O Náutico entra em campo nesta terça-feira para enfrentar o Sampaio Corrêa, em São Luís, vivendo uma situação surreal no banco de reservas. Com o técnico Gilson Kleina tendo as horas contadas para ser demitido. Após a derrota por 3 a 1 para o Operário, na última sexta-feira, a situação que já era bastante delicada, se tornou praticamente inviável, com pressão de todos os lados pela saída do treinador.
A esperada queda, porém, não veio. Mas a diretoria já iniciou a busca por um substituto, com contatos estabelecidos. A tal ponto que o nome deverá ser anunciado tão logo Kleina seja informado da sua saída. Algo que só não ocorrerá diante do Sampaio com uma combinação de vitória atrelada a uma boa exibição diante dos maranhenses. Convenhamos, algo bem difícil de acontecer, tomando como base as últimas atuações do Náutico. E do Sampaio.
Resultado que se torna ainda mais improvável por todo a cenário posto pela diretoria. Nesta terça, Kleina estará na condição de um técnico “Walking Dead”. Um trabalho zumbi à beira do gramado, que já acabou, mas seguirá caminhando por mais um jogo. Mesmo morto. É como se o próprio Náutico desse como descartados os pontos da partida diante do Sampaio Corrêa, mesmo com o time afundado na zona de rebaixamento, a quatro pontos do Vitória, primeiro time fora da área de degola.
Afinal, qual será a motivação dos jogadores em campo, sabendo que o treinador já está com o aviso prévio nas mãos? É algo que beira o inacreditável. E quando isso acontece, é necessário escrever o óbvio. Até mesmo pelo “fato novo” seria muito mais proveitoso já ter o novo técnico assistindo a partida no Castelão, mesmo que das cabines. Mas se fazendo presente. Diante de um favorito Sampaio, a derrota poderia ocorrer de qualquer forma. Mas o jogo não seria dado como praticamente perdido antes mesmo do apito inicial.
E por fim, me surpreende o posicionamento de Kleina diante de tudo isso. Com largo currículo e experiência no futebol brasileiro, o treinador não precisava passar por essa situação. O seu contrato com o Náutico possui uma uma multa rescisória com valor estipulado (bem abaixo dos R$ 500 mil do contrato com Gilmar Dal Pozzo). Mas será que era necessário chegar a esse ponto?
Este vai ser o seu 17º jogo a frente do Náutico. São até agora, com um time que não se encaixou e se mostra apático a cada partida, foram quatro vitórias, cinco empates, sete derrotas. Um aproveitamento de apenas 35%. Dificilmente esses números irão melhorar depois desta terça-feira. Um fim melancólico e desnecessário. Para Kleina e para o Náutico.
A inscrição na lápide do Náutico :Aqui descansa na terceira pela terceira vez