É inegável o bom trabalho feito pela dupla Edno Melo e Diógenes Braga nos dois primeiros anos no comando do Náutico. Tanto é que foram reeleitos por aclamação para um segundo mandato, que tem começado longe do ideal. Se no primeiro eles se gabam pelo resgate do Timbu – e resgataram mesmo -, no segundo correm sérios riscos de andar algumas casas para trás. Por erros primordialmente da dupla, o Náutico vive péssimo momento na Série B e corre riscos de retornar para a Série C.
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Entre os seus feitos, Edno e Diógenes eliminaram as notícias de salários atrasados que rondavam o Náutico há anos, construíram um cenário positivo para a volta do clube aos Aflitos e diretamente no futebol conquistaram um Campeonato Pernambucano e a Série C do Campeonato Brasileiro de 2019. Viraram estrelas. Eu vi com meus próprios olhos Edno tendo dificuldades para andar na sede social dos Aflitos por conta de vários pedidos de fotos de torcedores que circulavam por lá.
A realidade hoje, no entanto, é outra. Nas redes sociais, Edno e Diógenes já se deparam com canhões de críticas e agora precisam resgatar não só o Náutico, mas também suas popularidades entre os alvirrubros. Entre as críticas, justas, está a falha na montagem do elenco para esta temporada.
A diretoria cometeu um erro grave ao colocar a gratidão em primeiro lugar ao pensar no grupo para 2020. As renovações de Fernando Lombardi e Josa são grandes exemplos disso, que se somaram a contratações de atletas que não ajudaram em nada, como Salatiel e Luanderson.
Os quatro citados, por exemplo, já deixaram o clube numa clara tentativa de recolocar o futebol no eixo. Coisa que não vem acontecendo. O Náutico não consegue produzir nada na Série B e entrou na zona de rebaixamento sem muitas perspectivas de quando vai sair. A tabela agora prevê três jogos seguidos fora de casa, em mais um erro da diretoria, que não contestou (ou não teve força) para evitar que o jogo remarcado contra o Sampaio fosse colocado entre os dois jogos que já teria fora contra Operário-PR e CRB.
Com a corda no pescoço – agora colocada por eles próprios -, Edno e Diógenes tentam novamente resgatar o Náutico. Ainda há tempo, mas agora depende muito da sorte de que os reforços tenham um bom desempenho e de que Gilson Kleina enfim comece a fazer um bom trabalho no clube.
Foto: Léo Lemos/CNC
O mérito conquistado pelos títulos e acesso gerou um zona de conforto para a direção do Náutico. Entre elogios e pedidos de fotos Edno e Diogénes se perderam, eu posso dizer que se deslumbraram, que a soberba tomou conta e que começaram a se achar a última bolacha do pacote, porém seria leviano da minha parte dizer que no lugar deles eu também me sentiria da mesma forma caso levasse ao clube por vezes derrotado para uma situação de tranquilidade financeira e títulos. Acho que o grande erro deles foi pensar que essa onda duraria para sempre, o clube assim como o futebol é o dia a dia, é a gana de querer sempre mais, de conquistar novas coisas e de saber que para isso a qualidade precisa ser excelência e que gratidão é louvável mas não precisa ser eterna. Se tem tempo de consertar tudo, eu diria que tem, porém tá passando e rápido. Acho que agora é a hora de se mostrar um excelente gestor,oportunidade melhor não há, mas será que estão dispostos? ou vão continuar surfando na soberba e na certeza das incertezas? enquanto isso, oremos!!