publicidade

Brasileiro Feminino A2: projeção para as nordestinas

Juliana Lisboa, Analistas

Por Juliana Lisboa

Por Juliana Lisboa

Postado dia 17 de novembro de 2020

No último fim de semana, as equipes nordestinas que disputam a Série A2 finalizaram a primeira fase na competição e, das 12, cinco conseguiram avançar para as oitavas de final: Bahia, Ceará, Fortaleza, Sport e Tiradentes-PI.

Mas quais são as chances de brigarem pelo acesso? Lembrando que temos clássico nordestino nas oitavas, então, logo de cara, já teremos uma redução na participação.

De todas as equipes classificadas, apenas uma passou com 100% de aproveitamento, somando 15 pontos em 15 disputados: o Bahia. As Meninas de Aço marcaram 23 gols, sofreram apenas um, detêm a melhor defesa e o segundo melhor ataque da competição – perde apenas para o 3B da Amazônia, soberano com saldo positivo de 31 gols e um dos favoritos ao acesso. Mas é das tricolores a artilheira da competição, Gadu, que marcou 10 vezes.


O que isso quer dizer?

Que o Bahia foi a melhor equipe nordestina na fase de grupos. Parece óbvio, mas é só o que pode se dizer. A partir das oitavas, o nível da competição muda, a pressão aumenta e não existe espaço para salto alto. Equipes mais experientes ou mais testadas podem levar vantagem nesse sentido. Para um breve retrospecto, no ano passado o então Bahia/Lusaca também tinha se classificado como primeiro do grupo (13 pontos, quatro vitórias e um empate) e caiu diante do mais experiente América-MG nas oitavas. O Athlético-PR, adversário deste ano do Bahia, também é uma equipe jovem e recém-formada, mas enfrentou jogos mais difíceis no estadual e no próprio Brasileiro.

Duelo nordestino

O Ceará foi a segunda melhor equipe da nossa região, que passou invicta e também terminou a primeira fase como líder do seu grupo. No confronto mais equilibrado, as Meninas do Vozão conseguiram um empate com o ESMAC, que era o então primeiro colocado. A equipe é entrosada e tem no ídolo do clube, Sérgio Alves, o comando técnico. No ano passado, as cearenses passaram das oitavas pela Portuguesa e pararam no Cruzeiro nas quartas – essa que seria a equipe vice-líder do campeonato pouco depois.

Dessa vez, o adversário será de peso: o Sport. As Leoas vêm numa recuperação importante desde o ano passado, quando foram rebaixadas na Série A1 do Brasileiro Feminino como a pior equipe da competição. Não faltaram críticas e denúncias de descaso com as jogadoras, e o time foi reestruturado em 2020. A resposta não foi imediata e a equipe oscilou, mas ganhou experiência nessa primeira fase da Série A2 e pode ter aprendido lições valiosas nas duas derrotas que sofreu: uma para o também nordestino Cruzeiro de Macaíba, que não se classificou para o mata-mata, e outra para o Bahia. Apesar dos números melhores do Ceará na primeira fase, o clássico tem tudo para ser equilibrado.

Estreantes nas oitavas

O Fortaleza é uma equipe jovem, recém montada, que oscilou pouco na primeira fase: perdeu apenas uma partida, para o líder 3B, por 2 a 0, e detém a maior goleada do campeonato: 10 a zero, diante do Atlético-AC. Enfrenta o Fluminense, que avança para as oitavas no segundo ano consecutivo. Em 2019, caiu diante do Grêmio, equipe que conseguiu o acesso em quarto lugar. Neste ano, teve um empate com o Athletico-PR em 1 a 1 e perdeu uma partida para o Napoli por 1 a 0, e tem como principal arma uma defesa arrumada. Deve dar trabalho para as Leoas do Pici.

Única equipe sem um representante masculino na Série A, o Tiradentes é um dos tradicionais times femininos que vem resistindo depois da chegada avassaladora dos “clubes de camisa”. No ano passado não avançou à segunda fase, feito que conseguiu neste ano como um dos melhores terceiros colocados. Vai enfrentar o América-MG, algoz do Bahia no ano passado, e pode surpreender.

COMENTE

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

PUBLICIDADE

TRENDING