Clube discorda da decisão e vai recorrer
O Vitória foi condenado a pagar mais de R$ 5 milhões para o zagueiro Bruno Uvini em salários atrasados e demais pendências trabalhistas. A sentença foi expedida nesta segunda-feira (4) pelo juiz Alexei Malaquias de Almeida, da 15ª Vara do Trabalho de Salvador.
O atleta de 34 anos rescindiu indiretamente com o clube em junho deste ano. De acordo com o advogado de Uvini, João Henrique Chiminazzo, o valor inicial fixado na sentença é de R$ 4,5 milhões, mas com a aplicação de correções, juros e multas, a dívida ultrapassa os R$ 5 milhões.
“Como dissemos desde o início, o atraso ficou comprovado, e o clube foi condenado a pagar ao Bruno R$ 4,5 milhões, isso sem a atualização monetária, juros e multas. O valor já passa de cinco milhões de reais com facilidade”, afirmou Chiminazzo ao portal GE.

Bruno Uvini em treino pelo Vitória – Foto: Victor Ferreira/EC Vitória
Bruno Uvini foi contratado em abril de 2024 para reforçar o Leão no início da Série A, ainda sob comando do então técnico Léo Condé. Todavia, o zagueiro perdeu espaço e só fez quatro partidas sob comando do técnico Thiago Carpini. No total, foram oito jogos. A última vez que Bruno entrou em campo pelo Rubro-Negro foi em julho do ano passado.
Lado Rubro-Negro da história
Por sua vez, o Vitória alegou “abandono de atividades” por parte do atleta, alegando que ele estaria “se desvencilhando das suas obrigações contratuais e construindo uma narrativa que lhe permitia alcançar seus objetivos”.
No fim da tarde desta segunda (4), o Leão divulgou uma nota oficial, onde se posicionou contra a decisão e afirmou que ofereceu todas as condições para Bruno Uvini desempenhar suas atividades.
Confira a nota na íntegra:
“O Esporte Clube Vitória informa que teve ciência da decisão proferida nos autos da ação movida pelo atleta Bruno Uvini Bortolança, na qual se reconheceu a rescisão indireta do contrato de trabalho.”
“Respeitosamente, o Clube discorda do teor da decisão e informa que irá recorrer, por entender que diversos pontos relevantes e controvertidos do processo não foram devidamente analisados, o que compromete o alcance da verdade real e a aplicação correta do direito.”
“O Clube reforça que sempre garantiu ao atleta condições adequadas para o exercício de suas atividades, além de ter buscado soluções alternativas para a continuidade do vínculo, inclusive com propostas que visavam sua valorização no mercado.”
“A decisão não levou em consideração, por exemplo, a ausência de notificação prévia quanto a supostos atrasos e o princípio da boa-fé contratual, além de ignorar o requisito da imediatidade para o reconhecimento de eventual falta patronal, contrariando entendimentos pacificados nos tribunais.”
“O Esporte Clube Vitória reafirma seu compromisso com o cumprimento da legislação e dos contratos que celebra, e confia que as instâncias superiores irão reavaliar os elementos do processo com a devida profundidade e técnica jurídica.”

Fábio Mota, presidente do Vitória – Foto: Reprodução/TV Vitória
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