo reconhecida internacionalmente, e nos deu o parecer favorável. Assim, barrar a possibilidade de que legítimos conselheiros pudessem votar na sessão foi um absurdo. Certamente, a Justiça deverá observar mais este erro de procedimento do Conselho Deliberativo do Santa Cruz”, ponderou o cartola.
União para a construção da SAF e evitar a falência do Santa Cruz
No último momento de seu pronunciamento, o presidente Antônio Luiz Neto voltou a pedir união entre os tricolores para a implementação da SAF. Segundo ele, esta é de fundamental importância para evitar a falência do centenário tricolor pernambucano. O cartola ainda aproveitou para enaltecer a gestão que, de acordo com seu testemunho, teria colocado os salários do clube em dia.
“O Santa Cruz precisa de união neste momento. 95% dos tricolores que colaboram com o clube estão conosco. Eles participam do Conselho conosco. São médicos, são advogados, são profissionais liberais, são comerciantes, pessoas do Ministério Público, da magistratura, da Defensoria Pública… Enfim, tricolores de todas as matizes que, unidos, estão nos ajudando a salvar o clube. A nossa grande missão que aceitamos ao retornar para administrar o Santa Cruz foi evitar a falência.
“O clube foi colocado na Série D, com todos os recursos antecipados, e muita dificuldade para que pudéssemos gerir o clube. Mesmo assim, conseguimos colocar em dia os funcionários, os jogadores e a comissão técnica até o último jogo. Infelizmente, não conseguimos formar o time que queríamos. O fato é que nossa luta hoje é para salvar o Santa Cruz e vamos conseguir”, disse ALN.
Por fim, o presidente coral ainda afirmou que o Santa Cruz precisa de pessoas que agreguem para voltar a crescer. Assim, pediu o fim da cultura de ódio que estaria instalada nos bastidores do Arruda.
“Vamos tornar o clube uma SAF e certamente com a ajuda de todos os nossos conselheiros e a torcida. Quem desagrega, devia se afastar. Quem não vai ao clube, devia se afastar e não fomentar o ódio, a desagregação e a desunião de um clube que sempre cresceu e sempre foi adiante em razão da união entre as pessoas”, finalizou.
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