Dirigentes da Fifa também responderam sobre a possibilidade da Seleção Brasileira Feminina realizar algum jogo no Recife durante o Mundial
A Arena de Pernambuco recebeu, nesta segunda-feira (12), uma vistoria de agentes da Fifa para realizar uma inspeção visando a Copa do Mundo Feminina 2027. Essas visitas são parte do protocolo de acompanhamento dos oito estádios que receberão jogos do Mundial, identificando e acompanhando as melhorias a serem feitas nos estádios.
Outros locais, como a Neo Química Arena (São Paulo) e o Beira-Rio (Porto Alegre), também foram vistoriadas pela comitiva da Fifa. Como os estádios já foram utilizados na Copa do Mundo Masculina de 2014, grande parte da estrutura já será aproveitada. Porém, por já se tratar de 11 anos desde o Mundial passado, algumas mudanças precisam ser realizadas.
“Viemos para levantar o potencial do estádio dentro do que a Fifa precisa. É uma competição feminina, esse estádio foi feito para uma masculina e tem algumas peculiaridades e diferenças. Em 10 anos mudou o próprio torneio, então a gente faz um levantamento do potencial, estudamos os espaços e o melhor aproveitamento de cada um, para dar o melhor nível de serviço para todas as áreas que estão participando do evento”, disse Valesca Araújo, head de competição e serviços da Fifa.
Grupo da Fifa faz vistoria na Arena de Pernambuco para a Copa do Mundo Feminina 2027. Foto: Klisman Gama/NE45
Além da Arena de Pernambuco, outros dois palcos nordestinos sediarão jogos da Copa do Mundo Feminina 2027. São eles a Arena Castelão (Fortaleza) e a Arena Fonte-Nova (Salvador). Os três estádios receberam jogos da Copa do Mundo Masculina de 2014, o último torneio Fifa realizado no Brasil. Entretanto, para a atual edição do futebol de mulheres, a Arena das Dunas (Natal) ficou de fora.
“Quando a gente propôs aqueles 12 estádios e entraram esses oito, a gente, como Brasil, fizemos uma análise prévia para não precisar de grandes intervenções e investimento. É óbvio que adaptações e manutenção são necessárias. A Copa foi há 10 anos, as coisas mudaram, mas aqui temos a estrutura e vamos otimizar com adaptações que estão dentro do esperado. Já tínhamos uma prévia e ver como fazer melhor”, acrescentou Valesca.
“Foi um processo de análise técnica, não somente para os estádios, mas também sobre a infraestrutura na cidade, como o transporte público, os hotéis, centros de treinamento. Mas no estádio, são mais as partes técnicas, de tecnologia, luzes, espaços, tudo isso”, pontuou Rhiannon Martin, chefe do departamento de Copa do Mundo Feminina da Fifa.
Dirigentes avaliaram toda a estrutura da Arena de Pernambuco para a Copa do Mundo Feminina 2027. Foto: Klisman Gama/NE45
Vai ter jogo do Brasil na Copa do Mundo Feminina 2027 no Recife?
A expectativa de todo torcedor pernambucano é de que a Seleção Brasileira passe pela Arena de Pernambuco na disputa da Copa do Mundo Feminina 2027. Entretanto, ainda não é nada garantido.
De acordo com Rhiannon Martin, o calendário das partidas e quantos jogos cada local receberá ainda está sendo estudado pela Fifa. Com isso, após sair essa divisão de praças, há o avanço para a próxima etapa, de onde cada seleção jogará.
No caso do Brasil, vai depender também do sorteio nas chaves e seus adversários. Esse sorteio deve acontecer em dezembro de 2026, segundo a dirigente da Fifa.
Foto: Lívia Villas Boas / CBF
Copa do Mundo Feminina 2027 quer deixar legado para o futebol de mulheres no Brasil
Outra situação abordada por Valesca Araújo é a possibilidade de criar categorias mais populares de ingressos para a Copa do Mundo Feminina 2027, atraindo ainda mais os torcedores para as arquibancadas. Além disso, há a vontade de presentear – com ingressos – pessoas que trabalham e promovem o futebol feminino nas sedes da competição.
“A gente apresentou uma proposta de fazer uma inclusão de todo mundo que trabalha com futebol feminino para dar essa oportunidade de uma experiência na Copa do Mundo, que ela é única. Então estamos estudando também essas possibilidade de categorias mais populares, porque a nossa intenção é de que o estádio esteja cheio. E queremos trazer todo mundo não só do Brasil, mas também da América do Sul”, disse.
Foto: Klisman Gama/NE45
Com isso, juntamente com as mudanças estruturais e parcerias com CBF, Conmebol e Governo Federal, a ideia é de que haja um legado permanente ao futebol de mulheres no Brasil. A modalidade precisa de mais investimentos para captar os diversos talentos que não são aproveitados, além de oportunizar uma nova realidade para diversas atletas país afora, indo além da Copa do Mundo Feminina 2027.
“Esse estudo existe, também como um estudo de legado, começando os trabalhos para que ele siga no pós-Copa, não seja aquela coisa pontual de quando temos um grande evento. A CBF, Conmebol e Governo Federal estão muito envolvidos nisso para começarmos um trabalho de legado agora, que vai ter um pico durante a Copa, mas vai seguir posteriormente”, concluiu a dirigente.
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