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Em entrevista ao Cast FC, Caça Rato projeta volta ao Santa Cruz

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Por Vittória Fialho

Por Vittória Fialho

Postado dia 26 de setembro de 2022

Atacante revelou sondagens recentes para jogar novamente pelo Tricolor

Tudo conspirou para que Flávio Caça Rato escrevesse o maior capítulo da sua história no Arruda. Da dispensa no Náutico à falta de oportunidade no Sport. Antes mesmo de ser ‘rebatizado’ pelo futebol, ele já sonhava em vestir a camisa do Santa Cruz, ainda criança, quando frequentava as arquibancadas enquanto torcedor. E realizou. Com gols, títulos e acesso. Hoje, aos 36 anos, o atacante lembra com carinho da relação construída com a torcida coral.

“Para mim, o Santa Cruz significa tudo. Não teve outro e não vai ter. Só de ser tricolor. Quando fui contratado, nem acreditei. Ver a minha família no meu primeiro treino. Foi de encher os olhos d’agua. Vi o acesso de 99 da arquibancada. Eu dizia: ‘um dia vou jogar aqui, fazer gol e dar alegria para essa torcida’. Era o sonho da minha vida. Nunca tive vontade de jogar nos rivais. Eu queria jogar no Santa”, disse em entrevista ao CastFC, podcast patrocinado pela Betnacional.

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Crédito: Divulgação/SCFC

Oito anos se passaram desde que Flávio Caça Rato deixou o Arruda. De lá para cá, não chegou nem perto de repetir o período vitorioso, é verdade, mas seguiu trilhando o seu caminho no mundo da bola. Passou por equipes de Norte a Sul, e até voltou para o futebol pernambucano. Em seu mais recente desafio, vestiu a camisa do Náutico, de Roraima, por 12 jogos e fez 4 gols.


As glórias corais com Caça Rato

Caça Rato não chegou ao posto de ídolo do Santa Cruz pela técnica afinada. É lembrado, até hoje, por ser decisivo. Foram apenas 19 gols em 124 jogos com a camisa coral. Mas nas vezes em que balançou as redes mostrou que tem estrela: da ‘resenha’ com o rival Sport ao acesso – e título – na Série C de 2013. De 2011 a 2014, o saldo foi mais do que positivo.

“Para mim, o gol mais importante foi o do acesso, contra o Betim. Mas para a torcida o gol que ficou marcado foi o contra o Sport, por causa da rivalidade, por causa do lance com Magrão. E é a torcida quem decide. Ela é quem manda”, disse o ‘CR7 do Arruda’, como ficou carinhosamente conhecido.

Das 19 vezes em que balançou as redes com a camisa tricolor, duas delas foram em Clássicos das Multidões, diante do rival rubro-negro. Parece pouco, mas foi o suficiente para ser eterno. No segundo jogo da final do Pernambucano de 2013, na Ilha do Retiro, Caça Rato marcou o primeiro dos dois gols da partida. Fez história ao deixar o goleiro Magrão no chão. Cena lembrada – e comemorada – até hoje pela torcida coral.

Além do tricampeonato estadual consecutivo em 2013, o camisa 7 também participou do primeiro título nacional da Cobra. Na mesma temporada, com direito a gol do acesso, Caça Rato foi campeão da Série C no Arruda. Na lembrança do torcedor, além de ídolo, uma espécie de talismã.

Sonhou até com a Seleção…

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Divulgação/Redes Sociais

Não foi por falta de campanha. Vivendo grande momento no Santa Cruz, Caça Rato foi lembrado por um torcedor coral em amistoso do Brasil contra a Suíça, na Basileia. Na arquibancada, uma bandeira com as cores do tricolor levava um recado: ‘Felipão, Caça Rato é Seleção’. O atacante comentou a boa lembrança.

“O jogador que diz não pensar em ir para Seleção está mentindo. Em 2013, eu tava voando, gol de tudo que era jeito, um dos artilheiros. Fiz gol na final do estadual, na final do Brasileiro, o do acesso. Se eu tivesse jogando para o lado de São Paulo, Rio de Janeiro, acho que as atenções seriam outras. Se é um jogador daqui que tá fazendo, é diferente”, lamentou.

Parceria com Dênis Marques

Dênis Marques e Caça Rato foram mais do que contemporâneos. No Arruda, formaram uma dupla memorável para todo torcedor coral. Até mesmo para quem não viu. Uma pesquisa rápida sobre as conquistas mais recentes do Santa Cruz e de imagens dos dois irão surgir. Juntos, conduziram o Tricolor a títulos e acesso. Sintonia forte que extrapolou as quatro linhas.

