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Melancólico, Roberto lamenta provável rebaixamento e deixa futuro em aberto no Santa

Santa Cruz, PE, Série C, Últimas

Por Camila Sousa

Por Camila Sousa

Postado dia 10 de setembro de 2021

Em tom melancólico após a derrota por 1 a 0 para o Altos, cujo resultado praticamente selou a queda do Santa Cruz para a Série D, o técnico Roberto Fernandes, na coletiva de imprensa pós-jogo, lamentou a situação do time na temporada e deixou o futuro em aberto por sua permanência no Arruda. A destacar que o contrato com o treinador termina ao final deste ano.

Na coletiva, Roberto Fernandes também demonstrou certo grau de revolta com o desempenho da equipe sob seu comando, categorizando-o como ‘pífio’, principalmente nos duelos dentro de casa, onde o Santa Cruz só venceu uma de oito partidas disputadas como mandante na Série C.

Leia, na íntegra, a coletiva

Os gols desperdiçados mexeram no psicológico?

– Eu acho que não só os gols, mas o roteiro do Santa Cruz na competição, na maioria dos jogos, principalmente sob meu comando, foi o mesmo. O Santa Cruz ou desperdiça gols importantes e acaba sofrendo, ou quando faz, ele tem seu gol anulado. Então, com certeza absoluta, a equipe era para ter voltado para o segundo tempo para administrar o jogo, pelo menos com uma vitória por 2 a 0, e isso não ocorre. E aí equipe sofre um gol da forma que sofreu, porque quem precisa num jogo desse acertar um chute daquele era o Santa, pela necessidade de vitória. E o adversário vai e acerta um gol daquele. E aí nós estamos lidando com um ser humano, pesou e pesou bastante, e a equipe não teve força de reação, por mais que a gente tentasse mudar a estratégia. Nós jogamos quase 3/4 do jogo com Wallace e Pipico e principalmente no segundo tempo, eles foram muito bem controlados. Tentamos preencher com os meias para que chegasse essa bola com qualidade, mas nada funcionou.


O que você pediu taticamente para ser realizado foi cumprido ou faltou algo?

– Faltou o gol. Quinze segundos de jogo, nós entramos dentro da área do adversário com a bola trabalhada, a bola cai no pé do artilheiro do Santa Cruz, que é o Pipico, e a gente sabe que dentro da normalidade Pipico cansou de fazer gols pela equipe do Santa, mas no jogo de hoje, nós tivemos duas grandes chances com ele e realmente essa bola teimou em entrar. Então, é isso que eu falei, se você faz o gol, era para voltar para o segundo tempo para administrar placar pelo que foi criado.

Você já pensa nos próximos passos, visando o pré-Nordestão?

– Honestamente, minha concentração inteira e meu trabalho foi voltado para tirar o Santa Cruz de uma situação como essa. O Santa Cruz é muito grande, muito maior do que o que ele vive nesse momento, já passou por isso, já renasceu, já voltou de uma Série D para uma A, então meu foco inteiro estava de cuidar de cada jogo desse como uma decisão, e chegamos em um momento de reta final com quatro jogos sem perder. E ali, sinceramente, assim como o torcedor, enchi o coração de esperança e pensei que fosse ter um final diferente. Não contabilizei a derrota para o Paysandu pela circunstância do jogo, agora você vem e perde do Altos em casa, foi, de todos nós, de uma incompetência muito grande.

O que dizer ao torcedor?

– A nossa campanha em casa é lastimável, é vergonhosa, eu tenho vergonha. Nós tivemos oito jogos em casa, quatro derrotas, três empates e apenas uma vitória. Como mandante nós fizemos seis gols em oito jogos. Quando virou o turno os nossos principais adversários contra essa luta contra o rebaixamento, eram Floresta, Jacuipense e Altos. O Floresta veio aqui e tirou dois pontos da gente, o Jacuipense veio aqui e tirou dois, o Altos veio e tirou três pontos. Eu me sinto envergonhado e a maior responsabilidade disso é de quem mais está na linha de frente da questão de futebol, porque tudo que estava dentro do alcance e da realidade do Santa Cruz, a diretoria fez. Principalmente nessa reta final, com a chegada de Romerito, Mirinda e do Eliel. Tudo que eles puderam fazer eles fizeram, mas o problema foi mais embrionário. Nós estamos hoje colhendo, não foi no jogo do Altos, foi no somatório de oito jogos em casa você ganhar um. Como você garante permanência com um aproveitamento pífio desse? E eu tenho responsabilidade também, agora eu sei quem eu sou, eu sei das coisas que eu conquistei. Eu nunca passei por um vexame desses em um trabalho de início. E eu só passo por situações como essa porque a gente dá a cara para bater, é o risco que você passa quando assume uma equipe aonde muitos não querem assumir. Então, o que posso dizer para o torcedor que o trabalho que a gente desenvolveu foi dentro da melhor condição possível, agora é muito claro que não deu liga. Não deu liga o trabalho do Roberto, só, não deu liga a temporada, eu sou o quarto treinador, 60 jogadores, a gente não conseguiu uma unidade. É triste, enfim, pela camisa e tradição do Santa.

Você tem desejo de permanecer para 2022? Alguma conversa já aconteceu?

– Como eu falei anteiormente, o foco estava inteiro em tentar reverter a cada rodada se mostrava irreversível, então, não pensei em futuro. Agora, é óbvio que o Santa Cruz tem que começar a pensar no futuro, urgente, porque o futuro do Santa Cruz começa agora, na pré-Copa do Nordeste, nos próximos dias, e é fundamental que o Santa Cruz comece a próxima temporada tendo um calendário mais digno das suas tradições e da sua camisa.

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