A situação do Treze-PB está cada vez pior. Afundado em crise financeira, além de ter sido eliminado precocemente da Série D em 2021 e não ter calendário em competição nacional para 2022, fora de campo, o problema também vem enorme. São cinco meses de salários atrasados na atual temporada, fora os atrasos do ano passado. Essa foi a fala do goleiro Jeferson, na saída de campo do jogo diante do Floresta, pelo pré-Nordestão, onde o Galo foi eliminado nessa terça-feira (12).
A forte declaração de Jeferson aconteceu na saída de campo ao Nordeste FC, grupo que transmite todos os jogos da Copa do Nordeste. Na equipe desde 2020, quando o Treze foi rebaixado para a Série D, ele já enfrentava esses problemas dentro do clube. E eles agravaram ainda mais na atual temporada. Indignado com a situação, ele disse que o Alvinegro “está virando chacota” e que, pelo peso da agremiação, isso não poderia estar acontecendo.
“Só do ano passado, seis meses. E neste ano vou para o quinto mês. É uma situação difícil. Eu, com 35 anos, se não tivesse as minhas economias… Graças a Deus tenho, mas acaba se ficar só tirando do bolso. Você tem que ver a situação nossa. O torcedor não sabe da realidade. Não estou aqui jogando culpa. Mas acho que as pessoas têm que se reunir, ver a situação do Treze. O Treze hoje está virando chacota, isso não pode, porque a camisa é muito forte, é grande, é um peso enorme. Mas a situação não pode continuar. Todo dinheiro que entra falam que está bloqueado. E a gente nunca vê dinheiro. Onde está esse dinheiro? Quando a gente vai receber, a gente só recebe 50%, recebe um vale. Não é justo”, disse o goleiro.
“Acho que as pessoas não sabem da situação que passamos. Não estou aqui culpando A ou B, mas tem que ter uma revolução no Treze. O que está acontecendo? Tem que parar para pensar. Todo dinheiro que entra é bloqueado, jogador não recebe. É justo isso? Sou um trabalhador normal, como todos. Só estou brigando por justiça. As coisas têm que ser justas. Para as coisas darem certo aqui dentro das quatro linhas, você tem que ser justo fora de campo. Quando se faz justiça, as coisas fluem naturalmente”, acrescentou Jeferson.
Outro ponto que o goleiro acrescentou foi sobre as diversas mudanças no comando da equipe ao longo da temporada. Ele destacou a saída do técnico Marcelinho Paraíba, demitido em maio após a classificação para as quartas de final do Campeonato Paraibano, como um dos fatores que fez o clube desandar na temporada. Jeferson também pediu apoio à atual direção e arrematou: “Alguma coisa tem que acontecer”.
“Desde o início do ano a gente vê o Marcelo (Marcelinho Paraíba, ex-treinador) fazer um bom trabalho, de repente tiraram ele, as coisas começaram a desandar. Olha aí como ficou. Mas ninguém vê. Hoje não faço mais parte do clube, eu acho, mas essa nova direção, com o Paiva (João Paiva Filho, vice-presidente executivo), que colocou o peito à frente nessa situação, mais pessoas têm que ajudar ele, porque é uma pessoa correta, coerente. Vamos apoiar. O Treze é grande. Com a força desse clube, o que está acontecendo aqui não pode acontecer. Eu não acho justo e estou aqui lutando, por mais que a gente escute algumas coisas do torcedor, mas o torcedor está envergonhado, cansado. Então tem que mudar. Alguma coisa tem que acontecer”, encerrou.
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