“Dênis é um cara diferente. A gente se entendia. Hoje, você não vê uma parceria dentro e fora de campo. A gente conversava muito. Como ele era um cara finalizador, eu fazia a jogada toda para ele garantir o ‘bicho’. Não tenho nem palavras para esse cara. É um irmão. Fico muito honrado de saber que fiz a diferença para ele. O cara jogou no Athlético, no Flamengo, fora do Brasil e me chama de irmão”, exaltou.

A convivência da dupla fora de campo também foi repleta de resenha. Caça Rato brinca ao dizer que só tomava suco de maracujá com o ex-camisa 9. E confessa a resenha. Que ia muito além do vestiário, com outros companheiros de equipe como Renatinho e Sandro Manoel.

“A gente sempre gostou de tomar um gelo. Mas éramos muito fechados. A gente ia pro nosso canto, sossegado. Só eu que me ferrava. Tinha que esperar ele chegar atrasado na hora do treino. Ele me falava: ‘Caça, não quero mais jogar bola..quero ficar com as minhas filhas’. Eu dizia: ‘bora, Dênis, está acabando'”, lembrou.

Caça Rato diz que não foi valorizado no Santa

No Santa eu ganhei muita fama, mas nunca fui valorizado. Fiz um trabalho maravilhoso, mas os caras nunca me valorizaram. Porque a gente é daqui. Tem gente que me pergunta porque eu não volto. Digo que não sei. Tem jogador que não fez metade do que eu fiz e já voltou mais de uma vez. Bileu, Wilian Alves..não tiro o mérito deles, mas é complicado”, desabafa.

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Caça Rato durante treinamento. Crédito: Divulgação/SCFC

Caça Rato, inclusive, nega que “pediu muito dinheiro” para renovar o seu contrato ao fim da temporada de 2014. De acordo com o atacante, apesar dos valor de 50 mil ventilado, o clube coral, na época, ofereceu um salário de 18 mil mensais. Ao pedir maior valorização, escutou da direção que o Santa Cruz não tinha condições de arcar com sua permanência.

Sem acordo com o Tricolor, desembarcou em Belém para vestir a camisa do Remo. A transferência, no entanto, não foi a ideal para a carreira de Flávio Caça Rato. Segundo ele, a escolha pelo clube azulino foi a pior feita em sua carreira. O atacante alega que boa parte dos acertos financeiros não foram cumpridos. Insatisfeito, pediu para sair com apenas sete partidas jogadas pelo Leão.

Mas sonha em voltar…

“Meus filhos me perguntam: ‘Pai, vai voltar quando? Um amigo perguntou no colégio.’ Eles não querem que eu viaje. Eu digo: ‘Calma..a hora vai chegar. Eu vou voltar’.” Caça Rato define a possibilidade de voltar como um sonho. Mas a vontade nunca partiu somente de um lado. De acordo com o atacante, tanto o ex-presidente coral Tininho quanto o atual mandatário Antônio Luiz Neto, em momentos diferentes, ventilaram a possibilidade de contar com o camisa 7.

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Caça Rato em ação. Crédito: Divulgação/SCFC

“A torcida me pede. É a prova de que fiz um bom trabalho. Espero um dia voltar para encerrar a minha carreira. Já era para eu ter voltado há uns 4 anos. Só Tininho me prometeu umas três vezes. ‘Vem pra cá, Caça’…e nada até agora. O presidente Antonio Luiz Neto também falou comigo, nos últimos jogos (da Série D 2022). Disse que ia tentar me colocar no começo da próxima temporada. Vamos ver”, revelou.

Aos 36 anos, Caça Rato garante que ainda pode ajudar o Tricolor. Comentou, inclusive, ter acompanhado o desempenho dos atacantes corais na atual temporada. E diz: se bem fisicamente, com uma boa pré-temporada, consegue, sim, vestir a camisa do Santa Cruz mais uma vez.

“Tenho, sim, condições. No dia que eu não tiver mais, paro de jogar. Não vou ficar me enganando. A gente precisa estar bem fisicamente. A gente sabe que uma preparação, uma boa pré temporada, vai puxar muito de você. Mas eu, preparado, com certeza. Se a bola chegar, eu faço. Quem faz, está aqui. Gol eu faço. Sempre foi e sempre vai ser”, reforçou.

Abaixo, confira o papo completo de Caça Rato no CastFC:

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