A direção do Santa Cruz trabalha para levantar recursos e pagar os funcionários do setor administrativo nos próximos dias, cujos atrasos atingem até cinco meses. Na última segunda-feira, o repórter João Victor Amorim, da Rádio Jornal, revelou relatos de pessoas do clube fazendo apelo por conta das folhas salariais em aberto.
No fim da manhã desta terça, o diretor Rogério Guedes conversou com o NE45 sobre o assunto. Apesar de integrar o departamento de futebol, ele demonstrou preocupação e explicou como o clube tem lidado com o tema, além de quais os próximos passos para melhorar a parte financeira.
De acordo com Rogério, o presidente Antônio Luiz Neto, desde que assumiu o clube – há pouco mais de um mês -, tem feito um estudo acerca dos departamentos que integram o Santa Cruz para entender o funcionamento das estruturas.
E o diretor indicou que será necessário ‘enxugar’ o clube para torná-lo ‘viável’, uma vez que a folha mensal está ‘inchada’ para a realidade do Tricolor – que figura na Série D, tem menos receitas e apenas recentemente voltou a receber público no Arruda.
“Hoje a folha é inchada para a estrutura atual. E o clube não vai conseguir pagar nunca. Então temos que voltar à realidade para enxugar e montar uma estrutura que seja pagável. Antônio está fazendo os estudos dos departamentos, indo de um por um para que o clube seja viável”, iniciou Rogério.
“O clube já rodou anteriormente com uma folha mais enxuta. E a tendência é que isso ocorra para que o clube possa se pagar. Não adianta ter uma folha com X funcionários que não possa pagar. Estamos nessa situação, mas o presidente está buscando”, completou.
Em relação a uma previsão de pagamento, o diretor evitou estipular por conta da metodologia de trabalho da nova gestão do clube. Mas disse que em breve ao menos um dos meses em aberto deve ser pago.
“Antônio não gosta de dar datas. Mas está bem encaminhado e nos próximos dias uma folha será paga”, pontuou.
Os atrasos no Santa Cruz
Rogério afirmou que alguns setores do clube têm um tempo maior em aberto do que os outros. Segundo informado por João Victor Amorim, o administrativo e o futebol de base chegam a cinco meses.
Já o futebol profissional, por estar em processo de readequação financeira desde o fim do ano passado, tem situação mais amena em relação a outras áreas e ‘alguns dias’ em aberto.
“Os departamentos, uns são cinco meses, outros dois, outros três. Alguns departamentos têm essa diferença. O futebol tem poucos dias. A base tem mais. É complicado. Temos feito esse mapeamento geral do clube para poder estabilizar”, reforçou o dirigente.
Pedido de apoio para a torcida do Santa Cruz
Rogério aproveitou também para pedir o apoio da torcida do Santa Cruz em busca de receitas, tanto na adesão de sócios como nas arquibancadas do Arruda. Neste sábado, o Tricolor enfrenta o ASA, em casa, pela segunda rodada da Série D. Até aqui, cerca de 5 mil ingressos foram vendidos para o duelo.
“Queremos convocar a torcida, sempre foi fundamental e chegou junto na hora da dificuldade. Que a torcida se associe, pague ingresso, a diretoria está correndo, organizando a casa, montando um time com garra. Sabemos que ela não vai abandonar”, concluiu.
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