Eduardo Machado negou que o ABC está se organizando financeiramente por conta de uma proposta de SAF
A Justiça do Rio Grande do Norte deferiu na última segunda-feira (28) o pedido do ABC de uma recuperação judicial. O presidente Eduardo Machado concedeu uma entrevista coletiva para detalhar sobre o caso e informar alguns pontos importantes sobre o processo judicial.
O presidente ressaltou que o pedido fazia parte do planejamento inicial da gestão dele e que a decisão, apesar de incômoda, é necessária pelo momento financeiro delicado do clube. O ABC tem uma dívida que gira em torno de R$ 42 milhões, com mais ou menos 243 credores.
Ele acredita que a partir desse processo, o clube viverá um novo momento e que a medida considerada até “extrema” será melhor para o futuro do Mais Querido.
“A gente encarava isso como necessária, apesar de ser esse remédio amargo. Nós decidimos tomar esse remédio amargo não apenas pela nossa gestão ou o que acreditamos, mas sim pelo ABC. Para mim seria cômodo não tomar essa medida e passar três anos empurrando conta para debaixo do tapete e o clube nas cordas, com 243 credores batendo na nossa porta e a gente sem tranquilidade para trabalhar. O clube não tem capacidade de investimento ou capacidade operacional por conta das dívidas e os bloqueios”, iniciou o presidente.
“Quando nós assumimos o ABC, a gente tinha plena convicção de que teríamos que tomar as medidas que fossem boas para o clube, para mudar a realidade em um futuro próximo. É uma medida amarga e antipática, mas que tivemos coragem de tomá-las. A partir de agora, o ABC sai das cordas e vai conversar de igual para igual com os credores. Agora vamos estabelecer o nosso plano de pagamento referendado pela Justiça. Nós teremos um nível de transparência muito maior, talvez como nunca se teve antes. E de fato, estamos muito tranquilos e seguros da decisão que tomamos”, completou Eduardo.
Foto: Reprodução/TV ABC
Além de Eduardo, participaram da reunião o vice-presidente jurídico, Ênnio Ricardo e o advogado Gustavo Matos, que detalhou sobre os próximos passos do clube. Ele informou que o ABC terá 60 dias para apresentar um plano de recuperação judicial, que será discutivo pela Diretoria Executiva junto com o Conselho Deliberativo.
Depois, os credores vão participar de uma Assembleia Geral para aprovar, ou não, as ofertas do clube. A partir de agora, todas ações judiciais contra o ABC serão suspensas, inclusive penhoras e bloqueios. Isso vai fazer com que a Diretoria Executiva organize melhor a parte financeira do clube.
Durante a coletiva, Eduardo foi questionado se esse pedido de recuperação judicial do clube não seria por conta de uma possível proposta de SAF, algo comum no cenário brasileiro. O presidente disse que não há propostas sobre o assunto no momento, e reforçou que o objetivo do processo é garantir uma boa saúde financeira para o ABC.
“O ABC não tem proposta nem encaminhamento nesse sentido. O fato do clube entrar em recuperação judicial é uma medida única e exclusiva do clube visando uma saúde financeira e uma resolução de problemas que vem afetando diariamente o clube. No meu primeiro mês, a primeira folha que a gente ia pagar na segunda, na quinta teve um bloqueio de R$ 1.700 milhão. Nenhum CEO do mundo consegue gerir uma empresa com um passivo de R$ 42 milhões e com 243 credores batendo na porta. Essa medida é pura e simples tomada pela diretoria executiva do clube. O ABC não tem previsão de tratar sobre SAF neste momento”, reforçou o presidente.
Coletiva do presidente do ABC sobre recuperação judicial
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